Luís Campos (Blind Joker)
Durante o percurso até o local que seria desenhado no chão, com pedras
magnetizadas, o grande Círculo Mágico, Madame Mínima e o Exu Alecrim
encontraram vários conhecidos, entre estes, o bruxo Frater Aamon, o
qual, segundo as más línguas, é representante do Capeta por aqui; o
mago Manblind que, como se sabe, tem uma diferença com a Mínima por
conta de um anel que pertenceu ao Merlin e Manblind reclama o direito
de propriedade por herança, visto ser descendente deste, mas a bruxa
diz que não devolverá o anel pois o ganhou honestamente e assim vivem
em eterno conflito; Paty, a bruxinha patricinha com seu gato Shompson
nos braços. Ela ganhou esse epíteto por só andar na moda, usar roupas
de marca, mini-saia, celular e uma vassoura motorizada. Ela se diz uma
bruxa "chique"; Brusílvia, que apresenta um programa radiofônico na
FM51, uma das emissoras do Reino dos Campos Livres; Vovó Debruxa,
sempre com seus livros de receitas sob o braço; Clara Luz, a "bruxa
angelical"; A bruxa Irina; o feiticeiro Gargamel e seu gato, Cruel; a
bruxa do 71; a feiticeira Samantha; as bruxas Alcéia e Meméia; o bruxo
Buggy; Maga Patalógika e sua grande amiga, Madame Min; o mago de ID;
a feiticeira Faceira; o Mestre dos Magos; a feiticeira Magala; o mago
negro, Spectro; o Mago do Tempo; Capitão Frio; o Mestre dos Anéis; a
Patinadora; o mago John Constantine ; a bruxa Faustina; a bruxa Chet;
o mago Gorpo; Lex Luthor; el mago Fafá; o mago Contra Magin ;
Dr. Estranho; Mandrake, o mágico e seu assistente Lothar; o mago Aker;
El mago Baixa; o mago Gordalf; o mago Mefisto; a feiticeira Escarlate;
Dona Beija, a feiticeira Do Araxá; a feiticeira Joana Prado; Thor, a
feiticeira; o duende Gwildor; Sargon, o feiticeiro; Maligna e seu
amigo Esqueleto; a feiticeira Circe, inimiga da Mulher-Maravilha; a
Feiticeira, guardiã do castelo de Grayskull; Merzah, o místico; o
mágico Zanzibar; Noturno; a feiticeira e cigana Margali Szardos;
Madame Riso, a feiticeira atrapalhada; o feiticeiro Mumm-Ra; a Bruxa
do Mar; a Feiticeira Prateada; o druida Panoramix; o bruxo Don Juan; o
bruxo Baltasar Serapio; Lucifera, a monstra da árvore; Garda, a mulher
sanguessuga; Valentina, a deusa serpente; o feiticeiro Isputnik; as
bruxas Bene e Geserits; o bruxo Muad'ib; os bruxos preston kreston e
ganbalf; a madrasta de Branca-de-Neve; a bruxa do Norte; Úrsula, a
bruxa; Kika Superbruja; Harry Potter; a bruxinha que era boa; Albus
Dumbledore; Gellert Grindelwald; Miss Ernst; Dorothy Parker; Rebecca
de Winter; Cathy Ames; Bellatrix Lestrange; doña Paz, la bruja;
a bruxa Nerissa; Dillon, o mago; a bruxa Couchet; la bruja Mari
Fernández; bruja Catalina Gómez; bruja Isabel de Rivera; bruja Juana
Aguilera y Lescano; bruja Maria Brava; bruja Juana Nuñez Dientes;
bruja Alfonsa Ortiz; bruja Flora Valetín; bruja Leonor de Barzana;
bruja Juana Hernandez; bruja Josefa Carranza; bruja Antonia de Acosta
Mexia; bruja Jacinta Godoy; Vampirela; Áquila; o curandeiro Guran;
Satanésio; Bento Carneiro, o vampiro brasileiro; Zé do Caixão; a
feiticeira Funinach; a bruxa Aifé; a bruxa Huston; o mago Magicus
Tremendus; a bruxa Onilda e sua coruja Olhona; o feiticeiro Lug; as
magas Bobdh, Macha e Morrigane; a feiticeira Diancecht; o bruxo
Skirnir; a bruxa Signy; Lord Voldemort; Regnir, o anão feiticeiro e
o mago Shazam.
Além das bruxas, bruxos, druidas, feiticeiras, feiticeiros, magas,
magos e o babalorixá Exu Alecrim, havia também ciganas, ciganos, iaôs
e ialorixás, oriundos dos quatro cantos do mundo, conhecidos ou não,
que sempre marcaram presença na CAMBADA.
Embora não pudessem participar dos rituais da CAMBADA, apareceram
duendes, elfos, esqueletos, fadas, fantasmas, faunos, globins,
gnomos, leprechauns, lobisomens, múmias, ogros, ondinas, salamandras,
silfos, tritões, trolls, vampiros e zumbis.
Rô, o Exu Alecrim, observador, chamou a atenção da Madame Mínima para
uma figura esquisita que parecia querer ser notada...
- Hei, Mínima... quem é aquela mulher gorda, meio desdentada e de pele
esverdeada?
- É a Bruxa Hazel, Rô! Só ela tem aqueles dedos finos!
- Esse cabelo desgrenhado e repleto de grampos a deixa horrorosa!
- Ela se cuida pra isso. Ela quer ser a bruxa mais feia do universo!
E acho que aquele cabelo preto é pintado! Hihihihihi!
- Eu acho que ela conseguiu, Mínima! Hahahahahaha!
- É mesmo, Rô! Hihihihihihihi!
_ * _
Alguns minutos depois que chegara Mínima, a bruxa MAdréa, trazendo ao
ombro uma velha gralha azul e o dragão Danyl a reboque, pousou seu
pincel voador próximo ao local em que estava o Tridog. Assim que
aterrissou, amarrou Danyl num outro arbusto e foi procurar a amiga.
- Olá, Danyl! Seja bem-vindo à CAMBADA! - disse Reidog.
- O companheiro Danyl poderia ter tomado um banhozinho antes de vir!
- Eu tomei banho antes de sair de casa, mas pela catinga que você
exala, acho que quem não tomou banho foi você, amigo!
- Calma, companheiro Pardog... acho que devemos respeitar a opção
do companheiro Danyl, afinal, dar banho num dragão não deve ser fácil,
né?
- Calma um cacete, Eddog... deixa de ser puxa-saco!
- Não sou puxa-saco, companheiro... apenas acho que...
- Olhem aqui, caras... não tô a fim de agüentar as brigas de vocês...
quero descansar um pouco, tá? - disse Reidog.
- Vai se catar, pulguento... quer dormir, volte pra sua casinha de
boneca e pedras róseas, amigo!
- Por que toda essa agressividade com o companheiro Reidog, Pardog?
O que lhe falta, companheiro?
- Deixe ele, Eddog... quando eu me retar mordo a orelha dele!
- Você vai morder é meu ...
- Que boca suja, Pardog!
- Cala a boca, seu dragão pé-duro!
- Quem o ouve, até pensa que você tem pedigree... eu conheço sua
origem, Pardog!
- Você não sabe com quem tá se metendo, seu dragãozinho mangueirense!
- Acho melhor vocês calarem... alguém se aproxima! - disse Reidog.
_ * _
Antes de iniciar-se o evento, Morgana, a Bruxa-Mor que presidira a
CAMBADA do ano anterior, em obediência ao que exige o Estatuto Bruxal,
à Bíblia das Bruxas, os grimoires, o Livro das Sombras, a cabala, à
tradição Wicciana e Druídica, escolheu entre os presentes quem a
substituiria na Convenção atual. Ela subiu no palco armado próximo ao
Círculo Mágico e olhou à sua volta, como se procurando alguém em
especial. Ao ver a pessoa que procurava, tratou de chamá-la ao palco:
- Por favor, Madame Mínima... venha ao palco!
Assim que a Bruxa-Mor pronunciou o nome da Mínima, todos sabiam que
ela fora escolhida para presidir o evento.
Os congressistas responderam com aplausos, assobios, apupos e palavras
de ordem...
PLAC PLAC PLAC! FIUIII FIUIII FIUIII! UUU UUU UUU! plac plac plac!
- Goiabada, digo, marmelada! - gritou uma bruxinha burrinha.
PLAC PLAC PLAC! FIUIII FIUIII FIUIII! UUU UUU UUU! plac plac plac!
- Ela foi escolhida porque é a protagonista dessa historinha! - gritou
uma bruxa invejosa.
PLAC PLAC PLAC! FIUIII FIUIII FIUIII! UUU UUU UUU! plac plac plac!
- Só vai ser Bruxa-Mor porque é amiga do autor desse folhetim! -
gritou um feiticeiro sacana que conhece os dois.
PLAC PLAC PLAC! FIUIII FIUIII FIUIII! UUU UUU UUU! plac plac plac!
- Quero meu dinheiro de volta! - gritou um cigano sovina.
PLAC PLAC PLAC! FIUIII FIUIII FIUIII! UUU UUU UUU! plac plac plac!
Ao ouvir que fora escolhida para presidir a Convenção Anual dos Magos,
Bruxas, Alquimistas, Druidas e Aderentes, Mínima chegou às lágrimas.
Era distinção demais para alguém do seu tamanho... mesmo sendo uma
bruxa famosa nos meios bruxais do Reino dos Campos Livres!
- E a go-gora, que fa-faço, Rô? - gaguejou Mínima.
- Vá até la e mostre que a Madame Mínima está com tudo e não está
prosa, mas sim, que é poderosa! - disse sorrindo o Exu Alecrim.
- Tá bem, Rô! Eu sou mais eu! - disse Mínima recuperando-se do susto.
Madame Mínima foi até o palco e recebeu das mãos de Morgana o athame
que lhe daria poderes para "abrir e fechar" o círculo Mágico Sagrado,
fazendo assim a abertura oficial do evento.
Quando se preparava para descer do palco e dar início ao "ritual de
abertura" do Círculo Mágico, Madame Mínima percebeu um bruxo vestindo
uma capa rubro-negra, um roupão preto e botas de couro de javali. O
homem tinha uma barba branca que lhe caía ao peito, cabelos até os
ombros e um grande bigode que se juntava à barba, escondendo-lhe quase
inteiramente o rosto. Madame Mínima teve certeza que já o vira antes,
mas não lembrava quando nem onde. Desfez o pensamento logo que o
bruxo sumiu entre a multidão e foi cuidar da vida...
Continua...
- - -
Este Blog destina-se à publicação das novelinhas que escrevo para brincar e divertir os amigos, pois muitos destes são personagens das histórias. Estas novelinhas são escritas em capítulos e a intenção é arrancar um sorriso, mesmo que amarelo, do leitor.
sábado, 12 de março de 2011
A Terra dos Perdidos Capítulo V
Luís Campos (Blind Joker)
Nelita conduziu Luís e Evangel à cabine do piloto e colocou a mão
deles sobre o encosto de piloto e co-piloto, respectivamente...
Luís (Procurando) - Aqui está! Vou desligar esse piloto automático!
Nelita - Ave-Maria... quantos relógios!
Ih, o volante está achatado!
Luís - Isso não é volante, Nelita... é o manche!
Nelita - E pra que serve um manche achatado?
Luís - Essa é a forma normal, Nelita... fique em pé entre nossas
poltronas, por favor!
Nelita - Certo!
Luís - O que você vê à frente?
Nelita - O azul do céu e o verde do mar!
Evangel - Que poético!
Luís - Nenhuma terra à vista?
Evangel - Eta frase antiga, Corno Velho!
Luís - Antiga e histórica... dizem!
Nelita - Aiiii!
Luís - O que houve, Nelita?
Nelita - Um de vocês beliscou minha bunda!
Luís - Eu não fui!
Evangel - E nem eu!
Nelita - Vocês são dois sem-vergonhas! Vou me sentar...
Luís - Sente-se entre nossas cadeiras! Preciso que você leia algumas
informações no painel!
Nelita - Tudo bem! Qual você quer primeiro?
Luís - Tá vendo o desenho de um avião num destes relógios?
Nelita (Apontando) - É esse aqui?
Luís - Deve ser! Em que posição ele está?
Nelita - Dentro do relógio, ué!
Luís - Não é isso, Nelita! Ele está na horizontal ou inclinado para
um dos lados?
Nelita - Acho que está inclinado pra... direita... ou será esquerda?
Luís - Direita é a mão que você escreve, Nelita!
Nelita - Ah! Então tá inclinado pra direita!
Luís - Veja aí Evangel, estamos voando inclinados pra esquerda...
Evangel - Que esquerda, cara... ela falou direita!
Luís - Mas ela é canhota, cara!
Evangel - Ah! Então você tá certo! E aí?
Luís - Vou tentar estabilizar o avião!
Evangel - Como?
Luís - Jogando todo o peso da aeronave pro lado direito!
Evangel - Embora não queira admitir que você tem razão, tem lógica!
- * -
Luís (Ao microfone) - Senhores passageiros, queridas "aeroboas", fala
o atual comandante desta "ex-quase-futura" aeronave. Para estabilizar
o avião, peço a todos que saiam do lado esquerdo da aeronave e vão
sentar-se na direita da cabine. Como sei que não há poltronas para
todos desse lado... sentem-se uns nos colos dos outros! Hahahahaha!
Isso é sério, tá? É questão de segurança... a não ser que pretendam
tomar um banho de mar forçado... e virar comida de tubarão!
Em questão de segundos todos foram pro lado indicado pelo comandante!
- * -
Voltando à cabine do piloto...
- "... Foi, por medo, de avião,
que eu peguei pela primeira vez em sua mão..."
Luís - Desligue esse rádio, Evangel!
Evangel - Eu só tô querendo ouvir um pouco de música!
Luís - Mas esse rádio não é pra isso, cara!
Evangel - Então vou pegar meu violão!
Luís - É menos perigoso do que ligar o VHF do avião pra ouvir música!
Ele deve ficar ligado para captar o sinal de algum outro avião ou
de uma torre de controle!
Evangel - Você é muito chato, cara... vou me picar daqui! Fui!
Luís - Acho até bom! Se não quer ajudar, não atrapalhe!
Evangel - Antes que eu esqueça... vá à porra! Fui!
E Evangel deixou a cabine de pilotagem...
Luís - Sente-se aí, Nelita! Não preciso dele para pousar este avião!
Nelita - Onde? No mar?
Luís - Enquanto houver combustível, tentarei mantê-lo no ar até que
encontremos onde pousar!
Nelita - Deus nos ajude!
Luís (Cantando) - "... Quem anda com Deus no peito não tem medo de
assombração..."
Nelita (Cantando) - "... E eu ando com Jesus Cristo, no meu coração!"
Luís - A gente poderia formar uma dupla sertaneja, né? Hahahaha!
Nelita - É... "Lu e Neli"! Hahahahaha!
Luís - Vamos pensar nisso quando volt...
Nelita (Gritando) - Ali... ali... ali!
Luís - Ali o quê, Nelita?
Nelita - Uma ilha... uma ilha!
Luís - É grande?
Nelita - Não sei... está quase no horizonte!
Luís - Estamos no rumo correto da ilha?
Nelita - Eu acho que sim!
Luís - Você não tem que achar... tem que ter certeza!
Nelita - Parece que sim... estamos indo direto pra ela!
Luís - Vou baixar aos poucos a altitude... vá me dizendo o que você vê
na ilha e se estamos no rumo certo!
Nelita - Ela está à nossa direita!
Luís - Entendi... vou dar uma guinada pra esquerda!
Nelita - Ih! Agora ela está à esquerda!
Luís - Voltarei pra direita!
Nelita - Você está fazendo tudo ao contrário do que digo, é?
Luís - Lógico... esqueceu que você é canhota?
Nelita - Você passou da ilha, seu besta!
Luís - Tudo bem... vou retornar!
Deu pra ver alguma coisa? A ilha é grande?
Nelita - Parece que sim... vi algumas montanhas, rios, cachoeiras,
muitas árvores... e uma praia linda!
Luís - Porreta! Vamos pousar nessa praia! Vou baixar mais um pouco!
Nelita - Você já está voltando... olha lá a praia... é linda!
Luís Eu sei... "tô vendo"... vamos pousar em poucas linhas!
Veja se o aviãozinho está no meio do relógio?
Nelita - Não! Tem que vira pra direita...
Luís - Preste muita atenção: gire lentamente o manche e coloque a
frente do aviãozinho na direção da praia, certo?
Nelita - Aiii, estou ficando nervosa!
Luís - Relaxe e deixe o resto comigo!
Nelita - É por isso mesmo que estou nervosa!
Luís - relaxe! Logo estaremos em terra firme!
Nelita - Espero!
- * -
Luís (Ao microfone) - Atenção tripulação... preparar-se para um pouso
às cegas, digo, forçado!
- * -
Na cabine de passageiros as "aeroboas" instruem os passageiros para
uma aterrissagem forçada...
Malu (Ao microfone) - Coloquem suas poltronas na posição vertical,
fechem e travem as mesinhas, coloquem tudo que estiver no colo sob a
poltrona, afivelem seus cintos e mantenham a cabeça entre os joelhos!
Rebeca - Em que cidade pousaremos, Pat Vision?
Pat Vision - Aqui pela janelinha estou vendo muitas árvores... não
parece haver qualquer cidade por perto!
Marlene - Deve ser a Floresta Amazônica, Beca!
Stella - Não é não... tem muitas árvores, mas nenhuma fumaça!
Ezequiel - Será que estamos na África?
Dudinha - Fique quieto, garoto e ponha sua cabeça entre os joelhos!
Nazaré - Não é a África, Ezequiel... parece uma ilha!
Marlene - Deve ser a "Ilha da Fantasia!" Hahahahaha!
Joaquim - Será que encontraremos aquele anãozinho por lá? Hahahahaha!
Carmem - Que anãozinho, Joaquim?
Joaquim - Aquele que gritava: "Olha o avião, Olha o avião!" Hahahaha!
Rita Mendes - Aquele hotel da série era mil por cento!
Nice Pontes - Um luxo só! Bem que eu gostaria de hospedar-me lá!
Marlene - E eu que Luís e Nelita consigam pousar essa droga!
Evangel - Aquele corno velho tá pensando que isso aqui é um dos seus
brinquedinhos!
Rebeca - Nada disso, Evangel! Eu confio em Lu!
Andréa (Cochichando) - Ouviu, Patricinha? Agora é Lu!
Patricinha - Não vejo nada demais nisso, Déa!
Andréa - Como não, meu?
Margô - Eu sei que ele dirigia um carro muito bem!
Ednilson - Vamos confiar no companheiro, pessoal, afinal, ele também
está nessa barca! E se ele se prontificou a pilotar esse...
Danilo - Fecha a matraca, Lorde Lerdo!
Ednilson - Companheiro, você não pode cercear minha palavra, afinal,
existe a liberdade de...
Todos (Gritando) - Cala a boca, Ednilson!
- * -
Voltemos à cabine do piloto...
Luís - Nelita, como está o aviãozinho?
