sábado, 5 de março de 2011

As Aventuras de Frankenstinha Capítulo II

Luís Campos (Blind Joker)


Enquanto os cientistas se banhavam, Fran Kensbeca subiu pra dar uma
arrumadinha no laboratório. O estrago fora feio, mas Fran ajeitou
algumas coisas e deixou o resto pro outro dia, após o telhado ser
consertado, afinal, haveria mais sujeira pra limpar. Voltou à cozinha
pra ultimar os preparativos da janta e levar as toalhas com motivos
de desenho animado pros cientistas se enxugarem e suas pijamas.
Assim que eles saíram do banho, Fran colocou o jantar...

- Doutor Crazy, Doutor Worst... a comida está na mesa!

Não demorou muito e logo os três estavam jantando...

- A comida está uma delícia, Fran!

- Também acho, Worst!

- Obrigada, Doutores!

- Depois do jantar, a gente pode ver televisão, Fran?

- Se prometerem que irão dormir antes das onze, tudo bem!

- Prometemos, Fran! - responderam os dois ao mesmo tempo.

Após jantarem, Fran tirou os vasilhames da mesa e levou pra cozinha.
Guardou as sobras do jantar na geladeira e foi lavar os pratos. Na
sala de visitas, os cientistas, sentados no sofá, assistiam tevê...

- Eu quero ver Cocoricó, Crazy!

- E eu quero ver Chaves, Worst!

- Assim não dá, Crazy... você nunca deixa eu ver o que quero!

- Eu sou mais velho, Worst e sei o que é melhor pra nós dois!

- Não sabe nada, Crazy... vou chamar Fran!

- Chame, Worst... quer um cavalinho?

- Eu não, Crazy... tenho medo de cavalo!

- Tem, é? Então fique aí quietinho, tá?

- Eu quero ver Cocoricó... eu quero ver Cocoricó!

- Não vai ver nada... veja Chaves... olha aí a Chiquinha!

- Ah, é? É? Fran... Fran! - gritou Doutor Worst.

Fran veio ver o que estava acontecendo na sala...

- Qual é o problema, Doutor Worst?

- O Crazy não quer deixar eu ver Cocoricó, Fran!

- Por que isso, Doutor Crazy?

- Porque eu quero ver Chaves, Fran!

- Tudo bem! Vamos resolver isso de maneira democrática, certo?

- Certo! - responderam os cientistas em uníssono.

Fran tomo o controle remoto da mão do Doutor Crazy e... mudou o canal.

- Para não haver briga, vamos assistir a novela das oito!

- Mas Fran, eu tenho medo da Madame Mínima!

- Ora, Doutor Worst... é só uma novelinha!

- Mas ela é uma bruxa, Fran!

- Mas é uma bruxa boazinha, Doutor Worst!

- Né nada, Fran! Ela transformou o gato Danyl num dragão!

- Aquilo foi um engano dela, Doutor Worst! Logo ela conserta isso!

- Eu queria ver Chaves, Fran! - disse Doutor Crazy.

- Vocês querem saber de uma coisa?

- Queremos, Fran! - responderam juntos os cientistas.

- Vão os dois pra caminha! Os Senhores estão cansadinhos e precisam
descansar!

- Mas, Fran...

- Não tem nada de mas! Vão os dois dormir... e agora! - sentenciou
Fran, autoritária.

- Viu, seu Crazy?

- Viu, seu Worst?

- Vão pro quarto que já vou levar os ursinhos de pelúcia de vocês!

Os dois cientistas, com cara de choro, dirigiram-se ao quarto. Assim
que houve o intervalo da novelinha, Fran foi levar os ursinhos deles e
desejar-lhes uma boa noite de sono...

- Já fizeram as orações?

- Já, Fran! - responderam os cientistas a uma só voz.

- Então tomem seus ursinhos e tratem de dormir!

- E o nosso beijinho de boa-noite, Fran?

- Eu não iria esquecer, Doutor Worst!

* SMACK! SMACK!

- Boa-noite, Fran! - disseram em coro os cientistas.

Fran saiu do quarto e, após verificar se as portas e janelas da casa
estavam trancadas, voltou pra assistir a novelinha da Madame Mínima, a
Bruxinha Baixinha. Quando acabou a novelinha, foi pro seu quarto.
Ela também estava cansada e sabia que, no dia seguinte teria muito
trabalho para arrumar a bagunça no laboratório. Foi deitar e dormir.