Nelita - Com a frente para baixo!
Luís (Apontando no painel) - Observe aqui nesse a altitude do avião,
neste outro aqui, observe a velocidade e nesse terceiro que tem o
aviãozinho e se chama "horizonte artificial", você vê se estamos indo
nivelado, isso é, se a frente do aviãozinho está certinha!
Se eu me desviar da praia, me avise! Vá me dizendo os valores que
ler nesses dois relógios, tá?
Nelita - Vou tentar! É muita coisa de uma só vez!
Luís - Tenha calma! Vá olhando um de cada vez e me dizendo... na ordem
que lhe falei, certo?
Nelita - Certo! Altitude, 12 mil pés... velocidade, 280 nós...
10 mil... 240...
Luís - Acionando flapes e baixando trem de pouso!
* ZIIIIIIIIIIIIIM! TUMP! TUMP!
Nelita - ... 8 mil... 220... 6 mil... 190... 4 mil... 167... 2 mil...
160... 1 mil... 120...
* SPLAMCH! THUMPBH!
Luís - Aterrissamos! Ainda bem que as rodas não afundaram na areia!
Nelita - Essa areia é dura, não são como as das praias nordestinas!
Luís - Porreta! Parabéns, Nelita!
Nelita - Parabéns pra nós dois!
Luís - Tá tudo livre à frente?
Nelita - Tem muitos coqueiros na direita, mas estão longe e a praia é
extensa e deserta!
Luís - Ótimo! Falta pouco! Segure o manche comigo pra que eu não vá
pros lados!
Nelita - Ok!
Assim que o avião tocou a areia, Luís o deixou correr alguns metros,
acionou o reverso e os Spoilers...
Luís - Nelita, quando o relógio marcar 60 nós, me avise!
Nelita - Tá bem... já chegou!
Luís desativou o reverso, pisou no freio e desligou o motor. O avião
andou mais alguns metros e finalmente, parou. Nesse instante a cabine
de passageiros explodiu... de alegria!
Todos - Uuuuuu iupiii uaua uau fiuiiiiiiii plac plac plac!
Continua...
- - -
Nelita conduziu Luís e Evangel à cabine do piloto e colocou a mão
deles sobre o encosto de piloto e co-piloto, respectivamente...
Luís (Procurando) - Aqui está! Vou desligar esse piloto automático!
Nelita - Ave-Maria... quantos relógios!
Ih, o volante está achatado!
Luís - Isso não é volante, Nelita... é o manche!
Nelita - E pra que serve um manche achatado?
Luís - Essa é a forma normal, Nelita... fique em pé entre nossas
poltronas, por favor!
Nelita - Certo!
Luís - O que você vê à frente?
Nelita - O azul do céu e o verde do mar!
Evangel - Que poético!
Luís - Nenhuma terra à vista?
Evangel - Eta frase antiga, Corno Velho!
Luís - Antiga e histórica... dizem!
Nelita - Aiiii!
Luís - O que houve, Nelita?
Nelita - Um de vocês beliscou minha bunda!
Luís - Eu não fui!
Evangel - E nem eu!
Nelita - Vocês são dois sem-vergonhas! Vou me sentar...
Luís - Sente-se entre nossas cadeiras! Preciso que você leia algumas
informações no painel!
Nelita - Tudo bem! Qual você quer primeiro?
Luís - Tá vendo o desenho de um avião num destes relógios?
Nelita (Apontando) - É esse aqui?
Luís - Deve ser! Em que posição ele está?
Nelita - Dentro do relógio, ué!
Luís - Não é isso, Nelita! Ele está na horizontal ou inclinado para
um dos lados?
Nelita - Acho que está inclinado pra... direita... ou será esquerda?
Luís - Direita é a mão que você escreve, Nelita!
Nelita - Ah! Então tá inclinado pra direita!
Luís - Veja aí Evangel, estamos voando inclinados pra esquerda...
Evangel - Que esquerda, cara... ela falou direita!
Luís - Mas ela é canhota, cara!
Evangel - Ah! Então você tá certo! E aí?
Luís - Vou tentar estabilizar o avião!
Evangel - Como?
Luís - Jogando todo o peso da aeronave pro lado direito!
Evangel - Embora não queira admitir que você tem razão, tem lógica!
- * -
Luís (Ao microfone) - Senhores passageiros, queridas "aeroboas", fala
o atual comandante desta "ex-quase-futura" aeronave. Para estabilizar
o avião, peço a todos que saiam do lado esquerdo da aeronave e vão
sentar-se na direita da cabine. Como sei que não há poltronas para
todos desse lado... sentem-se uns nos colos dos outros! Hahahahaha!
Isso é sério, tá? É questão de segurança... a não ser que pretendam
tomar um banho de mar forçado... e virar comida de tubarão!
Em questão de segundos todos foram pro lado indicado pelo comandante!
- * -
Voltando à cabine do piloto...
- "... Foi, por medo, de avião,
que eu peguei pela primeira vez em sua mão..."
Luís - Desligue esse rádio, Evangel!
Evangel - Eu só tô querendo ouvir um pouco de música!
Luís - Mas esse rádio não é pra isso, cara!
Evangel - Então vou pegar meu violão!
Luís - É menos perigoso do que ligar o VHF do avião pra ouvir música!
Ele deve ficar ligado para captar o sinal de algum outro avião ou
de uma torre de controle!
Evangel - Você é muito chato, cara... vou me picar daqui! Fui!
Luís - Acho até bom! Se não quer ajudar, não atrapalhe!
Evangel - Antes que eu esqueça... vá à porra! Fui!
E Evangel deixou a cabine de pilotagem...
Luís - Sente-se aí, Nelita! Não preciso dele para pousar este avião!
Nelita - Onde? No mar?
Luís - Enquanto houver combustível, tentarei mantê-lo no ar até que
encontremos onde pousar!
Nelita - Deus nos ajude!
Luís (Cantando) - "... Quem anda com Deus no peito não tem medo de
assombração..."
Nelita (Cantando) - "... E eu ando com Jesus Cristo, no meu coração!"
Luís - A gente poderia formar uma dupla sertaneja, né? Hahahaha!
Nelita - É... "Lu e Neli"! Hahahahaha!
Luís - Vamos pensar nisso quando volt...
Nelita (Gritando) - Ali... ali... ali!
Luís - Ali o quê, Nelita?
Nelita - Uma ilha... uma ilha!
Luís - É grande?
Nelita - Não sei... está quase no horizonte!
Luís - Estamos no rumo correto da ilha?
Nelita - Eu acho que sim!
Luís - Você não tem que achar... tem que ter certeza!
Nelita - Parece que sim... estamos indo direto pra ela!
Luís - Vou baixar aos poucos a altitude... vá me dizendo o que você vê
na ilha e se estamos no rumo certo!
Nelita - Ela está à nossa direita!
Luís - Entendi... vou dar uma guinada pra esquerda!
Nelita - Ih! Agora ela está à esquerda!
Luís - Voltarei pra direita!
Nelita - Você está fazendo tudo ao contrário do que digo, é?
Luís - Lógico... esqueceu que você é canhota?
Nelita - Você passou da ilha, seu besta!
Luís - Tudo bem... vou retornar!
Deu pra ver alguma coisa? A ilha é grande?
Nelita - Parece que sim... vi algumas montanhas, rios, cachoeiras,
muitas árvores... e uma praia linda!
Luís - Porreta! Vamos pousar nessa praia! Vou baixar mais um pouco!
Nelita - Você já está voltando... olha lá a praia... é linda!
Luís Eu sei... "tô vendo"... vamos pousar em poucas linhas!
Veja se o aviãozinho está no meio do relógio?
Nelita - Não! Tem que vira pra direita...
Luís - Preste muita atenção: gire lentamente o manche e coloque a
frente do aviãozinho na direção da praia, certo?
Nelita - Aiii, estou ficando nervosa!
Luís - Relaxe e deixe o resto comigo!
Nelita - É por isso mesmo que estou nervosa!
Luís - relaxe! Logo estaremos em terra firme!
Nelita - Espero!
- * -
Luís (Ao microfone) - Atenção tripulação... preparar-se para um pouso
às cegas, digo, forçado!
- * -
Na cabine de passageiros as "aeroboas" instruem os passageiros para
uma aterrissagem forçada...
Malu (Ao microfone) - Coloquem suas poltronas na posição vertical,
fechem e travem as mesinhas, coloquem tudo que estiver no colo sob a
poltrona, afivelem seus cintos e mantenham a cabeça entre os joelhos!
Rebeca - Em que cidade pousaremos, Pat Vision?
Pat Vision - Aqui pela janelinha estou vendo muitas árvores... não
parece haver qualquer cidade por perto!
Marlene - Deve ser a Floresta Amazônica, Beca!
Stella - Não é não... tem muitas árvores, mas nenhuma fumaça!
Ezequiel - Será que estamos na África?
Dudinha - Fique quieto, garoto e ponha sua cabeça entre os joelhos!
Nazaré - Não é a África, Ezequiel... parece uma ilha!
Marlene - Deve ser a "Ilha da Fantasia!" Hahahahaha!
Joaquim - Será que encontraremos aquele anãozinho por lá? Hahahahaha!
Carmem - Que anãozinho, Joaquim?
Joaquim - Aquele que gritava: "Olha o avião, Olha o avião!" Hahahaha!
Rita Mendes - Aquele hotel da série era mil por cento!
Nice Pontes - Um luxo só! Bem que eu gostaria de hospedar-me lá!
Marlene - E eu que Luís e Nelita consigam pousar essa droga!
Evangel - Aquele corno velho tá pensando que isso aqui é um dos seus
brinquedinhos!
Rebeca - Nada disso, Evangel! Eu confio em Lu!
Andréa (Cochichando) - Ouviu, Patricinha? Agora é Lu!
Patricinha - Não vejo nada demais nisso, Déa!
Andréa - Como não, meu?
Margô - Eu sei que ele dirigia um carro muito bem!
Ednilson - Vamos confiar no companheiro, pessoal, afinal, ele também
está nessa barca! E se ele se prontificou a pilotar esse...
Danilo - Fecha a matraca, Lorde Lerdo!
Ednilson - Companheiro, você não pode cercear minha palavra, afinal,
existe a liberdade de...
Todos (Gritando) - Cala a boca, Ednilson!
- * -
Voltemos à cabine do piloto...
Luís - Nelita, como está o aviãozinho?
Nelita - Com a frente para baixo!
Luís (Apontando no painel) - Observe aqui nesse a altitude do avião,
neste outro aqui, observe a velocidade e nesse terceiro que tem o
aviãozinho e se chama "horizonte artificial", você vê se estamos indo
nivelado, isso é, se a frente do aviãozinho está certinha!
Se eu me desviar da praia, me avise! Vá me dizendo os valores que
ler nesses dois relógios, tá?
Nelita - Vou tentar! É muita coisa de uma só vez!
Luís - Tenha calma! Vá olhando um de cada vez e me dizendo... na ordem
que lhe falei, certo?
Nelita - Certo! Altitude, 12 mil pés... velocidade, 280 nós...
10 mil... 240...
Luís - Acionando flapes e baixando trem de pouso!
* ZIIIIIIIIIIIIIM! TUMP! TUMP!
Nelita - ... 8 mil... 220... 6 mil... 190... 4 mil... 167... 2 mil...
160... 1 mil... 120...
* SPLAMCH! THUMPBH!
Luís - Aterrissamos! Ainda bem que as rodas não afundaram na areia!
Nelita - Essa areia é dura, não são como as das praias nordestinas!
Luís - Porreta! Parabéns, Nelita!
Nelita - Parabéns pra nós dois!
Luís - Tá tudo livre à frente?
Nelita - Tem muitos coqueiros na direita, mas estão longe e a praia é
extensa e deserta!
Luís - Ótimo! Falta pouco! Segure o manche comigo pra que eu não vá
pros lados!
Nelita - Ok!
Assim que o avião tocou a areia, Luís o deixou correr alguns metros,
acionou o reverso e os Spoilers...
Luís - Nelita, quando o relógio marcar 60 nós, me avise!
Nelita - Tá bem... já chegou!
Luís desativou o reverso, pisou no freio e desligou o motor. O avião
andou mais alguns metros e finalmente, parou. Nesse instante a cabine
de passageiros explodiu... de alegria!
Todos - Uuuuuu iupiii uaua uau fiuiiiiiiii plac plac plac!
Continua...
- - -
As Aventuras de Frankenstinha Capítulo V
Luís Campos (Blind Joker)
- Ao trabalho, Worst! Pegue a furadeira, uma broca de nove e outra de
seis milímetros, chaves de boca treze e dez, e o alicate de corte!
Doutor Worst pegou a caixa de ferramentas e trouxe pro laboratório...
- Pronto, Crazy! Está tudo aqui!
E como vamos unir os ossos, Crazy?
- Desarme aquela "antena parabélica" que foi da Segunda Guerra Mundial
e tire os parafusos, porcas e os arames, Worst!
- É pra já, Crazy!
E Worst foi desarmar a velha antena, enquanto Crazy fazia algumas
incisões na perna e no pé de Fran. Depois, com a furadeira e a broca
de nove milímetros, fez três furos na tíbia e, com a broca de seis
milímetros, fez mais três furos: um no astrágalo, outro no calcâneo e
o último no cubóide. Assim que ele acabou a furação, Doutor Worst
chegou trazendo o material da antena...
- Que fedor terrível, Crazy!
- É o fedor do osso que foi queimado pela broca, Worst!
- Aqui estão os parafusos, as porcas e o arame, Crazy!
- Tem algum enferrujado, Worst?
- Não Crazy... são de aço inoxidável e estão novinhos!
- Coloque tudo no esterilizador biônico, Worst! Ligue o gerador de
íons refratários para evitar a corrosão. Quando a carga da solução
eletrolítica alcançar cento e cinqüenta e um amperes, você fecha o
circuito, Worst!
- Vamos precisar de uma corrente de mil volts, Crazy!
- A reação do cátodo e do ânodo quando a magnitude da tensão inverter
a polaridade, teremos a descarga no arco voltaico que precisamos!
- Vou captar a alta tensão através do pára-raios e criar um campo
elétrico de carga não linear. O conversor de freqüência nos dará uma
corrente de fuga à terra, impedindo um curto-circuito e o efeito
termiônico oriundo da ionização negativa do pólo. O fluxo da corrente
no raio catódico criará a resistividade da tensão positiva!
Entendeu, Crazy?
- Nem eu, nem os leitores dessa novelinha, Worst!
- Mas é pra eles não entenderem mesmo, Crazy! Basta pensarem que o que
eu disse faz qualquer sentido! Hahahahaha!
- Aliás, Worst, nada nessa novelinha faz sentido! Hahahahaha!
- É verdade, Crazy! Hahahahahaha!
- Bem, vamos continuar com a novelinha, Worst. Enquanto você faz tudo
isso que falou, vou colocar os parafusos na perna e no pé da Fran!
* SPREECH SPREECH SPREECH! SPRINCH SPRINCH SPRINCH! CRECK CRECK CRECK!
* TLAX TLAX BLAX! ZYMMMMPICH ZIMMMPCH ZIMMMPICH! BLOP BLOP BLOP!
- Pronto, Worst! Já coloquei os seis parafusos e a malha de arame de
antimônio na perna e no pé da Fran!
- Vou ligar os eletrodos para cauterizar os ferimentos, Crazy!
- Manda brasa, Worst!
- É um, é dois, é três, é quatro, é...
- Cheeeeeega, Worst! Ligue logo essa droga!
- Ninguém tem paciência comigo!
- Liga essa merda, Worst!
- Tá bom, tá bom! Ligandóóóóó!
* CLICK! TRIXCHZWM! BIZZZZZZZZZ! TECHT! FRUMMMMMMM!
Dois minutos depois...
- Veja, Worst... criamos um arco voltaico na cabeça dela e tá soltando
centelhas elétricas!
- Será que torrou o cérebro dela, Crazy?
- Que nada, Worst... Fran tem a cabeça dura! Hahahahahahahah!
- Olhe, Crazy... os mamilos dela estão pegando fogo! e a...
- Cale-se, Worst... vá pegar o extintor!
- Já estava aqui, Crazy! Sai de baixo!
* FUNCHFUNCHFUNCHFUNCHFUNCHFUNCHFUNCH! SPRACHUM!
- Bom trabalho, Worst!
- Obrigado, Crazy!
- Agora é só esperar o efeito da anestesia passar, Worst!
- Eu não quero estar perto, Crazy!
- Não se preocupe, Worst! Fizemos um belo trabalho!
- Espero que ela pense o mesmo, Crazy!
- Enquanto ela não acorda, vamos jogar o jogo da velha, Worst?
- Vamos, Crazy! Desenhe o tabuleiro na barriga da Fran, assim, quando
ela acordar, a gente tá por perto!
- Boa idéia, Worst! Vou desenhar o tabuleiro com iodo!
- Vamos usar as pedras da dama... eu fico com as brancas!
- Pronto, Worst! Você começa!
E assim, por cerca de uma hora os cientistas jogaram o jogo da velha
sobre a barriga de Fran, até que...
- Que zorra é essa? - disse Fran sentando-se na bancada.
- Poxa, Fran... na hora que eu ia ganhar o jogo?
- E desde quando minha barriga é tabuleiro de jogo, Doutor Crazy?
- Desde que eu pintei um nela, Fran! Tem mais ou menos uma hora!
- E por que eu estou nua?
- Porque nós tiramos sua roupa, Fran!
- E posso saber pra que vocês tiraram minha roupa, Doutor Worst?
- Para operá-la, Fran!
- O quê? Que ferros são esses em minha perna e no meu pé?
- Não fui eu, Fran... foi o Crazy!
- Mas você ajudou, Worst!
- Só um pouquinho, Fran... só um pouquinho!
- Depois eu acerto as contas com vocês! Me dê minhas roupas, Doutor
Worst!
- Pode ficar assim, Fran... é melhor que não sua!
- Me dê logo essa calcinha, Doutor Crazy!
- Tá bem, Fran... mas não se zangue!
- Tome aqui o resto, Fran!
- Obrigada, Doutor Worst! Olhem pro outro lado, Doutores!
- Agora isso não importa, Fran!
- É mesmo, Crazy... a gente já viu ela nua!
- Não quero saber! Virem de costas!
Fran vestiu a blusa, a calcinha e a saia, mas ao dar um impulso no
corpo para levantar-se...
- Uaiiiii!
- Ih, Crazy... Fran tá voando! Hahahahaha!
- Fran, desça aqui!
- Não sei como, Doutor Crazy!
- Pegue essa corda que eu a puxo, Fran!
- Segurei, Doutor Crazy! Pode puxar!
Com a ajuda do cientista Fran "pousou" no chão...
- Não pise no chão com a perna esquerda, Fran!
- Certo, Doutor Crazy! O que aconteceu? por que voei?
- Ainda não sabemos, Fran! Acho que a operação afetou seu cérebro!
- Como assim, Doutor Worst?
- Seu cérebro ficou disparando centelhas elétricas, Fran!
- E seus mamilos e a... bichinha pegou fogo, Fran!
- Que loucura é essa, Doutores?
- Pergunte ao autor dessa novelinha, Fran!
- A gente não tem nada com isso, Fran!
- Se eu pegar esse autorzinho, eu...
Autor - Você faria o quê, Fran?
- Eu, eu...
- Deixe de ingratidão... eu lhe dou superpoderes e você ainda reclama?
Continua...
- - -
- Ao trabalho, Worst! Pegue a furadeira, uma broca de nove e outra de
seis milímetros, chaves de boca treze e dez, e o alicate de corte!
Doutor Worst pegou a caixa de ferramentas e trouxe pro laboratório...
- Pronto, Crazy! Está tudo aqui!
E como vamos unir os ossos, Crazy?
- Desarme aquela "antena parabélica" que foi da Segunda Guerra Mundial
e tire os parafusos, porcas e os arames, Worst!
- É pra já, Crazy!
E Worst foi desarmar a velha antena, enquanto Crazy fazia algumas
incisões na perna e no pé de Fran. Depois, com a furadeira e a broca
de nove milímetros, fez três furos na tíbia e, com a broca de seis
milímetros, fez mais três furos: um no astrágalo, outro no calcâneo e
o último no cubóide. Assim que ele acabou a furação, Doutor Worst
chegou trazendo o material da antena...
- Que fedor terrível, Crazy!
- É o fedor do osso que foi queimado pela broca, Worst!
- Aqui estão os parafusos, as porcas e o arame, Crazy!
- Tem algum enferrujado, Worst?
- Não Crazy... são de aço inoxidável e estão novinhos!
- Coloque tudo no esterilizador biônico, Worst! Ligue o gerador de
íons refratários para evitar a corrosão. Quando a carga da solução
eletrolítica alcançar cento e cinqüenta e um amperes, você fecha o
circuito, Worst!
- Vamos precisar de uma corrente de mil volts, Crazy!
- A reação do cátodo e do ânodo quando a magnitude da tensão inverter
a polaridade, teremos a descarga no arco voltaico que precisamos!
- Vou captar a alta tensão através do pára-raios e criar um campo
elétrico de carga não linear. O conversor de freqüência nos dará uma
corrente de fuga à terra, impedindo um curto-circuito e o efeito
termiônico oriundo da ionização negativa do pólo. O fluxo da corrente
no raio catódico criará a resistividade da tensão positiva!
Entendeu, Crazy?
- Nem eu, nem os leitores dessa novelinha, Worst!
- Mas é pra eles não entenderem mesmo, Crazy! Basta pensarem que o que
eu disse faz qualquer sentido! Hahahahaha!
- Aliás, Worst, nada nessa novelinha faz sentido! Hahahahaha!
- É verdade, Crazy! Hahahahahaha!
- Bem, vamos continuar com a novelinha, Worst. Enquanto você faz tudo
isso que falou, vou colocar os parafusos na perna e no pé da Fran!
* SPREECH SPREECH SPREECH! SPRINCH SPRINCH SPRINCH! CRECK CRECK CRECK!
* TLAX TLAX BLAX! ZYMMMMPICH ZIMMMPCH ZIMMMPICH! BLOP BLOP BLOP!
- Pronto, Worst! Já coloquei os seis parafusos e a malha de arame de
antimônio na perna e no pé da Fran!
- Vou ligar os eletrodos para cauterizar os ferimentos, Crazy!
- Manda brasa, Worst!
- É um, é dois, é três, é quatro, é...
- Cheeeeeega, Worst! Ligue logo essa droga!
- Ninguém tem paciência comigo!
- Liga essa merda, Worst!
- Tá bom, tá bom! Ligandóóóóó!
* CLICK! TRIXCHZWM! BIZZZZZZZZZ! TECHT! FRUMMMMMMM!
Dois minutos depois...
- Veja, Worst... criamos um arco voltaico na cabeça dela e tá soltando
centelhas elétricas!
- Será que torrou o cérebro dela, Crazy?
- Que nada, Worst... Fran tem a cabeça dura! Hahahahahahahah!
- Olhe, Crazy... os mamilos dela estão pegando fogo! e a...
- Cale-se, Worst... vá pegar o extintor!
- Já estava aqui, Crazy! Sai de baixo!
* FUNCHFUNCHFUNCHFUNCHFUNCHFUNCHFUNCH! SPRACHUM!
- Bom trabalho, Worst!
- Obrigado, Crazy!
- Agora é só esperar o efeito da anestesia passar, Worst!
- Eu não quero estar perto, Crazy!
- Não se preocupe, Worst! Fizemos um belo trabalho!
- Espero que ela pense o mesmo, Crazy!
- Enquanto ela não acorda, vamos jogar o jogo da velha, Worst?
- Vamos, Crazy! Desenhe o tabuleiro na barriga da Fran, assim, quando
ela acordar, a gente tá por perto!
- Boa idéia, Worst! Vou desenhar o tabuleiro com iodo!
- Vamos usar as pedras da dama... eu fico com as brancas!
- Pronto, Worst! Você começa!
E assim, por cerca de uma hora os cientistas jogaram o jogo da velha
sobre a barriga de Fran, até que...
- Que zorra é essa? - disse Fran sentando-se na bancada.
- Poxa, Fran... na hora que eu ia ganhar o jogo?
- E desde quando minha barriga é tabuleiro de jogo, Doutor Crazy?
- Desde que eu pintei um nela, Fran! Tem mais ou menos uma hora!
- E por que eu estou nua?
- Porque nós tiramos sua roupa, Fran!
- E posso saber pra que vocês tiraram minha roupa, Doutor Worst?
- Para operá-la, Fran!
- O quê? Que ferros são esses em minha perna e no meu pé?
- Não fui eu, Fran... foi o Crazy!
- Mas você ajudou, Worst!
- Só um pouquinho, Fran... só um pouquinho!
- Depois eu acerto as contas com vocês! Me dê minhas roupas, Doutor
Worst!
- Pode ficar assim, Fran... é melhor que não sua!
- Me dê logo essa calcinha, Doutor Crazy!
- Tá bem, Fran... mas não se zangue!
- Tome aqui o resto, Fran!
- Obrigada, Doutor Worst! Olhem pro outro lado, Doutores!
- Agora isso não importa, Fran!
- É mesmo, Crazy... a gente já viu ela nua!
- Não quero saber! Virem de costas!
Fran vestiu a blusa, a calcinha e a saia, mas ao dar um impulso no
corpo para levantar-se...
- Uaiiiii!
- Ih, Crazy... Fran tá voando! Hahahahaha!
- Fran, desça aqui!
- Não sei como, Doutor Crazy!
- Pegue essa corda que eu a puxo, Fran!
- Segurei, Doutor Crazy! Pode puxar!
Com a ajuda do cientista Fran "pousou" no chão...
- Não pise no chão com a perna esquerda, Fran!
- Certo, Doutor Crazy! O que aconteceu? por que voei?
- Ainda não sabemos, Fran! Acho que a operação afetou seu cérebro!
- Como assim, Doutor Worst?
- Seu cérebro ficou disparando centelhas elétricas, Fran!
- E seus mamilos e a... bichinha pegou fogo, Fran!
- Que loucura é essa, Doutores?
- Pergunte ao autor dessa novelinha, Fran!
- A gente não tem nada com isso, Fran!
- Se eu pegar esse autorzinho, eu...
Autor - Você faria o quê, Fran?
- Eu, eu...
- Deixe de ingratidão... eu lhe dou superpoderes e você ainda reclama?
Continua...
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A história de Danyl Capítulo V
Luís Campos (Blind Joker)
Como acabara seu banho, Iul saiu da água e foi até onde estavam suas
roupas. Ao pegá-las para vestir-se, Danyl viu uma bengala que estava
sob as vestes do rapaz...
- Hei... você é cego?
- Sou!
- E fica andando por aí sozinho?
- Por que não? Conheço todos os caminhos que preciso andar, sei onde
estão as coisas que preciso...
- E para ler e escrever, como você faz?
- É fácil... além do braille, tenho o Dosvox no meu micro!
- Braille? Dosvox? Micro? Essa historinha se passa na Idade Média...
ainda não haviam sido "inventadas" essas coisas!
- E daí? E a liberdade da criação? Você esquece que isso aqui é mera
ficção? Deixe de ser chato! O autor vai retar com você!
- Não posso fazer nada... eu sou assim mesmo!
E a culpa é dele, não é? Tal pai, tal filho!
- Lembre-se, Danyl, que numa obra de arte pode acontecer de tudo.
O autor tem a liberdade de criar segundo seus conceitos, idéias e
imaginação! Numa ficção literária o autor escreve o que ele quer, não
importa que não seja verossímil!
- Tudo bem, mas também não esqueci que ainda não inventaram a energia
elétrica!
- Eu uso a energia solar e a eólica, amigo Danyl!
- Mas se você é pobre, como pode ter tudo isso?
- Poxa, Danyl... você é um chato de galocha!
- Eu sei, eu sei... tô só zoando esse autorzinho abestado, Iul!
Hahahahahah!
- Acho que você não deveria fazer isso, Danyl. Você é uma das
personagens dele... ele pode simplesmente "matá-lo"!
- E você acha que ele mataria sua galinha dos ovos de ouro, Iul?
- Acho que você está sendo pretencioso... o cara tem um elenco de
personagens de dar inveja à DC Comics, ao Disney, à Hanna Barbera, à
Marvel, ao Maurício de Souza, ao Ziraldo... e eu sou fã de todos!
- Nunca os vi mais gordos... ou magros!
- Pois eu lhe digo... tem o 00Blind, um agente não tão secreto; All
Blind, o Paladino das Areias; Bill Blind, o Ás do Gatilho; Blind Hood,
o Arqueiro da Floresta; Blind-Hur, o gladiador; Blind Kid, o Herói do
Agreste; Blind Ness, o Intocável; Blind Speed, o Ás das Pistas;
Blindião, o Rei do Sertão; Blindox, o Gaulês nada Cortês; Blindzan,
o Senhor das Selvas; Capitão Blind, o Terror dos Sete Mares; Don
Blind, a Espada da Lei; Flech Blind, o Xerife das galáxias; Manblind,
o Mago; Owlblind, o Olho da Noite; Samurai Blind, o Guerreiro Místico;
Sir Blind, o Príncipe de Estória; Skullblind, a Marca da Justiça e o
Super-Blind... quer mais?
- Tá bom, Iul... talvez ele não seja tão ruim, mas esses personagens
mais parecem cópias de outros... e isso é plagio!
- Nada disso, Danyl... o que o cara faz é satirizar alguns
personagens. Ele só quer brincar com seus amigos e os divertir!
- Mas nenhum dá o IBOPE que eu dou a ele, Iul!
- Sabe de uma coisa, amigo Danyl... deixemos esse papo pra lá e vamos
até minha cabana comer alguma coisa!
- Boa idéia, Iul! Quer que eu o guie?
- Pode ser, embora eu saiba caminhar numa boa!
Deixe-me segurar em seu ombro!
Danyl aproximou-se e Iul levantou a mão para segurar o ombro do gato.
Mesmo que, atualmente, Danyl andasse sobre as duas patas traseiras,
ainda era um gato e... muito mais baixo que o Iul!
- Cadê você, amigo?
- Aqui, Iul... deixe-me pegar sua mão para colocá-la em meu ombro!
- Pô, Danyl, você é bem baixinho e... bastante peludo!
- Claro, Iul... é que eu sou um gato!
- O quê? Um gato? Um felino?
- Isso mesmo... e tudo graças ao seu amigo autor!
- E eu pensando que falava com um humano!
- Mas eu era humano... foi esse seu autorzinho quem inventou essa
brincadeira comigo!
- Está vendo o que eu lhe disse a respeito da criação literária?
Gostei da criatividade do cara! Hahahahahaha!
- Você ri porque não foi você quem virou gato! E tem mais, pare de
encher a bola desse cara, Iul. Muita gente antes dele já fez isso!
Esqueceu de Andersen, da Vinci, Disney, Esopo, Fedro, Garret, La
Fontaine, Lobato, Irmãos Grimm, Perrault, Verne e Ziraldo?
Isso só pra citar alguns!
- Não, Danyl. Li muitos contos de fadas e fábulas em minha infância
e adolescência. Por isso que não posso negar que o cara é bom!
- Bom? O sujeito, além de medíocre, é preguiçoso. Dorme a tarde toda!
Como haviam chegado à cabana de Iul, a discussão foi interrompida.
Assim que entraram em casa, Iul foi até a cozinha e preparou um belo
jantar para eles e um delicioso café. Enquanto ceavam, voltaram a
conversar... ficou curioso? Aguarde o próximo capítulo! Rê rê rê!
Continua...
- - -
Como acabara seu banho, Iul saiu da água e foi até onde estavam suas
roupas. Ao pegá-las para vestir-se, Danyl viu uma bengala que estava
sob as vestes do rapaz...
- Hei... você é cego?
- Sou!
- E fica andando por aí sozinho?
- Por que não? Conheço todos os caminhos que preciso andar, sei onde
estão as coisas que preciso...
- E para ler e escrever, como você faz?
- É fácil... além do braille, tenho o Dosvox no meu micro!
- Braille? Dosvox? Micro? Essa historinha se passa na Idade Média...
ainda não haviam sido "inventadas" essas coisas!
- E daí? E a liberdade da criação? Você esquece que isso aqui é mera
ficção? Deixe de ser chato! O autor vai retar com você!
- Não posso fazer nada... eu sou assim mesmo!
E a culpa é dele, não é? Tal pai, tal filho!
- Lembre-se, Danyl, que numa obra de arte pode acontecer de tudo.
O autor tem a liberdade de criar segundo seus conceitos, idéias e
imaginação! Numa ficção literária o autor escreve o que ele quer, não
importa que não seja verossímil!
- Tudo bem, mas também não esqueci que ainda não inventaram a energia
elétrica!
- Eu uso a energia solar e a eólica, amigo Danyl!
- Mas se você é pobre, como pode ter tudo isso?
- Poxa, Danyl... você é um chato de galocha!
- Eu sei, eu sei... tô só zoando esse autorzinho abestado, Iul!
Hahahahahah!
- Acho que você não deveria fazer isso, Danyl. Você é uma das
personagens dele... ele pode simplesmente "matá-lo"!
- E você acha que ele mataria sua galinha dos ovos de ouro, Iul?
- Acho que você está sendo pretencioso... o cara tem um elenco de
personagens de dar inveja à DC Comics, ao Disney, à Hanna Barbera, à
Marvel, ao Maurício de Souza, ao Ziraldo... e eu sou fã de todos!
- Nunca os vi mais gordos... ou magros!
- Pois eu lhe digo... tem o 00Blind, um agente não tão secreto; All
Blind, o Paladino das Areias; Bill Blind, o Ás do Gatilho; Blind Hood,
o Arqueiro da Floresta; Blind-Hur, o gladiador; Blind Kid, o Herói do
Agreste; Blind Ness, o Intocável; Blind Speed, o Ás das Pistas;
Blindião, o Rei do Sertão; Blindox, o Gaulês nada Cortês; Blindzan,
o Senhor das Selvas; Capitão Blind, o Terror dos Sete Mares; Don
Blind, a Espada da Lei; Flech Blind, o Xerife das galáxias; Manblind,
o Mago; Owlblind, o Olho da Noite; Samurai Blind, o Guerreiro Místico;
Sir Blind, o Príncipe de Estória; Skullblind, a Marca da Justiça e o
Super-Blind... quer mais?
- Tá bom, Iul... talvez ele não seja tão ruim, mas esses personagens
mais parecem cópias de outros... e isso é plagio!
- Nada disso, Danyl... o que o cara faz é satirizar alguns
personagens. Ele só quer brincar com seus amigos e os divertir!
- Mas nenhum dá o IBOPE que eu dou a ele, Iul!
- Sabe de uma coisa, amigo Danyl... deixemos esse papo pra lá e vamos
até minha cabana comer alguma coisa!
- Boa idéia, Iul! Quer que eu o guie?
- Pode ser, embora eu saiba caminhar numa boa!
Deixe-me segurar em seu ombro!
Danyl aproximou-se e Iul levantou a mão para segurar o ombro do gato.
Mesmo que, atualmente, Danyl andasse sobre as duas patas traseiras,
ainda era um gato e... muito mais baixo que o Iul!
- Cadê você, amigo?
- Aqui, Iul... deixe-me pegar sua mão para colocá-la em meu ombro!
- Pô, Danyl, você é bem baixinho e... bastante peludo!
- Claro, Iul... é que eu sou um gato!
- O quê? Um gato? Um felino?
- Isso mesmo... e tudo graças ao seu amigo autor!
- E eu pensando que falava com um humano!
- Mas eu era humano... foi esse seu autorzinho quem inventou essa
brincadeira comigo!
- Está vendo o que eu lhe disse a respeito da criação literária?
Gostei da criatividade do cara! Hahahahahaha!
- Você ri porque não foi você quem virou gato! E tem mais, pare de
encher a bola desse cara, Iul. Muita gente antes dele já fez isso!
Esqueceu de Andersen, da Vinci, Disney, Esopo, Fedro, Garret, La
Fontaine, Lobato, Irmãos Grimm, Perrault, Verne e Ziraldo?
Isso só pra citar alguns!
- Não, Danyl. Li muitos contos de fadas e fábulas em minha infância
e adolescência. Por isso que não posso negar que o cara é bom!
- Bom? O sujeito, além de medíocre, é preguiçoso. Dorme a tarde toda!
Como haviam chegado à cabana de Iul, a discussão foi interrompida.
Assim que entraram em casa, Iul foi até a cozinha e preparou um belo
jantar para eles e um delicioso café. Enquanto ceavam, voltaram a
conversar... ficou curioso? Aguarde o próximo capítulo! Rê rê rê!
Continua...
- - -
Madame Mínima, a bruxinha baixinha Capítulo IV
Luís Campos (Blind Joker)
Madame Mínima sobreviveu as discussões diárias entre as cabeças do seu
Tridog, ansiosa pelo acontecimento do ano: a CAMBADA.
O evento, anunciado aos quatro ventos, finalmente aconteceria. Assim,
na noite marcada, Madame Mínima montou em sua bengala voadora, amarrou
o Tridog na parte posterior desta e voou, cantando, em direção às
dunas da Lagoa do Abaeté...
- Abaeté é uma lagoa escura, arroteada de areia branca,
ô de areia branca, ô de areia branca, ô de areia branca...
Enquanto cantava, Madame Mínima fazia trejeitos de dançarina sobre a
bengala voadora. De repente a bengala começou a vibrar e, como a
bruxinha estava sentada sobre esta como o Blind Kid monta no Pangaré,
começou a excitar-se. O Tridog, assustado, comentou:
Pardog - Acho que a Madame Mínima está tendo um troço!
Eddog - Ora, companheiro, ela só está dançando!
Reidog - E ela até que grunhe, digo, canta bem!
Nem bem essa cabeça falou, Madame Mínima ao ter um orgasmo, soltou um
grunhido e... esborrachou-se no chão.