O dia amanheceu bonito. pelo buraco do telhado o sol iluminava o
laboratório. Fran já arrumara o que ficara inteiro e o que era lixo
estava a um dos cantos da sala. Quase toda a vidraria do laboratório
havia quebrado: alambique, almofariz, ampolas de decantação, bastões
agitadores, cadinhos, cálices, canecas, cápsulas, colheres de medida,
conta-gotas, espátulas, frascos, funis, lâminas, lâmpadas, pipetas,
provetas, retortas, tubos de ensaio e até seringas. Dois armários
estavam sem as portas; bacias, bandejas e jarras de inox estavam
amassadas; o microondas, a balança de precisão, a estufa e a bomba de
vácuo foram destruídas; um bico de Bunsen virou farelo; o microscópio
desmantelou-se; algumas caixas de filtro de papel queimaram e até um
velho esqueleto foi "esquartejado na explosão". Havia muito caco de
telha e pedaços da madeira do telhado espalhados pela sala. Como a
chuva dera uma mãozinha, quase não havia lama por ali. Fran fazia uma
vistoria final quando a campanhinha tocou...

* BLIM BLOM! BLIM BLOM!

- Já vai! - gritou Fran.

Fran desceu com um saco de lixo numa das mãos para abrir a porta...

- Bom-dia, Fran!

- Bom-dia, Rein!

- Aqui está o troco, Fran!

- Trouxe tudo que precisava pra consertar o telhado?

- Claro, Fran! Eu sou competente, coisa fofa!

- Deixe de gracinha e suba pra trabalhar!

- Tem razão, Fran... eu não ganho pra ficar parado, né?

- Pois é, Rein... e vê se não faz muito barulho pra não acordar os
doutores!

- Isso é quase impossível, Fran, mas tentarei!

- Tá bem, Rein! Não esqueça de consertar os armários e, quando acabar,
por favor, desça com a lixaria, tá?

- Não se preocupe, Fran do meu coração... farei o mínimo de barulho
possível e descerei o lixo!

- É assim que gosto de você, Rein: sempre muito prestativo!

- E eu gosto desse seu jeitinho mandão, Fran!

- Ah, é? Então suba logo pra trabalhar!

- Tô indo, Fran, tô indo! Coisinha fofa! Hahahahahaha!

- Gaiato!

- Ah, Fran... eu ia esquecendo!

- Esquecendo o quê, Rein?

- Esse torrone e essas balas de geléia que eu trouxe pra você! Tome!

- Poxa, Rein... que gentil da sua parte!

- Isso é pra você não pensar que eu sou um brutamontes!

- Mas eu não penso isso de você, Rein! - falou docilmente Fran.

- Ainda bem, Fran! Fui!

Rein Ald subiu ao pavimento superior e Fran dirigiu-se à cozinha. Já
eram quase oito horas e ela precisava preparar o desjejum. Pôs água na
chaleira para o café, colocou bananas da terra e batatas doces pra
cozinhar, preparou alguns sanduíches e pôs no forno. Quando estava
tudo pronto, foi acordar os doutores...

- Vamos levantar, Doutores! Bom-dia!

- Ah, Fran... eu quero dormir mais um pouquinho!

- Nada disso, Doutor Worst! Vamos levantando! Acorda, Doutor Crazy!

- Mas ainda é madrugada, Fran!

- Madrugada pra quem é preguiçoso! Levante-se!

- Droga!

- Olhe, Fran... Crazy disse, "droga"!

- E você repete, né, Doutor Worst?

- Eu não repeti, Fran... eu só falei o que Crazy falou!

- Tá bem, tá bem! Levantem-se! Aqui estão suas roupas! Vistam-se e vão
lavar a cara! Daqui a dez minutos quero os dois lá na copa!

Fran saiu do quarto e voltou à cozinha. Preparou uma xícara de café com
leite, desligou o forno e pegou um dos sanduíches e foi levar pro
Rein...

* BLAM CLONC PLIM BONG CRUNCH BEIN POC BOF CLANC CRASH PLAF CRAS

- Que barulheira, Rein!

- Oi, Fran!

- Trouxe um café pra você!

- Valeu, Fran! - disse Rein descendo da escada.

- Mas vá lavar essas mãos!

- Certo, fofinha! Você manda!

Rein dirigiu-se à pia do laboratório...

- Ainda bem que a explosão não destruiu o encanamento e nem a parte
elétrica do casarão, né, Fran!

- Já pensou como seria terrível, Rein?

- Eu imagino, Fran, mas...

- Depois conversamos, Rein... tenho que descer pra dar o café dos
Doutores!

- Vá lá, Fran!

Quando Fran chegou na copa os cientistas já a aguardavam sentados à
mesa. Fran colocou o desjejum dos dois e sentou-se ao lado deles...

- Rein já está consertando as coisas no laboratório, Doutores!

- E ele acaba o serviço ainda hoje, Fran?

- Isso eu não sei, Doutor Crazy... só sei que este capítulo acabou!

Continua...

- - -

Nenhum comentário:

Postar um comentário