- Aiiiiiii! Uuuuuuuuuuuuuu! Óóóóóó!
Assim que se recuperou do tombo... e do orgasmo, Madame Mínima chama
sua bengala voadora vibratória de volta...
- Volte aqui, sua bengala idiota!
Bem que alguma coisa me dizia pra ficar esperta com esse presente do
meu mentor espiritual, o Babalorixá Rô, o Exu Alecrim!
Então era essa a surpresa que ele disse que eu teria com a bengala?
Bem que estranhei... por que não ouvi minha intuição?
Ai, como bruxa sofre!
A bengala voadora, obedecendo sua dona, pousou ao seu lado. O Tridog
achou que deveria dizer alguma coisa...
Pardog - O que houve, Madame Mínima? Você dançava tão sensualmente!
Eddog - E aí, companheira... alguma lesão?
Reidog - Machucou-se, meu anjo?
Madame Mínima, ainda irritada, gritou:
- Calem-se, calem-se, calem-se... vocês me deixam maluuuuuuuuca!
Deixem-me tomar um arzinho!
Reidog - Ninguém me compreende!
Eddog - Calma, companheira, apenas prestamos nossa solidariedade,
afinal, o acontecido merece uma reflexão e...
Pardog - Cala a boca, seu pulguento, filho de um cão dos infernos!
Eddog - Companheiro, deixe de ser intransigente. Não queira cercear
meu direito de expressão. De nós três, eu sou a cabeça pensante!
Pardog - Pensante um cacete... você é a cabeça mais chata, isso sim!
Reidog - Caras, vocês não vêem que ela está nervosa e pode estar
machucada?
Pardog - Deixe de frescura, Reidog... foi só um tombinho à toa!
Reidog - Você fala isso porque com essa sua bundona gorda certamente
não se machucaria. Não vê que a Madame Mínima é sensível?
Parrdog - Deixa de conversa fiada, Reidog... não acredito nessa sua
"bondade"! Você é sonso, isso sim!
Reidog - Diga alguma coisa que eu gostaria de ouvir, paixão!
- Eu estou bem, Reidog... foi apenas um susto! - disse Madame Mínima.
Reidog - Folgo em saber, meu anjo!
Pardog - Porra! Quanta frescura, Reidog. Você continua esnobe!
Eddog - O companheiro Pardog continua sendo um grosso!
Pardog - Sou e assumo... se pisar em meu calo solto o verbo!
- Parem já com essa discussão... vocês estão enchendo meu saquinho!
Reidog - Calma, anjo!
- Calma uma zorra! Vamos continuar nossa viagem!
Só espero que essa bengala não me apronte outra dessa!
Madame Mínima, esperta, dessa vez montou de lado na bengala voadora e
alçou voo. Algumas horas depois sobrevoava as dunas da Lagoa do
Abaeté. Do céu, uma explendorosa lua cheia, com seus raios prateados
iluminava as areias brancas à volta da famosa e cantada lagoa. Logo
Mínima chegou ao local da convenção...
- Lá está o círculo sagrado e a cambada. Vou aterrissar bem pertinho!
Dando um rasante sobre o povo, Madame Mínima viu seu mentor espiritual
e pousou ao lado do amigo...
- Olá, Rô... que sacanagem foi aquela?
- Sacanagem? Não entendi? - perguntou o Babalorixá Rô, o Exu Alecrim.
- Que negócio foi esse de me dar uma bengala voadora vibratória?
- Ora, Minimazinha... você estava tão carente!
- Eu, carente? Ledo engano, amigo!
- Tá bom... quer dizer que você não gostou do presente?
- Até que gostei... só não gostei do momento que ela resolveu vibrar!
- Preste atenção, Mínima: ela vibrará sempre que você estiver montada
"à cowboy" e tiver pensamentos luxuriosos! Hahahahahaha!
- Porreta... e só agora que você me avisa?
- Eu lhe disse que você teria uma surpresa, não foi?
- Foi... mas eu não sabia que seria essa e nem que aconteceria em
pleno voo!
- Ossos do ofício, Minimazinha... que cão estranho é esse?
- Esse é o Tridog... é um filho do Cérbero com uma das Harpias! Não é
uma gracinha, Rô?
- Nunca vi bicho mais feio, Mínima... cada uma das cabeças é mais feia
do que a outra! Hahahahahaha!
Pardog - Vai se lascar, seu exu de encruzilhada!
Por acaso viu verde pra estar rindo?
Eddog - Creio que o companheiro não tem espelho em casa!
Reidog - Calma, gente... o rapaz está só brincando!
Pardog - Brincando um cacete! É melhor que ele não se meta comigo!
- Calma, rapazes... o Rô gosta de brincar! - disse Madame Mínima.
- Eu estava só zoando, rapazes... até que vocês são simpáticos!
- Deixa isso pra lá, Rô... o Pardog é meio esquentadinho!
Pardog - Esquentadinho é pouco, Madame Mínima... eu sou é esquentadão
e não levo desaforo pra casa!
- Está bem, Pardo... agora vou amarrar vocês aqui nesse arbusto até
acabar a convenção! Fiquem quietinhos e não me arranjem encrenca!
Reidog - Cuidarei para que eles não briguem, Madame Mínima. Pode ir
numa boa, tá, meu anjo?
- Obrigada, Reidog! Logo estarei de volta!
Nesta vasilha tem água fresca para vocês! Fui!
Deixando o Tridog amarrado, Madame Mínima e o Exu Alecrim dirigiram-se
ao local onde ocorreria a convenção. Ao chegarem, foram saudados
por alguns conhecidos... mas para saber quem são, só no próximo
capítulo!
Continua...
- - -
Madame Mínima sobreviveu as discussões diárias entre as cabeças do seu
Tridog, ansiosa pelo acontecimento do ano: a CAMBADA.
O evento, anunciado aos quatro ventos, finalmente aconteceria. Assim,
na noite marcada, Madame Mínima montou em sua bengala voadora, amarrou
o Tridog na parte posterior desta e voou, cantando, em direção às
dunas da Lagoa do Abaeté...
- Abaeté é uma lagoa escura, arroteada de areia branca,
ô de areia branca, ô de areia branca, ô de areia branca...
Enquanto cantava, Madame Mínima fazia trejeitos de dançarina sobre a
bengala voadora. De repente a bengala começou a vibrar e, como a
bruxinha estava sentada sobre esta como o Blind Kid monta no Pangaré,
começou a excitar-se. O Tridog, assustado, comentou:
Pardog - Acho que a Madame Mínima está tendo um troço!
Eddog - Ora, companheiro, ela só está dançando!
Reidog - E ela até que grunhe, digo, canta bem!
Nem bem essa cabeça falou, Madame Mínima ao ter um orgasmo, soltou um
grunhido e... esborrachou-se no chão.
- Aiiiiiii! Uuuuuuuuuuuuuu! Óóóóóó!
Assim que se recuperou do tombo... e do orgasmo, Madame Mínima chama
sua bengala voadora vibratória de volta...
- Volte aqui, sua bengala idiota!
Bem que alguma coisa me dizia pra ficar esperta com esse presente do
meu mentor espiritual, o Babalorixá Rô, o Exu Alecrim!
Então era essa a surpresa que ele disse que eu teria com a bengala?
Bem que estranhei... por que não ouvi minha intuição?
Ai, como bruxa sofre!
A bengala voadora, obedecendo sua dona, pousou ao seu lado. O Tridog
achou que deveria dizer alguma coisa...
Pardog - O que houve, Madame Mínima? Você dançava tão sensualmente!
Eddog - E aí, companheira... alguma lesão?
Reidog - Machucou-se, meu anjo?
Madame Mínima, ainda irritada, gritou:
- Calem-se, calem-se, calem-se... vocês me deixam maluuuuuuuuca!
Deixem-me tomar um arzinho!
Reidog - Ninguém me compreende!
Eddog - Calma, companheira, apenas prestamos nossa solidariedade,
afinal, o acontecido merece uma reflexão e...
Pardog - Cala a boca, seu pulguento, filho de um cão dos infernos!
Eddog - Companheiro, deixe de ser intransigente. Não queira cercear
meu direito de expressão. De nós três, eu sou a cabeça pensante!
Pardog - Pensante um cacete... você é a cabeça mais chata, isso sim!
Reidog - Caras, vocês não vêem que ela está nervosa e pode estar
machucada?
Pardog - Deixe de frescura, Reidog... foi só um tombinho à toa!
Reidog - Você fala isso porque com essa sua bundona gorda certamente
não se machucaria. Não vê que a Madame Mínima é sensível?
Parrdog - Deixa de conversa fiada, Reidog... não acredito nessa sua
"bondade"! Você é sonso, isso sim!
Reidog - Diga alguma coisa que eu gostaria de ouvir, paixão!
- Eu estou bem, Reidog... foi apenas um susto! - disse Madame Mínima.
Reidog - Folgo em saber, meu anjo!
Pardog - Porra! Quanta frescura, Reidog. Você continua esnobe!
Eddog - O companheiro Pardog continua sendo um grosso!
Pardog - Sou e assumo... se pisar em meu calo solto o verbo!
- Parem já com essa discussão... vocês estão enchendo meu saquinho!
Reidog - Calma, anjo!
- Calma uma zorra! Vamos continuar nossa viagem!
Só espero que essa bengala não me apronte outra dessa!
Madame Mínima, esperta, dessa vez montou de lado na bengala voadora e
alçou voo. Algumas horas depois sobrevoava as dunas da Lagoa do
Abaeté. Do céu, uma explendorosa lua cheia, com seus raios prateados
iluminava as areias brancas à volta da famosa e cantada lagoa. Logo
Mínima chegou ao local da convenção...
- Lá está o círculo sagrado e a cambada. Vou aterrissar bem pertinho!
Dando um rasante sobre o povo, Madame Mínima viu seu mentor espiritual
e pousou ao lado do amigo...
- Olá, Rô... que sacanagem foi aquela?
- Sacanagem? Não entendi? - perguntou o Babalorixá Rô, o Exu Alecrim.
- Que negócio foi esse de me dar uma bengala voadora vibratória?
- Ora, Minimazinha... você estava tão carente!
- Eu, carente? Ledo engano, amigo!
- Tá bom... quer dizer que você não gostou do presente?
- Até que gostei... só não gostei do momento que ela resolveu vibrar!
- Preste atenção, Mínima: ela vibrará sempre que você estiver montada
"à cowboy" e tiver pensamentos luxuriosos! Hahahahahaha!
- Porreta... e só agora que você me avisa?
- Eu lhe disse que você teria uma surpresa, não foi?
- Foi... mas eu não sabia que seria essa e nem que aconteceria em
pleno voo!
- Ossos do ofício, Minimazinha... que cão estranho é esse?
- Esse é o Tridog... é um filho do Cérbero com uma das Harpias! Não é
uma gracinha, Rô?
- Nunca vi bicho mais feio, Mínima... cada uma das cabeças é mais feia
do que a outra! Hahahahahaha!
Pardog - Vai se lascar, seu exu de encruzilhada!
Por acaso viu verde pra estar rindo?
Eddog - Creio que o companheiro não tem espelho em casa!
Reidog - Calma, gente... o rapaz está só brincando!
Pardog - Brincando um cacete! É melhor que ele não se meta comigo!
- Calma, rapazes... o Rô gosta de brincar! - disse Madame Mínima.
- Eu estava só zoando, rapazes... até que vocês são simpáticos!
- Deixa isso pra lá, Rô... o Pardog é meio esquentadinho!
Pardog - Esquentadinho é pouco, Madame Mínima... eu sou é esquentadão
e não levo desaforo pra casa!
- Está bem, Pardo... agora vou amarrar vocês aqui nesse arbusto até
acabar a convenção! Fiquem quietinhos e não me arranjem encrenca!
Reidog - Cuidarei para que eles não briguem, Madame Mínima. Pode ir
numa boa, tá, meu anjo?
- Obrigada, Reidog! Logo estarei de volta!
Nesta vasilha tem água fresca para vocês! Fui!
Deixando o Tridog amarrado, Madame Mínima e o Exu Alecrim dirigiram-se
ao local onde ocorreria a convenção. Ao chegarem, foram saudados
por alguns conhecidos... mas para saber quem são, só no próximo
capítulo!
Continua...
- - -
A Terra dos Perdidos Capitulo IV
Luís Campos (Blind Joker)
Intrigada com o aparecimento repentino daquele jornaleiro no avião,
Nelita interpela Luís:
Nelita - Quem é esse jornaleiro, Luís?
Luís - É o Freddy Freeman!
Malu - O pequeno jornaleiro que se transforma no Capitão Marvel Jr.?
Luís - Ele mesmo!
Nelita - E o que ele tá fazendo nessa novelinha?
Luís - Não tá vendo? Vendendo seus jornais, ora!
Freddy - Extra, Extra!
Avião da Transaaxé desaparece ao sobrevoar o Atlântico!
Leiam agora... notícia quentinha!
Extra, Extra!
Luís - Nelita... compre aí um exemplar desse jornal!
Nelita - Cadê o dinheiro?
Luís - Que coisa feia, Nelita... pedindo dinheiro a um ceguinho!
Nelita - Bonito é eu pagar jornal pra marmanjo, né?
Não tem ceguinho certo, seu mão-de-vaca!
Luís - Eu acho isso lindo... e você ganha em dólar, meu Bem!
Nelita - Como você diria: vai procurar uma jega pra pagar seu jornal!
Marlene - Deixe que eu compro o jornal, Luís!
Luís - Tá vendo, Nelita! Isso é que é amiga!
Nelita - Marlene, não vá na conversa desse cara, não, tá?
Luís - É por isso que dizem que brasileiro não tem memória!
Nelita - O que você quer dizer com isto?
Luís - Você entendeu muito bem!
Marlene - Parem com essa discussão boba e vamos ler a manchete!
Ezequiel - Mas não era jornal, Marlene?
Dudinha - Fique quieto, garoto! Ela está falando da manchete que o
jornaleiro gritava, e não da extinta Revista Manchete!
Ezequiel - Ah, entendi!
Dudinha - Eta guri custoso!
Luís - Leia logo essa manchete, Marlene!
Marlene - As letras são muito miúdas... não dá!
Malu - Me dê o jornal que eu leio, Marlene!
Marlene - Eu não dou nada, Malu... eu empresto! Hahahahaha!
Malu - Hahahahaha! Tá bem, Marlene!
Então me empreste seu jornal!
Luís - Fale alto, pra todo mundo ouvir, Malu!
Malu (Pegando o microfone) - Ok! Vamos lá...
"Avião desaparece no ar ao sobrevoar o Atlântico!
Poucas horas antes de fazer sua primeira escala e voando a trinta mil
pés de altitude, uma aeronave da Transaaaxé desaparece dos radares.
O avião levava cinqüenta e uma pessoas a bordo e, ao sobrevoar a zona
conhecida como Triângulo das Bermudas, perde contato com a torre de
controle, desaparecendo no ar. O avião partiu de Porto Seguro com
destino a Vila Xurupita em vôo fretado. Até o fechamento desta edição,
não se tinha notícia sobre o paradeiro do Constellation C121A/51 da
Transportes Aéreos Axé - Transaaxé. Soubemos que o comandante do vôo
1 7 1 emitiu um "S O S" antes de perder contato com os controladores e
que foi captado pela freqüência da Rádio LC51 FDP, do Reino dos Campos
Livres. As equipes de resgates iniciaram as buscas, mas até o momento
não têm qualquer pista do paradeiro da aeronave."
Marlene - Pelo que entendi, um avião da Transaaxé desapareceu enquanto
voava!
Luís - Preste atenção, Marlene... até parece que a Malu fala tão mal
quanto a "Raquel do seu micro!"
Malu - Pois é, Marlene... a notícia fala desse avião aqui!
Marlene - Desse aqui? Ai meu Deus! Meus sais, por favor!
Nelita - Serve sal de frutas, Marlene?
Ezequiel - Eu quero um de manga, Nelita!
Dudinha - Fique quieto, garoto! Você não ouviu a Malu ler que nosso
avião está desaparecido?
Ezequiel - Como assim? Eu estou tocando nele... aqui ele, ó!
Dudinha - Eu sei, Ezequiel, mas o jornal noticiou que desaparecemos
quando sobrevoávamos o Atlântico!
Ezequiel - E como eles sabem da notícia antes dela acontecer?
- Por causa do fuso horário, Ezequiel!
Ezequiel - Como assim?
- Eu explico: por exemplo, quando é 21:00 horas de sábado no Japão, é
09:00 desse sábado no Brasil. Daí, você estando no Brasil poderá
"saber" o futuro... entendeu?
Ezequiel - Não!
Dudinha - Só mais uma vez: um carro bate no Brasil às 07:00 horas do
domingo e você está no Japão. Às 19:00 horas desse mesmo dia você vê
pela Internet o acidente... daí você está "vendo" o passado... sacou?
Ezequiel - Não
Dudinha - Então não posso fazer nada... e fique quieto, garoto!
Ezequiel - Mas eu preciso aprender essas coisas, Dudinha!
Dudinha - Eta guri custoso!
Não posso explicar mais do que isso, Ezequiel, senão os leitores dirão
que o autor tá querendo encher lingüiça!
Ezequiel - Agora foi que minha cabeça deu um nó!
Dudinha - Cala a boca, Ezequiel!
Ezequiel - Mas eu gosto de saber das coisas, Dudinha!
Dudinha - Então vá pesquisar na Internet, Ezequiel!
Ezequiel - Assim que eu voltar pra casa, farei isso, Dudinha!
Enquanto Malu lia o jornal,do mesmo jeito que apareceu, o jornaleiro
sumiu...
- * -
Passada a surpresa da notícia, a viagem prosseguiu tranqüila, pois,
nem todos os passageiros prestaram atenção ao que Malu dissera pelo
microfone. Alguns dormiam e outros conversavam entre si. De repente,
Rebeca deu um grito que acordou os dorminhocos e chamou a tenção de
todos na cabine de passageiros:
- Geeeeeeente! Hoje é aniversário do Dan!
Todos - Uuuuuu iupiii uaua uau fiuiiiiiiii plac plac plac!
Marlene (Puxando a cantoria) - Parabéns, pra, você...
Todos - ... Nesta daaata, que, ri, da,
muitas fe, li, ci, da, des,
muitos ããããnos, de vida!
Chegou a hora de apagar a velinha,
vamos cantar, aquela musiquinha...
parabéns... pra você, parabéns... pra você,
pelo seu a, ni, ver, sá, ri, o!
É pique, é pique, é pique,
é hora, é hora, é hora...
rá... ti... bum....
Da, ni, lo... Da, ni, lo... Da, ni, lo!
Todos - Uuuuuu iupiii uaua uau fiuiiiiiiii plac plac plac!
Margo (Ao microfone) - Vejam, cambada, o que encontrei na cozinha!
Três garrafas da legítima "Champagne Croix des Esprits!"
Todos - Uuuuuu iupiii uaua uau fiuiiiiiiii plac plac plac!
A festa estava bem animada na cabine de passageiros, deixando claro o
estado de espírito do pessoal. As comissárias pegaram refrigerantes
para quem não bebia, cerveja e uísque e distribuiram entre todos. Essa
festinha improvisada, mas repleta de fraternidade e alegria, por umas
duas horas animou a turma. Aos poucos tudo foi voltando ao normal...
alguns voltaram a dormir e outros a conversar com o companheiro do
lado. Seis horas voou-se sob um céu de brigadeiro, mas ao sobrevoar
uma certa zona do Oceano Atlântico, de repente o avião tremeu todo,
deu uma sacolejada, como um ônibus velho trafegando numa das rodovias
Brasileiras, que estão mais esburacadas do que um queijo suíço. Alguns
dos passageiros, já acostumados com essas turbulências, continuaram
suas conversas ou tirando suas sonecas. No compartimento de carga,
que está situado sob a cabine de passageiros, foi um desastre só. As
malas, caixas, sacolas, mochilas, caixotes e duas gradis de madeira
para transporte de animais, foram atiradas de um lado pro outro.
Atingidas pelas bagagens, as grades, uma com um gato e a outra com uma
cadela, desmantelaram-se libertando os dois pequenos animais de suas
prisões temporárias. A cadela, ao ver-se livre, saiu em perseguição ao
gato...
É isso mesmo que vocês ouviram: Babi, a cadela de Andréa Sousa e
Shompsom, o gato de Patricinha, sem que ninguém mais soubesse, iriam
passear em Vila Xurupita. Até aí, nada demais, porém, na correria dos
animais pelo compartimento de cargas, Babi atrás do Shompsom, pega
daqui, foge dali, malas, caixas, caixotes, mochilas e sacolas iam, por
um e pelo outro, sendo arranhadas, rasgadas, derrubadas dos seus
alojamentos, transformando o lugar num campo de batalha após o embate.
Numa dessas fugas, Shompsom viu-se acuado pela Babi e, saltando por
sobre a cadela, chocou-se com um emaranhado de fios, quebrando alguns
destes. Babi, ao tentar pegar o gato, completou o desastrado serviço e
partiu o restante da fiação. No mesmo instante, as luzes da aeronave
apagaram-se. Os dois contendores, como que compreendendo o dano que
causaram, trataram de se esconder, cada um num canto diferente e
distante do outro, permanecendo "pianinhos". Na cabine de passageiros
não se ouviu qualquer barulho que denunciasse a batalha que se travara
no compartimento de cargas. Assim que as luzes apagaram, ouviu-se a
voz do comandante:
- Senhores passageiros, houve uma pane em nosso sistema elétrico
central, mas logo as luzes de emergências serão acesas e iremos ver
o que aconteceu! Relaxem e tenham uma boa viagem!
Ezequiel - Será que a bateria do avião descarregou, Dudinha?
Dudinha - Cala a boca, guri e vê se dorme!
Pela calma que reinava na cabine, pareceu que ninguém percebera o que
ocorrera, mas alguns medrosos preocuparam-se com o fato e, ao ouvirem
a voz do comandante por pouco não se mijaram. Alguns minutos depois, o
comandante voltou a falar:
- Senhores passageiros: fiquem tranqüilos. Houve um pequeno
problema e perdemos um dos motores. Mas não se preocupem, pois esta
aeronave é capaz de voar com apenas três dos seus quatro motores.
Relaxem e tenham uma boa viagem!
Caco -Uff! Ainda bem!
Com esta afirmação do comandante, a paz continuou a reinar no avião.
Não demorou muito e sentiu-se outra forte vibração. Dessa vez os
passageiros entreolharam-se e já não ficaram assim tão tranqüilos.
e mais uma vez ouve-se a voz do comandante:
- Senhores passageiros, ocorreu um novo problema e fui obrigado a
desligar um dos motores. Mas não se preocupem, pois esta aeronave é
capaz de voar com apenas dois dos seus quatro motores. Relaxem e tenham
uma boa viagem!
Numa situação dessas é difícil recuperar-se a serenidade, mas depois
de algum tempo sem que nada mais acontecesse, os passageiros começaram
a relaxar. Após mais uma hora de vôo, ouviu-se uma tremenda explosão.
O avião sacolejou, tremeu, inclinou-se para um lado, inclinou-se
para o outro, deu uma queda brusca e finalmente estabilizou-se.
As comissárias gritaram, a cegaiada gritou, a cadela latiu e o gato
miou... até que a voz tranqüilizadora do comandante soou:
- Senhores passageiros: perdemos um dos dois motores que ainda
funcionavam, mas não se preocupem porque vamos tomar as providências
que o caso exige. Relaxem, não há motivos para pânico ou alarme.
Mantenham-se em seus lugares e com os cintos afivelados até que a
luzinha vermelha se apague! Relaxem e tenham uma boa viagem!
Apesar da voz confiante do comandante, os cegos, as comissárias, a
cadela Babi e o gato Shompsom ficaram alarmados...
Virgínia - E agora, José?
Antonio José - Eu não tenho nada com isso, Virgínia!
Marlene - Calma, gente... o comandante Adler foi piloto na segunda
guerra mundial... ele tem muita experiência!
Caco - Isso foi há mais de sessenta anos, Marlene!
Marlene - E daí, Caco?
Antonio José - E daí, Marlene, que o cara tá bem velhinho, meu bem!
Marlene - Você já viu personagem de ficção envelhecer?
Marilza - É isso que dá não contratar um piloto de verdade, Marlene!
Marcão - O culpado disso tudo é esse autor abestado, Marilza!
Carmem - Também acho!
De repente, a porta da cabine se abre e saem, apressadamente, o
comandante Adler e o co-piloto Max Vermelho, cada um com uma enorme
mochila nas mãos. Eles prendem a mochila nas costas e se dirigem para
a porta do avião...
Malu - Peraí, seu comandante. O senhor disse que não havia motivo para
pânico, mas o senhor está aí se preparando para quê?
Pat Vision - Isso aí não é um pára-quedas?
Adler (Calmamente) - É sim, mas não há motivo para pânico. Fiquem em
seus lugares com os cintos afivelados e relaxem que nós vamos buscar
ajuda!
E eles abriram a porta e saltaram no vazio...
Tiago Cocci - E agora, José?
Antonio José - Eu não sei de nada, amigo!
Aline - Alguém aqui sabe pilotar um avião?
Nelita - Calma, pessoal... Luís era aeromodelista e pode pilotar essa
bosta... eu acho!
Luís - Preciso da ajuda do Evangel e de uma vidente!
Rita Gonçalves - E nós da ajuda de todos os Santos e Orixás baianos!
Carmem - Calma, Rita... lembre-se que o medo é passageiro!
Rita - Então eu sou o medo!
Evangel - Vamos lá, corno velho!
Renato - Para que os pilotos de avião passam por tantos treinamentos,
se aqui nessa novelinha um cego que nunca entrou numa cabine vai
pilotar o avião?
Ricardo - Esqueceu que nos filmes também é assim?
Renato - É verdade!
Continua...
- - -
Intrigada com o aparecimento repentino daquele jornaleiro no avião,
Nelita interpela Luís:
Nelita - Quem é esse jornaleiro, Luís?
Luís - É o Freddy Freeman!
Malu - O pequeno jornaleiro que se transforma no Capitão Marvel Jr.?
Luís - Ele mesmo!
Nelita - E o que ele tá fazendo nessa novelinha?
Luís - Não tá vendo? Vendendo seus jornais, ora!
Freddy - Extra, Extra!
Avião da Transaaxé desaparece ao sobrevoar o Atlântico!
Leiam agora... notícia quentinha!
Extra, Extra!
Luís - Nelita... compre aí um exemplar desse jornal!
Nelita - Cadê o dinheiro?
Luís - Que coisa feia, Nelita... pedindo dinheiro a um ceguinho!
Nelita - Bonito é eu pagar jornal pra marmanjo, né?
Não tem ceguinho certo, seu mão-de-vaca!
Luís - Eu acho isso lindo... e você ganha em dólar, meu Bem!
Nelita - Como você diria: vai procurar uma jega pra pagar seu jornal!
Marlene - Deixe que eu compro o jornal, Luís!
Luís - Tá vendo, Nelita! Isso é que é amiga!
Nelita - Marlene, não vá na conversa desse cara, não, tá?
Luís - É por isso que dizem que brasileiro não tem memória!
Nelita - O que você quer dizer com isto?
Luís - Você entendeu muito bem!
Marlene - Parem com essa discussão boba e vamos ler a manchete!
Ezequiel - Mas não era jornal, Marlene?
Dudinha - Fique quieto, garoto! Ela está falando da manchete que o
jornaleiro gritava, e não da extinta Revista Manchete!
Ezequiel - Ah, entendi!
Dudinha - Eta guri custoso!
Luís - Leia logo essa manchete, Marlene!
Marlene - As letras são muito miúdas... não dá!
Malu - Me dê o jornal que eu leio, Marlene!
Marlene - Eu não dou nada, Malu... eu empresto! Hahahahaha!
Malu - Hahahahaha! Tá bem, Marlene!
Então me empreste seu jornal!
Luís - Fale alto, pra todo mundo ouvir, Malu!
Malu (Pegando o microfone) - Ok! Vamos lá...
"Avião desaparece no ar ao sobrevoar o Atlântico!
Poucas horas antes de fazer sua primeira escala e voando a trinta mil
pés de altitude, uma aeronave da Transaaaxé desaparece dos radares.
O avião levava cinqüenta e uma pessoas a bordo e, ao sobrevoar a zona
conhecida como Triângulo das Bermudas, perde contato com a torre de
controle, desaparecendo no ar. O avião partiu de Porto Seguro com
destino a Vila Xurupita em vôo fretado. Até o fechamento desta edição,
não se tinha notícia sobre o paradeiro do Constellation C121A/51 da
Transportes Aéreos Axé - Transaaxé. Soubemos que o comandante do vôo
1 7 1 emitiu um "S O S" antes de perder contato com os controladores e
que foi captado pela freqüência da Rádio LC51 FDP, do Reino dos Campos
Livres. As equipes de resgates iniciaram as buscas, mas até o momento
não têm qualquer pista do paradeiro da aeronave."
Marlene - Pelo que entendi, um avião da Transaaxé desapareceu enquanto
voava!
Luís - Preste atenção, Marlene... até parece que a Malu fala tão mal
quanto a "Raquel do seu micro!"
Malu - Pois é, Marlene... a notícia fala desse avião aqui!
Marlene - Desse aqui? Ai meu Deus! Meus sais, por favor!
Nelita - Serve sal de frutas, Marlene?
Ezequiel - Eu quero um de manga, Nelita!
Dudinha - Fique quieto, garoto! Você não ouviu a Malu ler que nosso
avião está desaparecido?
Ezequiel - Como assim? Eu estou tocando nele... aqui ele, ó!
Dudinha - Eu sei, Ezequiel, mas o jornal noticiou que desaparecemos
quando sobrevoávamos o Atlântico!
Ezequiel - E como eles sabem da notícia antes dela acontecer?
- Por causa do fuso horário, Ezequiel!
Ezequiel - Como assim?
- Eu explico: por exemplo, quando é 21:00 horas de sábado no Japão, é
09:00 desse sábado no Brasil. Daí, você estando no Brasil poderá
"saber" o futuro... entendeu?
Ezequiel - Não!
Dudinha - Só mais uma vez: um carro bate no Brasil às 07:00 horas do
domingo e você está no Japão. Às 19:00 horas desse mesmo dia você vê
pela Internet o acidente... daí você está "vendo" o passado... sacou?
Ezequiel - Não
Dudinha - Então não posso fazer nada... e fique quieto, garoto!
Ezequiel - Mas eu preciso aprender essas coisas, Dudinha!
Dudinha - Eta guri custoso!
Não posso explicar mais do que isso, Ezequiel, senão os leitores dirão
que o autor tá querendo encher lingüiça!
Ezequiel - Agora foi que minha cabeça deu um nó!
Dudinha - Cala a boca, Ezequiel!
Ezequiel - Mas eu gosto de saber das coisas, Dudinha!
Dudinha - Então vá pesquisar na Internet, Ezequiel!
Ezequiel - Assim que eu voltar pra casa, farei isso, Dudinha!
Enquanto Malu lia o jornal,do mesmo jeito que apareceu, o jornaleiro
sumiu...
- * -
Passada a surpresa da notícia, a viagem prosseguiu tranqüila, pois,
nem todos os passageiros prestaram atenção ao que Malu dissera pelo
microfone. Alguns dormiam e outros conversavam entre si. De repente,
Rebeca deu um grito que acordou os dorminhocos e chamou a tenção de
todos na cabine de passageiros:
- Geeeeeeente! Hoje é aniversário do Dan!
Todos - Uuuuuu iupiii uaua uau fiuiiiiiiii plac plac plac!
Marlene (Puxando a cantoria) - Parabéns, pra, você...
Todos - ... Nesta daaata, que, ri, da,
muitas fe, li, ci, da, des,
muitos ããããnos, de vida!
Chegou a hora de apagar a velinha,
vamos cantar, aquela musiquinha...
parabéns... pra você, parabéns... pra você,
pelo seu a, ni, ver, sá, ri, o!
É pique, é pique, é pique,
é hora, é hora, é hora...
rá... ti... bum....
Da, ni, lo... Da, ni, lo... Da, ni, lo!
Todos - Uuuuuu iupiii uaua uau fiuiiiiiiii plac plac plac!
Margo (Ao microfone) - Vejam, cambada, o que encontrei na cozinha!
Três garrafas da legítima "Champagne Croix des Esprits!"
Todos - Uuuuuu iupiii uaua uau fiuiiiiiiii plac plac plac!
A festa estava bem animada na cabine de passageiros, deixando claro o
estado de espírito do pessoal. As comissárias pegaram refrigerantes
para quem não bebia, cerveja e uísque e distribuiram entre todos. Essa
festinha improvisada, mas repleta de fraternidade e alegria, por umas
duas horas animou a turma. Aos poucos tudo foi voltando ao normal...
alguns voltaram a dormir e outros a conversar com o companheiro do
lado. Seis horas voou-se sob um céu de brigadeiro, mas ao sobrevoar
uma certa zona do Oceano Atlântico, de repente o avião tremeu todo,
deu uma sacolejada, como um ônibus velho trafegando numa das rodovias
Brasileiras, que estão mais esburacadas do que um queijo suíço. Alguns
dos passageiros, já acostumados com essas turbulências, continuaram
suas conversas ou tirando suas sonecas. No compartimento de carga,
que está situado sob a cabine de passageiros, foi um desastre só. As
malas, caixas, sacolas, mochilas, caixotes e duas gradis de madeira
para transporte de animais, foram atiradas de um lado pro outro.
Atingidas pelas bagagens, as grades, uma com um gato e a outra com uma
cadela, desmantelaram-se libertando os dois pequenos animais de suas
prisões temporárias. A cadela, ao ver-se livre, saiu em perseguição ao
gato...
É isso mesmo que vocês ouviram: Babi, a cadela de Andréa Sousa e
Shompsom, o gato de Patricinha, sem que ninguém mais soubesse, iriam
passear em Vila Xurupita. Até aí, nada demais, porém, na correria dos
animais pelo compartimento de cargas, Babi atrás do Shompsom, pega
daqui, foge dali, malas, caixas, caixotes, mochilas e sacolas iam, por
um e pelo outro, sendo arranhadas, rasgadas, derrubadas dos seus
alojamentos, transformando o lugar num campo de batalha após o embate.
Numa dessas fugas, Shompsom viu-se acuado pela Babi e, saltando por
sobre a cadela, chocou-se com um emaranhado de fios, quebrando alguns
destes. Babi, ao tentar pegar o gato, completou o desastrado serviço e
partiu o restante da fiação. No mesmo instante, as luzes da aeronave
apagaram-se. Os dois contendores, como que compreendendo o dano que
causaram, trataram de se esconder, cada um num canto diferente e
distante do outro, permanecendo "pianinhos". Na cabine de passageiros
não se ouviu qualquer barulho que denunciasse a batalha que se travara
no compartimento de cargas. Assim que as luzes apagaram, ouviu-se a
voz do comandante:
- Senhores passageiros, houve uma pane em nosso sistema elétrico
central, mas logo as luzes de emergências serão acesas e iremos ver
o que aconteceu! Relaxem e tenham uma boa viagem!
Ezequiel - Será que a bateria do avião descarregou, Dudinha?
Dudinha - Cala a boca, guri e vê se dorme!
Pela calma que reinava na cabine, pareceu que ninguém percebera o que
ocorrera, mas alguns medrosos preocuparam-se com o fato e, ao ouvirem
a voz do comandante por pouco não se mijaram. Alguns minutos depois, o
comandante voltou a falar:
- Senhores passageiros: fiquem tranqüilos. Houve um pequeno
problema e perdemos um dos motores. Mas não se preocupem, pois esta
aeronave é capaz de voar com apenas três dos seus quatro motores.
Relaxem e tenham uma boa viagem!
Caco -Uff! Ainda bem!
Com esta afirmação do comandante, a paz continuou a reinar no avião.
Não demorou muito e sentiu-se outra forte vibração. Dessa vez os
passageiros entreolharam-se e já não ficaram assim tão tranqüilos.
e mais uma vez ouve-se a voz do comandante:
- Senhores passageiros, ocorreu um novo problema e fui obrigado a
desligar um dos motores. Mas não se preocupem, pois esta aeronave é
capaz de voar com apenas dois dos seus quatro motores. Relaxem e tenham
uma boa viagem!
Numa situação dessas é difícil recuperar-se a serenidade, mas depois
de algum tempo sem que nada mais acontecesse, os passageiros começaram
a relaxar. Após mais uma hora de vôo, ouviu-se uma tremenda explosão.
O avião sacolejou, tremeu, inclinou-se para um lado, inclinou-se
para o outro, deu uma queda brusca e finalmente estabilizou-se.
As comissárias gritaram, a cegaiada gritou, a cadela latiu e o gato
miou... até que a voz tranqüilizadora do comandante soou:
- Senhores passageiros: perdemos um dos dois motores que ainda
funcionavam, mas não se preocupem porque vamos tomar as providências
que o caso exige. Relaxem, não há motivos para pânico ou alarme.
Mantenham-se em seus lugares e com os cintos afivelados até que a
luzinha vermelha se apague! Relaxem e tenham uma boa viagem!
Apesar da voz confiante do comandante, os cegos, as comissárias, a
cadela Babi e o gato Shompsom ficaram alarmados...
Virgínia - E agora, José?
Antonio José - Eu não tenho nada com isso, Virgínia!
Marlene - Calma, gente... o comandante Adler foi piloto na segunda
guerra mundial... ele tem muita experiência!
Caco - Isso foi há mais de sessenta anos, Marlene!
Marlene - E daí, Caco?
Antonio José - E daí, Marlene, que o cara tá bem velhinho, meu bem!
Marlene - Você já viu personagem de ficção envelhecer?
Marilza - É isso que dá não contratar um piloto de verdade, Marlene!
Marcão - O culpado disso tudo é esse autor abestado, Marilza!
Carmem - Também acho!
De repente, a porta da cabine se abre e saem, apressadamente, o
comandante Adler e o co-piloto Max Vermelho, cada um com uma enorme
mochila nas mãos. Eles prendem a mochila nas costas e se dirigem para
a porta do avião...
Malu - Peraí, seu comandante. O senhor disse que não havia motivo para
pânico, mas o senhor está aí se preparando para quê?
Pat Vision - Isso aí não é um pára-quedas?
Adler (Calmamente) - É sim, mas não há motivo para pânico. Fiquem em
seus lugares com os cintos afivelados e relaxem que nós vamos buscar
ajuda!
E eles abriram a porta e saltaram no vazio...
Tiago Cocci - E agora, José?
Antonio José - Eu não sei de nada, amigo!
Aline - Alguém aqui sabe pilotar um avião?
Nelita - Calma, pessoal... Luís era aeromodelista e pode pilotar essa
bosta... eu acho!
Luís - Preciso da ajuda do Evangel e de uma vidente!
Rita Gonçalves - E nós da ajuda de todos os Santos e Orixás baianos!
Carmem - Calma, Rita... lembre-se que o medo é passageiro!
Rita - Então eu sou o medo!
Evangel - Vamos lá, corno velho!
Renato - Para que os pilotos de avião passam por tantos treinamentos,
se aqui nessa novelinha um cego que nunca entrou numa cabine vai
pilotar o avião?
Ricardo - Esqueceu que nos filmes também é assim?
Renato - É verdade!
Continua...
- - -
As Aventuras de Frankenstinha Capítulo IV
Luís Campos (Blind Joker)
- Deixem de papo furado e desçam agora mesmo! Quero todos aqueles
pacotes aqui em cima em dez minutos! Ouviram?
- Tá bom, Fran... estamos descendo! Vamos, Crazy!
- Vamos, Worst!
Os dois cientistas, cada um sobre um corrimão, escorregaram até o
térreo...
* SCHUIPIII! SCHUIPIII!
- Iupiiii!
- Uauuuuu!
- Vocês não têm jeito mesmo!
Uma vez embaixo, os cientistas começaram a subir com os pacotes, mas
sempre desciam escorregando pelo corrimão, afinal, a brincadeira era
o mais gostoso...
- Agora que já trouxeram tudo, vamos colocar as coisas nos devidos
lugares... e sem quebrar nada, ouviram?
- Sim, generala! - disse Worst sorrindo.
- Seu desejo é uma ordem, Madame! - completou Crazy irônico.
Uma hora depois o laboratório estava arrumado e todos os equipamentos
ligados, como antes da explosão...
- Bem, Crazy, voltemos à nossa experiência!
- O gerador já está ligado, Worst!
- Então, ao trabalho, Crazy!
- Meu nome é trabalho, Worst!
Enquanto os cientistas ficavam trabalhando, Fran saiu do laboratório
decidida a preparar o jantar dos três. Ao chegar diante da escada,
desequilibrou-se e, aos tombos, desceu a escadaria...
- Epa! Uaiiiiiii!
* THIBUMK SPLOCHH THIBUMK SPLOCH THIBUMK SPLOCH THIBUMK!
Após descer as escadas rolando e se batendo nos degraus, Fran chegou ao
térreo e estatelou-se no chão, gemendo de dor...
* PLENCH SPLAFHT!
- Aiiiiiiiii! Como dói! Uiiiiiiiiii!
Ao ouvirem o barulho que Fran fizera ao rolar escada abaixo, os
cientistas acorreram aos gemidos da governanta...
- O que houve, Fran? - perguntou Worst.
- Por que está aí embaixo deitada no chão, Fran? - completou Crazy.
- Você quis descer pelo corrimão também, foi Fran? - perguntou Worst.
- D-desçam... uiiii... daí, d-doutores... aiiii... e-eu estou... uiiii
ma-machucada... aiiii! - gaguejou Fran entre gemidos.
Os dois cientistas escorregaram pelos corrimãos até onde estava Fran
caída...
* SCHUIPIII! SCHUIPIII!
- Estamos chegando, Fran! Iupiii!
- o socorro está a caminho, Fran! Uauuuuu!
- N-nem numa... aiiii... hora destas... uiiii... v-vocês deixam de...
aiiii... b-brincar... uiiii! - gemeu e gaguejou Fran.
- Ói nós aqui, Fran!
- No que podemos ajudá-la, Fran?
- Q-que tal... aiii... pegar uma... uiii... maca... aiii?
- Vamos subir de novo, Worst, pra pegar a maca!
- Vamos, Crazy! Olha a ambulância aí, gente! Uon uon uon uon uon uon!
- S-sejam... aiii... r-rápidos... uiii!
- Seremos mais velozes do que o vento, Fran!
- E mais rápidos do que o Flash ou o Superman!
- E-espero... aiiii!
Em menos de um minuto os cientistas estavam de volta com a maca...
- Vamos colocá-la na maca, Crazy!
- Mas com todo cuidado, viu Worst!
Eles colocaram Fran na maca e a amarraram a esta...
- M-me levem... aiiii... a um h-hospital... uiiii!
- Nada disso, Fran! Nós cuidaremos de Você!
- Muito bem, Crazy!
- N-nãããããão! Aiiiii... uiiiii!
Os cientistas iniciaram a subida da escada com extremo cuidado. Crazy
segurava na frente e Worst atrás, ambos mantendo a maca nivelada,
elevando-a na parte traseira...
- Fique quietinha, Fran! Cuidado, Worst, pra ela não escorregar da
maca!
- Deixe comigo, Crazy!
Após cinco minutos eles estavam no pavimento superior do casarão...
- Pronto, Worst! Vamos colocá-la sobre a bancada!
- Claro, Crazy! Preciso examiná-la direitinho!
- Eu a examino, Worst... eu tenho conhecimentos ortopédicos!
- E eu tenho conhecimentos biológicos, Crazy!
- Então a examinaremos juntos, Worst!
- Vamos tira a roupa dela, Worst!
- N-nada... aiii... disso... uiii... d-doutores... aiii!
- Que bobagem, Fran... já a vimos nua tantas vezes, não foi, Crazy!
- Muitas vezes, Worst!
- C-como... aiii... q-quando... uiii?
- Pelo buraco da fechadura, Fran! - disse Worst.
- Em seu quarto e no banheiro, Fran! - completou Crazy.
- V-vocês... aiii... são dois... uiii... sem-vergonhas... aiiii!
- Nada disso, Fran... estávamos apenas curiosos! - disse Worst.
- Como um certo autor, né, Fran! - falou Crazy sorrindo.
- N-não... aiii... sei disso... uiii!
- Porque não quer saber, né, Fran? - disse Worst a sorrir.
- C-chega de... aiii... papo... uiii... e-eu tenho... aiii... dores...
uiii... doutores... aiii!
- Vamos anestesiá-la, Worst!
- Boa idéia, Crazy! Aqui está a seringa!
- N-nããããão! E-eu quer...
- Pronto! Ela dormiu, Worst!
- Vamos tirar a roupa dela, Crazy!
- Puxa, Worst... é melhor do que olhar pelo buraco da fechadura, né?
- É mesmo, Crazy... agora não precisamos mais fazer isso!
- É... agora que a gente já sabe como é uma mulher, perdeu a graça!
- Bem, Crazy... parece que Fran só quebrou a perna e o pé esquerdo!
- Também acho, Worst... a perna direita está direitinha!
- Vamos fazer uma radiografia dessa perna e desse pé, Crazy!
- Vou pegar o aparelho portátil de raio-x, Worst!
Após radiografarem a perna e o pé de Fran, eles revelaram a chapa e
concluiram...
- A tíbia e a fíbula (nome atual do perônio) estão fraturadas, Crazy!
- E o tarso também, Worst!
- Vou pegar meu Manual de Primeiros Socorros para conhecer os ossos
do pé, Crazy!
- Boa idéia, Worst, mas não demore, senão passa o efeito da anestesia!
- Vou num pé e volto no outro, Crazy!
- Você foi ligeirinho, Worst... só demorou duas linhas!
- Foi mesmo! Deixe eu ler: "Tarso é a parte superior do pé e é formado
por vários ossos:
O astrágalo, que articula com os ossos da perna (tíbia e fíbula),
formando o tornozelo e que articula com o calcâneo, que forma o
calcanhar dos bípedes e que articula com dois ossos: o cubóide, que
articula com os dois últimos metatarsais e o navicular, que articula
com três cuneiformes que, por sua vez, articulam com os primeiros
três metatarsais.
Metatarso é a parte mediana do pé. É formado pelos cinco metatarsais,
ossos que articulam com o tarso pelas suas extremidades proximais e
com as primeiras falanges pelas extremidades distais. As falanges são
os ossos que formam os dedos das mãos e dos pés. O homem tem três,
exceto no polegar e no hálux (dedão do pé) que só têm duas.
No homem e outros bípedes, o tarso faz parte da "planta" ou "sola" do
pé, a parte que assenta no solo". Se formos...
- Já tá bom, Worst! Quem quiser saber mais que vá estudar biologia!
Vamos começar a "operação Fran"!
Continua...
- - -
- Deixem de papo furado e desçam agora mesmo! Quero todos aqueles
pacotes aqui em cima em dez minutos! Ouviram?
- Tá bom, Fran... estamos descendo! Vamos, Crazy!
- Vamos, Worst!
Os dois cientistas, cada um sobre um corrimão, escorregaram até o
térreo...
* SCHUIPIII! SCHUIPIII!
- Iupiiii!
- Uauuuuu!
- Vocês não têm jeito mesmo!
Uma vez embaixo, os cientistas começaram a subir com os pacotes, mas
sempre desciam escorregando pelo corrimão, afinal, a brincadeira era
o mais gostoso...
- Agora que já trouxeram tudo, vamos colocar as coisas nos devidos
lugares... e sem quebrar nada, ouviram?
- Sim, generala! - disse Worst sorrindo.
- Seu desejo é uma ordem, Madame! - completou Crazy irônico.
Uma hora depois o laboratório estava arrumado e todos os equipamentos
ligados, como antes da explosão...
- Bem, Crazy, voltemos à nossa experiência!
- O gerador já está ligado, Worst!
- Então, ao trabalho, Crazy!
- Meu nome é trabalho, Worst!
Enquanto os cientistas ficavam trabalhando, Fran saiu do laboratório
decidida a preparar o jantar dos três. Ao chegar diante da escada,
desequilibrou-se e, aos tombos, desceu a escadaria...
- Epa! Uaiiiiiii!
* THIBUMK SPLOCHH THIBUMK SPLOCH THIBUMK SPLOCH THIBUMK!
Após descer as escadas rolando e se batendo nos degraus, Fran chegou ao
térreo e estatelou-se no chão, gemendo de dor...
* PLENCH SPLAFHT!
- Aiiiiiiiii! Como dói! Uiiiiiiiiii!
Ao ouvirem o barulho que Fran fizera ao rolar escada abaixo, os
cientistas acorreram aos gemidos da governanta...
- O que houve, Fran? - perguntou Worst.
- Por que está aí embaixo deitada no chão, Fran? - completou Crazy.
- Você quis descer pelo corrimão também, foi Fran? - perguntou Worst.
- D-desçam... uiiii... daí, d-doutores... aiiii... e-eu estou... uiiii
ma-machucada... aiiii! - gaguejou Fran entre gemidos.
Os dois cientistas escorregaram pelos corrimãos até onde estava Fran
caída...
* SCHUIPIII! SCHUIPIII!
- Estamos chegando, Fran! Iupiii!
- o socorro está a caminho, Fran! Uauuuuu!
- N-nem numa... aiiii... hora destas... uiiii... v-vocês deixam de...
aiiii... b-brincar... uiiii! - gemeu e gaguejou Fran.
- Ói nós aqui, Fran!
- No que podemos ajudá-la, Fran?
- Q-que tal... aiii... pegar uma... uiii... maca... aiii?
- Vamos subir de novo, Worst, pra pegar a maca!
- Vamos, Crazy! Olha a ambulância aí, gente! Uon uon uon uon uon uon!
- S-sejam... aiii... r-rápidos... uiii!
- Seremos mais velozes do que o vento, Fran!
- E mais rápidos do que o Flash ou o Superman!
- E-espero... aiiii!
Em menos de um minuto os cientistas estavam de volta com a maca...
- Vamos colocá-la na maca, Crazy!
- Mas com todo cuidado, viu Worst!
Eles colocaram Fran na maca e a amarraram a esta...
- M-me levem... aiiii... a um h-hospital... uiiii!
- Nada disso, Fran! Nós cuidaremos de Você!
- Muito bem, Crazy!
- N-nãããããão! Aiiiii... uiiiii!
Os cientistas iniciaram a subida da escada com extremo cuidado. Crazy
segurava na frente e Worst atrás, ambos mantendo a maca nivelada,
elevando-a na parte traseira...
- Fique quietinha, Fran! Cuidado, Worst, pra ela não escorregar da
maca!
- Deixe comigo, Crazy!
Após cinco minutos eles estavam no pavimento superior do casarão...
- Pronto, Worst! Vamos colocá-la sobre a bancada!
- Claro, Crazy! Preciso examiná-la direitinho!
- Eu a examino, Worst... eu tenho conhecimentos ortopédicos!
- E eu tenho conhecimentos biológicos, Crazy!
- Então a examinaremos juntos, Worst!
- Vamos tira a roupa dela, Worst!
- N-nada... aiii... disso... uiii... d-doutores... aiii!
- Que bobagem, Fran... já a vimos nua tantas vezes, não foi, Crazy!
- Muitas vezes, Worst!
- C-como... aiii... q-quando... uiii?
- Pelo buraco da fechadura, Fran! - disse Worst.
- Em seu quarto e no banheiro, Fran! - completou Crazy.
- V-vocês... aiii... são dois... uiii... sem-vergonhas... aiiii!
- Nada disso, Fran... estávamos apenas curiosos! - disse Worst.
- Como um certo autor, né, Fran! - falou Crazy sorrindo.
- N-não... aiii... sei disso... uiii!
- Porque não quer saber, né, Fran? - disse Worst a sorrir.
- C-chega de... aiii... papo... uiii... e-eu tenho... aiii... dores...
uiii... doutores... aiii!
- Vamos anestesiá-la, Worst!
- Boa idéia, Crazy! Aqui está a seringa!
- N-nããããão! E-eu quer...
- Pronto! Ela dormiu, Worst!
- Vamos tirar a roupa dela, Crazy!
- Puxa, Worst... é melhor do que olhar pelo buraco da fechadura, né?
- É mesmo, Crazy... agora não precisamos mais fazer isso!
- É... agora que a gente já sabe como é uma mulher, perdeu a graça!
- Bem, Crazy... parece que Fran só quebrou a perna e o pé esquerdo!
- Também acho, Worst... a perna direita está direitinha!
- Vamos fazer uma radiografia dessa perna e desse pé, Crazy!
- Vou pegar o aparelho portátil de raio-x, Worst!
Após radiografarem a perna e o pé de Fran, eles revelaram a chapa e
concluiram...
- A tíbia e a fíbula (nome atual do perônio) estão fraturadas, Crazy!
- E o tarso também, Worst!
- Vou pegar meu Manual de Primeiros Socorros para conhecer os ossos
do pé, Crazy!
- Boa idéia, Worst, mas não demore, senão passa o efeito da anestesia!
- Vou num pé e volto no outro, Crazy!
- Você foi ligeirinho, Worst... só demorou duas linhas!
- Foi mesmo! Deixe eu ler: "Tarso é a parte superior do pé e é formado
por vários ossos:
O astrágalo, que articula com os ossos da perna (tíbia e fíbula),
formando o tornozelo e que articula com o calcâneo, que forma o
calcanhar dos bípedes e que articula com dois ossos: o cubóide, que
articula com os dois últimos metatarsais e o navicular, que articula
com três cuneiformes que, por sua vez, articulam com os primeiros
três metatarsais.
Metatarso é a parte mediana do pé. É formado pelos cinco metatarsais,
ossos que articulam com o tarso pelas suas extremidades proximais e
com as primeiras falanges pelas extremidades distais. As falanges são
os ossos que formam os dedos das mãos e dos pés. O homem tem três,
exceto no polegar e no hálux (dedão do pé) que só têm duas.
No homem e outros bípedes, o tarso faz parte da "planta" ou "sola" do
pé, a parte que assenta no solo". Se formos...
- Já tá bom, Worst! Quem quiser saber mais que vá estudar biologia!
Vamos começar a "operação Fran"!
Continua...
- - -
A história de Danyl Capítulo IV
Luís Campos (Blind Joker)
Na manhã seguinte Danyl acordou de bigodes virados e, como já estava
de "mala e cuia" pronta, decidiu que deveria partir e foi despedir-se
dos pais e das irmãs:
- Pai, Mãe, manas... tô indo!
O Conde e a Condessa, mais uma vez, tentaram dissuadir Danyl:
- Filho, o mundo está tão violento e tem dengue em tudo que é lugar! -
disse a Condessa com os olhos marejados.
- Ora, Dona Anigroj... isso aqui é só uma historinha!
- Eu sei, Filho, mas o autor quer pôr um pouco de drama na história!
- Pois é, Mamãe... não demora e ele põe a gente falando com sotaque
baiano!
- Oxente, Filho! Não acredite em tudo que dizem dele... eu até gosto
do rapaz!
- Ó paí, ó, Mãe! Eu não disse? Acho melhor me picar dessa historinha!
- Calma, filhinho... se você sair, ninguém saberá como você virou
dragão e foi parar no castelo da Madame Mínima!
- A Senhora tem razão, Mamãe... mas isso acabaria a carreira desse
escritorzinho medíocre!
- Não fale assim do moço, filho... ele não é dos piores!
- A Senhora diz isso porque nunca leu as porcarias que ele escreve!
E tem mais uma coisinha... se eu hoje sou um gato, a culpa é só dele!
- Eu sei, filhinho, mas acho que ele vai consertar as coisas!
- Pode até ser, Mamãe, mas tenho certeza que antes de voltar a ser
humano, comerei o pão que o diabo amassou!
- Se beber seu leitinho depois, filhinho, você não se engasga com esse
pão aí!
- Tá bem, Mamãe... deixa pra lá! Fui!
- Filho, não esqueça que o mundo é cruel com os humanos, imagine com
um gato que fala! - disse o Conde Rodavlas.
- Ora, Papai! Eu já tenho mais de oito anos gatal e continuo donzelo!
- Filho, tem tanta gata de programa aqui em Samlasadzurc. Por que
sair por aí, que nem um gato vadio?
- Ora, Papai! Eu tenho que procurar minha gata-metade, meu pedaço da
laranja...
- Mas Filho... tem muitas laranjeiras no pomar do nosso castelo!
- Não estou falando dessas laranjas, Mamãe!
Eu preciso molhar o biscoito...
- Mas Filho, eu sempre coloquei uns biscoitinhos em seu leitinho!
- Não é isso, Mamãe... eu quero afogar o ganso...
- Que maldade, filhinho... por que fazer isso com um bichinho tão
bonitinho?
- Papai, por favor, explique pra Mamãe o que a Fada-Madrinha falou!
Ter mãe loura é uma zorra!
- Tudo bem, Filho! Eu o compreendo, afinal, aquilo é muito bom!
- Então fui, pessoal!
Adeus, Mamãe, adeus Papai, adeus manas!
- Adeus não... nos diga até breve! - disse a pequena Enidale.
E assim, antes que se molhasse no rio de lágrimas que escorria pelas
escadarias do castelo, Danyl cruzou a ponte levadiça sem se voltar,
levando ao ombro uma pequena bolsa com a grana que seu pai lhe dera,
algumas barras de cereais e a própria pele como único agasalho para
as noites frias do inverno vindouro!
Nessa manhã ensolarada de outono, de uma das janelas do castelo,
seus pais, abraçados à suas duas irmãs, com lágrimas nos olhos,
viram-no partir sem destino e sem data para voltar.
Danyl pegou a estrada, deixando para trás as terras de Samlasadzurc.
Andou durante todo o dia, cruzando pontes, subindo e descendo serras,
atravessando aldeias e florestas até o entardecer, quando decidiu que
merecia um descanso. Adentrou um pequeno bosque e sentou-se recostado
a uma grande pedra à beira dum rio. Já cochilava quando foi despertado
pela voz de um homem que, afinado, cantava:
- "Eu sou um cego...
Não tenho a alegria
de ver a luz do dia
nem o esplendor do sol...
Não vejo a luz da aurora
o clarão da lua cheia
o azul do arrebol..."
Danyl, levantando-se, aproximou-se do local onde o homem se banhava.
- Olá, amigo! Você canta muito bem!
- Obrigado! E você, quem é? O que faz por aqui? - perguntou o homem
virando-se em direção a Danyl.
- Eu sou Danyl... estou viajando sem destino em busca de aventuras!
- Aventuras? É o que não falta nesse mundão de meu Deus, amigo Danyl!
- Pois é... e eu pretendo vivê-las!
- Tome cuidado... há muita gente ruim nessa terra!
- Estarei atento, amigo...
- Meu nome é Iul e moro numa cabana aqui perto!
- E o que você faz na vida?
- Sou poeta e canto a beleza da vida!
- Mas a poesia não dá roupa a ninguém... você vive de quê?
- A natureza alimenta meu corpo e a poesia minha alma!
- E isso é o bastante? Não sente falta de alguém pra conversar?
- Não! Sempre converso com as plantas, os bichinhos e as estrelas!
- Tudo isso é muito poético, mas não dá camisa pra ninguém!
- Mas quem precisa de camisa? Eu vivo muito bem com o que tenho!
- Sei, mas percebo que suas roupas são de marca... você é nobre?
- Fui! Tenho, em algum lugar, um irmão gêmeo que é um rei!
- E o que aconteceu? Como veio parar aqui?
- Essa é uma longa história e como o capítulo já acabou, se o autor
quiser, num outro capítulo eu lhe conto!
- Eu ficarei ansioso para ouvi-la... e acho que os leitores também!
- Amarra-se o burro à vontade do dono, né?
- É verdade! Fazer o quê?
Continua...
- - -
Na manhã seguinte Danyl acordou de bigodes virados e, como já estava
de "mala e cuia" pronta, decidiu que deveria partir e foi despedir-se
dos pais e das irmãs:
- Pai, Mãe, manas... tô indo!
O Conde e a Condessa, mais uma vez, tentaram dissuadir Danyl:
- Filho, o mundo está tão violento e tem dengue em tudo que é lugar! -
disse a Condessa com os olhos marejados.
- Ora, Dona Anigroj... isso aqui é só uma historinha!
- Eu sei, Filho, mas o autor quer pôr um pouco de drama na história!
- Pois é, Mamãe... não demora e ele põe a gente falando com sotaque
baiano!
- Oxente, Filho! Não acredite em tudo que dizem dele... eu até gosto
do rapaz!
- Ó paí, ó, Mãe! Eu não disse? Acho melhor me picar dessa historinha!
- Calma, filhinho... se você sair, ninguém saberá como você virou
dragão e foi parar no castelo da Madame Mínima!
- A Senhora tem razão, Mamãe... mas isso acabaria a carreira desse
escritorzinho medíocre!
- Não fale assim do moço, filho... ele não é dos piores!
- A Senhora diz isso porque nunca leu as porcarias que ele escreve!
E tem mais uma coisinha... se eu hoje sou um gato, a culpa é só dele!
- Eu sei, filhinho, mas acho que ele vai consertar as coisas!
- Pode até ser, Mamãe, mas tenho certeza que antes de voltar a ser
humano, comerei o pão que o diabo amassou!
- Se beber seu leitinho depois, filhinho, você não se engasga com esse
pão aí!
- Tá bem, Mamãe... deixa pra lá! Fui!
- Filho, não esqueça que o mundo é cruel com os humanos, imagine com
um gato que fala! - disse o Conde Rodavlas.
- Ora, Papai! Eu já tenho mais de oito anos gatal e continuo donzelo!
- Filho, tem tanta gata de programa aqui em Samlasadzurc. Por que
sair por aí, que nem um gato vadio?
- Ora, Papai! Eu tenho que procurar minha gata-metade, meu pedaço da
laranja...
- Mas Filho... tem muitas laranjeiras no pomar do nosso castelo!
- Não estou falando dessas laranjas, Mamãe!
Eu preciso molhar o biscoito...
- Mas Filho, eu sempre coloquei uns biscoitinhos em seu leitinho!
- Não é isso, Mamãe... eu quero afogar o ganso...
- Que maldade, filhinho... por que fazer isso com um bichinho tão
bonitinho?
- Papai, por favor, explique pra Mamãe o que a Fada-Madrinha falou!
Ter mãe loura é uma zorra!
- Tudo bem, Filho! Eu o compreendo, afinal, aquilo é muito bom!
- Então fui, pessoal!
Adeus, Mamãe, adeus Papai, adeus manas!
- Adeus não... nos diga até breve! - disse a pequena Enidale.
E assim, antes que se molhasse no rio de lágrimas que escorria pelas
escadarias do castelo, Danyl cruzou a ponte levadiça sem se voltar,
levando ao ombro uma pequena bolsa com a grana que seu pai lhe dera,
algumas barras de cereais e a própria pele como único agasalho para
as noites frias do inverno vindouro!
Nessa manhã ensolarada de outono, de uma das janelas do castelo,
seus pais, abraçados à suas duas irmãs, com lágrimas nos olhos,
viram-no partir sem destino e sem data para voltar.
Danyl pegou a estrada, deixando para trás as terras de Samlasadzurc.
Andou durante todo o dia, cruzando pontes, subindo e descendo serras,
atravessando aldeias e florestas até o entardecer, quando decidiu que
merecia um descanso. Adentrou um pequeno bosque e sentou-se recostado
a uma grande pedra à beira dum rio. Já cochilava quando foi despertado
pela voz de um homem que, afinado, cantava:
- "Eu sou um cego...
Não tenho a alegria
de ver a luz do dia
nem o esplendor do sol...
Não vejo a luz da aurora
o clarão da lua cheia
o azul do arrebol..."
Danyl, levantando-se, aproximou-se do local onde o homem se banhava.
- Olá, amigo! Você canta muito bem!
- Obrigado! E você, quem é? O que faz por aqui? - perguntou o homem
virando-se em direção a Danyl.
- Eu sou Danyl... estou viajando sem destino em busca de aventuras!
- Aventuras? É o que não falta nesse mundão de meu Deus, amigo Danyl!
- Pois é... e eu pretendo vivê-las!
- Tome cuidado... há muita gente ruim nessa terra!
- Estarei atento, amigo...
- Meu nome é Iul e moro numa cabana aqui perto!
- E o que você faz na vida?
- Sou poeta e canto a beleza da vida!
- Mas a poesia não dá roupa a ninguém... você vive de quê?
- A natureza alimenta meu corpo e a poesia minha alma!
- E isso é o bastante? Não sente falta de alguém pra conversar?
- Não! Sempre converso com as plantas, os bichinhos e as estrelas!
- Tudo isso é muito poético, mas não dá camisa pra ninguém!
- Mas quem precisa de camisa? Eu vivo muito bem com o que tenho!
- Sei, mas percebo que suas roupas são de marca... você é nobre?
- Fui! Tenho, em algum lugar, um irmão gêmeo que é um rei!
- E o que aconteceu? Como veio parar aqui?
- Essa é uma longa história e como o capítulo já acabou, se o autor
quiser, num outro capítulo eu lhe conto!
- Eu ficarei ansioso para ouvi-la... e acho que os leitores também!
- Amarra-se o burro à vontade do dono, né?
- É verdade! Fazer o quê?
Continua...
- - -
Madame Mínima, a bruxinha baixinha Capítulo III
Luís Campos (Blind Joker)
(Escrito por Rebeca Serra)
O gnomo Lole estava sozinho no castelo...
Aproveitando a ausência da Madame Mínima, que viajara até o Hades para
buscar o seu novo bichinho de estimação, um dos filhotinhos de Cérbero,
brincava com a varinha da sua ama, fazendo com que os seus carrinhos de
brinquedo corressem por todo o pátio da antiquíssima residência.
De repente, do fundo do poço, ouviu a ama chamá-lo:
- Loooooooole! Loooooooole!
Venha me ajudar aqui!
E o gnominho tratou de colocar a varinha da Mínima no lugar e correr
para ajudá-la a sair do poço.
Era sempre assim. A cada descida da Madame Mínima ao Hades; para
retornar, ela precisava da ajuda do gnomo, pois vinha carregada de
coisitas que lá ia buscar e não dava conta de subir sozinha.
Lole suspirou profundamente, imaginando que o novo "animalzinho" da
Mínima iria ser páreo duro de encarar!
- Loooooooooole!
Está surdo, gnomozinho atrapalhado?!
Me ajuda aqui, me ajuuuuuuuuuda!
Looooooogo! Imediataaaaaamente!
Lole jogou a escadinha de cordas mágicas pelo poço abaixo e tratou de
descer; voltando em seguida, carregado com os pacotes da Madame Mínima,
que vinha logo atrás dele e, olhando para baixo, dizia:
- Vem, vem, vem, meu bichinho lindo!
Vem, gracinha de cachorrinho!
Lole, que já havia deixado os pacotes sobre a arca da sala, voltava
para ajudar a sua senhora e, quase caiu de costas ao ver saltar do poço
que levava ao Hades, aquele animal enorme!
Tinha, pelo menos, o triplo do tamanho da Mínima, sendo mesmo maior que o
Danyl, depois de virar dragão.
Mas, isto não era surpreendente, pois as únicas criaturas menores que
a Madame Mínima naquele castelo, eram o próprio gnomo e a gata Miau.
- Olha que beleza, Lole!
O nosso bichinho, o mais novo filhote de Cérbero, o cão gigantesco
que guarda as portas do inferno, com uma das Harpias!
- Madame Mínima, esse tal de Cérbero não teria, por acaso, uma cria
do tipo poodle, pequenês ou yorkshire?
- Não, Lole! Mas veja como ele é fofinho... além das três cabeças,
essas asas lhe dão um toque especial, não é?
E que beleza de pelagem grisalha ele tem!!
- Éééé! Mas eu gostaria que ele fosse um pouquinho menorzinho!
Seria mais apropriado para o seu porte, né, Madame Mínima?
- O Danyl era grande e você não tinha medo dele, Lole!
- Mas ele não tinha essas caras tão feias, Madame Mínima!
Ao ouvir o que disse Lole, uma das cabeças, a mais gorducha, rosnou
feio para o gnomo.
Lole deu um pulo para trás e Madame Mínima reclamou com a cabeça:
- Calma, lindinho!
- E como é o nome dessa coisa, Madame Mínima?
- Ele se chama Tridog e irá ocupar as antigas dependências do Danyl,
aquele dragão ingrato!
- Madame Mínima... essas cabeças têm nome?
- Vou apresentá-las a você, Lole, mas preste bastante atenção aos
seus nomes e características, para não fazer trapalhadas ou vou me
zangar!
- Nã... nã... não se preocupe, Madame... vou tomar muito cuidado com o
seu novo... seu novo... "bichinho"!
- Sim, acho bom!
Esta cabeça aqui do meio, é o Reidog, a mais sensata das três e vive
conciliando as divergências entre a da direita, a Eddog, que é um
tanto politicamente correta demais e vive a discursar longa e
lerdamente; enquanto que a da esquerda... a da esquerda é a Pardog.
É uma cabeça muito brigona e só se acalma quando solta a voz a uivar
musicalmente!
- Eu penso, companheira, que as nossas novas acomodações devem obedecer
todas as normas de acessibilidade prescritas nas documentações que
acompanham o pedigree que a companheira recebeu nos escritórios de
registros de entradas e saídas do Hades e que possamos...
Dizia o Eddog, a cabeça da direita, quando foi bruscamente interrompida
pela Pardog, a da esquerda:
- Cala a boca, seu filho de um cão dos infernos!
Lá vem o sacana com seus discursos políticos enfadonhos!
- Calma, meu! Acabamos de chegar ao novo lar e já estão procurando
confusão? - tentou conciliar o Reidog.
- Companheiro, você não pode, com sua intransigência, me cercear a
palavra. Sou a cabeça melhor preparada para...
- Para o quê, Eddog, seu pulguento? - interrompeu, mais uma vez, a
nervosa Pardog.
- O meu, para com isto! Fica frio, mano!
A Madame parece ser gente boa, meu! E não vai ficar feliz com a gente
se vocês não pararem!
Por que não dizem uma coisa que eu gostaria de ouvir?
Ah... vamos, vamos! Digam alguma coisa que o Reidogzinho gostaria deouvir
para que eu fique feliz e tranquilo, vamos!
- Isto mesmo! Parem com este arerê, oxente!
Não quero mais animaisinhos que me tragam dor de cabeça! Basta a
ingratidão do Danyl, a perturbação da Miau a insistir que eu faça isto
ou aquilo ao modo dela e a minha nova criação de pererecas cabeludas que
a Madréa fez o favor de me deixar... e nem sei o que o meu mentor, o Exu
do Alecrim, dirá desta confusão toda com a sua matéria prima para
despachos...
- Madame Mínima! Já ia me esquecendo... chegou correspondência para a
senhora pela bola de cristal e, como as luminescências são cor de
abóbora, só pode ter vindo da tia Madréa! - informou o gnominho.
- Ah! A Madréa me escreveu?
Só quero saber o que tem para me dizer à respeito da acolhida que deu
ao meu ingrato dragãozinho e que explicação tem para este pererecário em
que transformou o meu galinheiro!
Mas, terei que aguardar até o Tridog estar bem acomodado e alimentado.
- Eu quero umas batatinhas fritas, filet à parmigiana e arroz à grega,
saca?
E, para acompanhar, meu... digo, minha, quero um suquinho de pitanga,
saca?
Ah! Quero uma TV para assistir aos jogos de Futecão e às corridas da
Fórmula cão, saca, meu?... minha?
E... tem, por aí, alguma obra do José de Alencar, meu... minha?
- Essa porra de cabeça central é mesmo esnobe!
Eu quero uma pizza tamanho família para começar, seguida por uma super
macarronada regada a dois litros de coca-cola e biscoitos de banana com
sorvete para a sobremesa ou vou morder os beirais do seu telhado,
bruxinha pimenta!
É imprescindível que eu receba o melhor microfone do mercado e
acomodações com revestimento acústico para ensaiar minhas apresentações
e, claro, sanduíches e bolos de hora em hora, tô avisando!
- Companheira e gentil senhora, eu gostaria, se fosse possível, dentro
das normas civilizadas de hospitalidade, que me fornecesse um pratinho
de feijoada e uma latinha de cerveja. Sou uma cabeça modesta e educada
no mais alto padrão canino e não procuro tornar a minha estada neste
recinto num entrave para a boa convivência com os novos companheiros.
Até porque, acredito piamente que seremos conscientes e lutaremos
juntos, sob a efígie da igualdade e fraternidade, respeitando mutuamente
as...
- Tá bom, tá bom!
Lole, providencie tudo, meu amorzinho.
Trate bem do nosso bichinho que a Minimazinha está doida para verificar
a correspondência.
O pequenino gnomo, exasperado com a quantidade de novas tarefas, estava
saudoso da Miau, que se virava sozinha e do Danyl, que com uma boa dúzia
de pintinhos, ficava satisfeito...
- Ah, Lole! Leve-o para os subterrâneos e apresente o quarto que mandei
reformar para ele.
O Danyl fez tantas reclamações que, para evitar que o meu novo bichinho
fuja, resolvi tornar mais confortáveis as celas... quero dizer, os
quartos, do calabouço.
- Muito bem, companheira! - começou a Eddog.
Tenho comigo umas três laudas, com firma reconhecida nos cartórios
infernais, sobre as reivindicações da AIC - Associação Infernal Canina;
instituída pelos honoráveis membros caninos do Hades e reconhecidos
filhos de Cérbero.
devem ser tratadas como prioritárias, as seguintes...
- Cadê a pizza? Tô com fome e não agüento mais este "Lerdog" a fazer
discursos prolixos!
Cala a boca, seu...
- Calma, meu... calma, mano!
Que tal cantar um pouquinho aquelas canções românticas que você fez pra
mim?
- Que merda de história é essa, seu babaca do focinho enorme?! A Mínima
vai pensar que eu sou uma cabeça gay!
Não fiz aquelas canções para você porra nenhuma e só canto quando se
fizer o mais absoluto silêncio, sou uma cabeça artista, filho do cão!
- Meu Exu pretinho dos calções pretos! - gritou Madame Mínima.
Assim, caminharam todos para o interior do castelo, imaginando como
seria aquela nova família...
Continua...
- - -
(Escrito por Rebeca Serra)
O gnomo Lole estava sozinho no castelo...
Aproveitando a ausência da Madame Mínima, que viajara até o Hades para
buscar o seu novo bichinho de estimação, um dos filhotinhos de Cérbero,
brincava com a varinha da sua ama, fazendo com que os seus carrinhos de
brinquedo corressem por todo o pátio da antiquíssima residência.
De repente, do fundo do poço, ouviu a ama chamá-lo:
- Loooooooole! Loooooooole!
Venha me ajudar aqui!
E o gnominho tratou de colocar a varinha da Mínima no lugar e correr
para ajudá-la a sair do poço.
Era sempre assim. A cada descida da Madame Mínima ao Hades; para
retornar, ela precisava da ajuda do gnomo, pois vinha carregada de
coisitas que lá ia buscar e não dava conta de subir sozinha.
Lole suspirou profundamente, imaginando que o novo "animalzinho" da
Mínima iria ser páreo duro de encarar!
- Loooooooooole!
Está surdo, gnomozinho atrapalhado?!
Me ajuda aqui, me ajuuuuuuuuuda!
Looooooogo! Imediataaaaaamente!
Lole jogou a escadinha de cordas mágicas pelo poço abaixo e tratou de
descer; voltando em seguida, carregado com os pacotes da Madame Mínima,
que vinha logo atrás dele e, olhando para baixo, dizia:
- Vem, vem, vem, meu bichinho lindo!
Vem, gracinha de cachorrinho!
Lole, que já havia deixado os pacotes sobre a arca da sala, voltava
para ajudar a sua senhora e, quase caiu de costas ao ver saltar do poço
que levava ao Hades, aquele animal enorme!
Tinha, pelo menos, o triplo do tamanho da Mínima, sendo mesmo maior que o
Danyl, depois de virar dragão.
Mas, isto não era surpreendente, pois as únicas criaturas menores que
a Madame Mínima naquele castelo, eram o próprio gnomo e a gata Miau.
- Olha que beleza, Lole!
O nosso bichinho, o mais novo filhote de Cérbero, o cão gigantesco
que guarda as portas do inferno, com uma das Harpias!
- Madame Mínima, esse tal de Cérbero não teria, por acaso, uma cria
do tipo poodle, pequenês ou yorkshire?
- Não, Lole! Mas veja como ele é fofinho... além das três cabeças,
essas asas lhe dão um toque especial, não é?
E que beleza de pelagem grisalha ele tem!!
- Éééé! Mas eu gostaria que ele fosse um pouquinho menorzinho!
Seria mais apropriado para o seu porte, né, Madame Mínima?
- O Danyl era grande e você não tinha medo dele, Lole!
- Mas ele não tinha essas caras tão feias, Madame Mínima!
Ao ouvir o que disse Lole, uma das cabeças, a mais gorducha, rosnou
feio para o gnomo.
Lole deu um pulo para trás e Madame Mínima reclamou com a cabeça:
- Calma, lindinho!
- E como é o nome dessa coisa, Madame Mínima?
- Ele se chama Tridog e irá ocupar as antigas dependências do Danyl,
aquele dragão ingrato!
- Madame Mínima... essas cabeças têm nome?
- Vou apresentá-las a você, Lole, mas preste bastante atenção aos
seus nomes e características, para não fazer trapalhadas ou vou me
zangar!
- Nã... nã... não se preocupe, Madame... vou tomar muito cuidado com o
seu novo... seu novo... "bichinho"!
- Sim, acho bom!
Esta cabeça aqui do meio, é o Reidog, a mais sensata das três e vive
conciliando as divergências entre a da direita, a Eddog, que é um
tanto politicamente correta demais e vive a discursar longa e
lerdamente; enquanto que a da esquerda... a da esquerda é a Pardog.
É uma cabeça muito brigona e só se acalma quando solta a voz a uivar
musicalmente!
- Eu penso, companheira, que as nossas novas acomodações devem obedecer
todas as normas de acessibilidade prescritas nas documentações que
acompanham o pedigree que a companheira recebeu nos escritórios de
registros de entradas e saídas do Hades e que possamos...
Dizia o Eddog, a cabeça da direita, quando foi bruscamente interrompida
pela Pardog, a da esquerda:
- Cala a boca, seu filho de um cão dos infernos!
Lá vem o sacana com seus discursos políticos enfadonhos!
- Calma, meu! Acabamos de chegar ao novo lar e já estão procurando
confusão? - tentou conciliar o Reidog.
- Companheiro, você não pode, com sua intransigência, me cercear a
palavra. Sou a cabeça melhor preparada para...
- Para o quê, Eddog, seu pulguento? - interrompeu, mais uma vez, a
nervosa Pardog.
- O meu, para com isto! Fica frio, mano!
A Madame parece ser gente boa, meu! E não vai ficar feliz com a gente
se vocês não pararem!
Por que não dizem uma coisa que eu gostaria de ouvir?
Ah... vamos, vamos! Digam alguma coisa que o Reidogzinho gostaria deouvir
para que eu fique feliz e tranquilo, vamos!
- Isto mesmo! Parem com este arerê, oxente!
Não quero mais animaisinhos que me tragam dor de cabeça! Basta a
ingratidão do Danyl, a perturbação da Miau a insistir que eu faça isto
ou aquilo ao modo dela e a minha nova criação de pererecas cabeludas que
a Madréa fez o favor de me deixar... e nem sei o que o meu mentor, o Exu
do Alecrim, dirá desta confusão toda com a sua matéria prima para
despachos...
- Madame Mínima! Já ia me esquecendo... chegou correspondência para a
senhora pela bola de cristal e, como as luminescências são cor de
abóbora, só pode ter vindo da tia Madréa! - informou o gnominho.
- Ah! A Madréa me escreveu?
Só quero saber o que tem para me dizer à respeito da acolhida que deu
ao meu ingrato dragãozinho e que explicação tem para este pererecário em
que transformou o meu galinheiro!
Mas, terei que aguardar até o Tridog estar bem acomodado e alimentado.
- Eu quero umas batatinhas fritas, filet à parmigiana e arroz à grega,
saca?
E, para acompanhar, meu... digo, minha, quero um suquinho de pitanga,
saca?
Ah! Quero uma TV para assistir aos jogos de Futecão e às corridas da
Fórmula cão, saca, meu?... minha?
E... tem, por aí, alguma obra do José de Alencar, meu... minha?
- Essa porra de cabeça central é mesmo esnobe!
Eu quero uma pizza tamanho família para começar, seguida por uma super
macarronada regada a dois litros de coca-cola e biscoitos de banana com
sorvete para a sobremesa ou vou morder os beirais do seu telhado,
bruxinha pimenta!
É imprescindível que eu receba o melhor microfone do mercado e
acomodações com revestimento acústico para ensaiar minhas apresentações
e, claro, sanduíches e bolos de hora em hora, tô avisando!
- Companheira e gentil senhora, eu gostaria, se fosse possível, dentro
das normas civilizadas de hospitalidade, que me fornecesse um pratinho
de feijoada e uma latinha de cerveja. Sou uma cabeça modesta e educada
no mais alto padrão canino e não procuro tornar a minha estada neste
recinto num entrave para a boa convivência com os novos companheiros.
Até porque, acredito piamente que seremos conscientes e lutaremos
juntos, sob a efígie da igualdade e fraternidade, respeitando mutuamente
as...
- Tá bom, tá bom!
Lole, providencie tudo, meu amorzinho.
Trate bem do nosso bichinho que a Minimazinha está doida para verificar
a correspondência.
O pequenino gnomo, exasperado com a quantidade de novas tarefas, estava
saudoso da Miau, que se virava sozinha e do Danyl, que com uma boa dúzia
de pintinhos, ficava satisfeito...
- Ah, Lole! Leve-o para os subterrâneos e apresente o quarto que mandei
reformar para ele.
O Danyl fez tantas reclamações que, para evitar que o meu novo bichinho
fuja, resolvi tornar mais confortáveis as celas... quero dizer, os
quartos, do calabouço.
- Muito bem, companheira! - começou a Eddog.
Tenho comigo umas três laudas, com firma reconhecida nos cartórios
infernais, sobre as reivindicações da AIC - Associação Infernal Canina;
instituída pelos honoráveis membros caninos do Hades e reconhecidos
filhos de Cérbero.
devem ser tratadas como prioritárias, as seguintes...
- Cadê a pizza? Tô com fome e não agüento mais este "Lerdog" a fazer
discursos prolixos!
Cala a boca, seu...
- Calma, meu... calma, mano!
Que tal cantar um pouquinho aquelas canções românticas que você fez pra
mim?
- Que merda de história é essa, seu babaca do focinho enorme?! A Mínima
vai pensar que eu sou uma cabeça gay!
Não fiz aquelas canções para você porra nenhuma e só canto quando se
fizer o mais absoluto silêncio, sou uma cabeça artista, filho do cão!
- Meu Exu pretinho dos calções pretos! - gritou Madame Mínima.
Assim, caminharam todos para o interior do castelo, imaginando como
seria aquela nova família...
Continua...
- - -
A Terra dos Perdidos Capítulo III
Luís Campos (Blind Joker)
* DLIM DLOM! DLIM DLOM!
Assim que a campainha toca, Nazaré corre pra atender ao chamado...
Nazaré - Pois não, Ezequiel!
Ezequiel - De que lado está o sol, Nazaré?
Nazaré - Do lado de fora, Ezequiel!
Ezequiel - Não é isso, Nazaré... é que não quero que o sol entre pela
janelinha!
Nazaré - Mas ele não entrará pela janelinha, Ezequiel... ele vai ficar
lá fora!
Ezequiel - Eu sei, Nazaré, mas...
Dudinha - Fique quieto, Ezequiel!
Ezequiel - Você só sabe dizer isso, Dudinha?
Dudinha - É a fala que o autor colocou no script pra mim, Ezequiel!
Ezequiel - Eta autorzinho pouco criativo, Dudinha!
Dudinha - Cala essa boca, guri!
Ezequiel - Tá certo, Dudinha! Vou tentar dormir!
Nazaré - Mais alguma coisa, Ezequiel?
Ezequiel - Que hora sai o rango?
Nazaré - Daqui a algumas linhas será servido o desjejum! Fui!
Ezequiel - Des, o quê?
Dudinha - Desjejum, Ezequiel, é o mesmo que café da manhã, a primeira
refeição do dia!
Ezequiel - Ah, entendi!
Nazaré - Tudo bem agora, Ezequiel?
Ezequiel - Só uma curiosidade... qual é o número da minha poltrona?
Nazaré - Vinte e quatro, Ezequiel!
Ezequiel - Rápido, Dudinha... vamos trocar de lugar!
Dudinha - Por que, Ezequiel? Você é supersticioso?
Ezequiel - Não, mas se os caras descobrem que sentei na poltrona vinte
e quatro, vão pegar ar!
Dudinha - Ai meu Deus... e essa agora! Tá bem, garoto!
Ezequiel - Obrigado, Dudinha... você tirou um peso das minhas costas!
Dudinha - Não entendi, garoto!
Ezequiel - Deixa pra lá!
- * -
Evangel - Porra, essa poltrona é mais apertada do que colarinho de
pastor!
Luzia - Eu não acho, Gel... pra mim ela está ótima!
Evangel - Você fala isso porque é magricela, Luzia!
Luzia - Nada disso, Gel... eu falo isso porque você tá gordo demais!
Evangel - Gordo é... deixe pra lá!
Luzia - Por que não dorme mais um pouco, Gel!
Evangel - Eu não dormi nem um pouco, Luzia!
Luzia - Sei, Gel... você só brincou de imitar o barulho da serra
elétrica!
Evangel - Porra... já não basta essa poltrona?
Luzia - Calma, Gel... e tente voltar a roncar, digo, dormir!
- * -
Após uns cinqüenta minutos de vôo, ouviu-se a voz do comandante:
- Senhores passageiros, aqui fala o comandante Adler. Estamos voando
a trinta mil pés de altitude, a temperatura externa é de cinqüenta e
seis graus negativos, nossa velocidade é de seiscentos quilômetros por
hora. Nosso tempo previsto de vôo até Vila Xurupita é de dez horas.
O tempo está bom e não há previsão de turbulências.
Se vocês olharem pra esquerda, verão a Cidade do Salvador... olhem ali
o Elevador Lacerda... ali é a Igreja do Bonfim... o Farol da barra...
a praia de Itapuan...
Mila (Pulando da poltrona e gritando) - Olha para a frente, Adler!
Érica - Calma, Mila! O piloto sabe o que faz!
Mila - Mas eu não sei o que ele deixa de fazer enquanto olha pro
lado, Érica!
Érica (Levantando-se e gritando) - Olha para a frente, Adler!
- * -
Alguns minutos depois, Margô e Malu estão servindo o desjejum...
Malu - Vai querer comer algo, Seu Joaquim?
Joaquim - Quais são as opções, minha filha?
Malu - Sim e não!
Joaquim - Engraçadinha!
Malu - Brincadeirinha, Senhor Joaquim! Temos caviar, croissant, filé
au poivre, granola, iogurte de leite de cabra, café, chocolate, suco,
pizzeta de porcini sec, omelete de aspargo, refrigerante, cerveja e
uísque!
- * -
Margô - Querem comer alguma coisa, rapazes?
Caldeira - Uísque, por favor!
Francisco Luiz - Pra mim, duas cervejas!
Margô - Duas?
Francisco Luiz - É! Pergunte pro Luís se não fiz assim na casa dele?
Margô - Não precisa... eu vi!
Abílio (Gritando) - Vê se deixa algumas pra mim, Francisco!
Marlene - Não esqueça das minhas cervejas, Margô!
Luís - E a minha também!
Rebeca - Eu quero uma coca zero, Margô!
Andréa - Eu e Patricinha queremos suco, Malu!
Malu - Calma, pessoal... todos serão servidos!
Pat Vision - Estamos indo dar uma mãozinha, Malu!
- * -
Como já perceberam, o serviço de bordo foi uma bagunça, digo, beleza
e quase todos repetiram lanches e bebidas. Pouco depois, na cozinha,
Malu conversa com Margô...
Malu - Esses cegos comem, hein?
Margô - E não é... já conheço alguns da casa do Luís!
Malu - Aqueles três pinguços acabaram o estoque de cerveja e uísque!
Margô - Tá falando do Francisco, do Caldeira e do Abílio?
Malu - E por acaso tem alguém aqui que beba mais do que esses caras?
Margô - Eu... quando bebia! Hahahahaha!
- * -
* DLIM DLOM! DLIM DLOM!
Nelita - Deixem que eu atendo!
A comissária foi averiguar o que ocorria com o passageiro da poltrona
dezenove...
Nelita - Em que posso ajudá-lo, Danilo?
Danilo - A mim, em nada, Maria... o problema é aí com o Leonardo!
Ele tá ficando amarelo!
Nelita - Está sentindo falta de ar, Leonardo?
Leonardo - Não, Nelita... estou sentindo falta de terra!
Nelita - Irei buscar um remediozinho pra você, Leonardo!
Caldeira (Gritando) - Trás um supositório pra ele, Nelita! Hahahahaha!
Leonardo - E pro Caldeira uma banana verde! Hahahahaha!
- * -
Aline - Sabe de uma coisa... eles poderiam substituir os assentos
flutuantes por pára-quedas, né?
Ana Lúcia - Eu também acho, Aline!
- * -
Andréa Sousa (Falando baixinho) - Será que o povo vai se zangar porque
trouxemos nossos bichinhos, Pat?
Patricinha - Até pode, Déa... mas não terá mais jeito a dar, né?
Andréa Sousa - É mesmo, meu! Hahahahaha!
- * -
Antonio José - E como vai sua campanha, Sílvia?
Sílvia - De vento em popa!
Antonio José - Então teremos uma vereadora cega em Salvador?
Sílvia - Se Deus quiser!
- * -
Nice- Tem duas coisas que gosto quando viajo de avião: uma quente e
outra gelada!
Rita Gonçalves - E quais são, Nice?
Nice - Café gelado e cerveja quente! Hahahahaha!
Rita Gonçalves - Hahahahaha! Você tem razão!
- * -
* DLIM DLOM! DLIM DLOM!
Stella - É da poltrona treze! Deixem que eu atendo!
Stella vai até a poltrona treze...
Stella - Diga, Audaí!
Audaí - Stella, eu queria conhecer a cabine do piloto!
Stella - Não tem problema! Venha comigo!
Rita Mendes - Eu também vou!
Audaí e Rita levantaram-se. Rita segurou no braço de Audaí que, por
sua vez, segurou no ombro de Stella. A comissária conduziu as duas até
a cabine do piloto...
Stella - Comandante Adler! Audaí e Rita vieram conhecer a cabine!
Adler - Fiquem à vontade, Senhoras!
Audaí - Posso perguntar qualquer coisa?
Rita Mendes - E eu, e eu?
Adler - Perguntem o que quiserem!
Audaí - Comandante Adler... esse tipo de avião cai muitas vezes?
Adler - Não, minha Senhora... esse aqui só cai uma vez!
- * -
Ednilson - Se a caixa preta do avião é indestrutível, por que não
fazem o avião todo do mesmo material?
Madréa - É mesmo!
- * -
Edson Música - Você gosta de blues, Marlene?
Lucélia - Gosto mais de rock!
Edson - Ah! Sabia que o rock veio do blues?
Marlene - Não! Legal!
- * -
Elaine - Você vai ao Encontro Dosvox, Reinaldo?
Reinaldo - Eu não... tô mais duro do que o PT!
Elaine - PT? O que é isso?
Reinaldo - Pau de tarado, Elaine!
- * -
Samira - Eu soube que você é candidato a vereador, Cisco!
Devair - É verdade!
Samira - E qual é a sua plataforma?
Devair - A que der mais "petrodólares"! Hahahahaha!
- * -
Marcão - Lembrei que ainda não disponibilizei meus livros na Campos
Livres!
Marilza - Nem eu os meus!
Marcão - Acho melhor que façamos logo isso, antes que Luís pegue ar!
Marilza - É mesmo! Aquele Luís tem uma língua de trapo! Hahahahaha!
Marcão - E fica aproveitando suas novelinhas pra nos mandar recado!
Hahahahaha!
- * -
* DLIM DLOM! DLIM DLOM!
Pat Vision - É da cabine do piloto. Vou ver o que o comandante deseja!
Pat Vision - O que o Senhor deseja, comandante?
Adler - É o seguinte: eu vôo todos os dias nesta companhia e toda vez
eu fico no mesmo lugar. Daqui eu não consigo ver o filme que passam,
não consigo dormir direito, essa aba da janela não fecha. Eu quero uma
providência urgente!
Pat Vision - Deixe de reclamar, comandante, e trate de pilotar esse
avião, senão a gente vai chegar muito tarde em Vila Xurupita e não
vai dar nem pra pegar uma prainha!
Adler - É sempre assim... ninguém me compreende!
Pat Vision - Fui!
- * -
Mergulhador - Você viu o rolo que provoquei na Campos Livres, Wil?
Wil - Se vi... mas eu também provoquei um rebuliço! Hahahahaha!
Mergulhador - Hahaha! Foi bom pra dar uma mexidinha naquele pessoal!
Wil - Pois é! Danilo tá sempre reclamando que a Lista está parada!
Mergulhador - Agora ele viu quanto ela andou! Hahahahaha!
Wil - Hahahahaha! É mesmo!
- * -
Nesse momento, um garoto apoiando-se numa muleta, aparece na cabine
de passageiros fazendo o pregão duma noticia...
- Extra, Extra!
Avião da Transaaxé desaparece ao sobrevoar o Atlântico!
Extra, Extra!
Avião da Transaaxé desaparece ao sobrevoar o Atlântico!
Edson - Ei, seu jornaleiro, me dê um jornal desse aí!
Jornaleiro - O jornal não é pra dar, moço... é pra vender!
Edson - Que jornaleiro casquinha... até parece o Luís!
Luís - Você entrou na Campos Livres há pouco e já tá entrando nessa,
meu rei?
Edson - Eu não entro nessa nem naquela, Luís!
Margô - Como foi que esse jornaleiro apareceu aqui dentro, pessoal?
Rebeca - Isso é coisa da cabeça do Luís, Margô!
Margô - E eu dei Vitor pra ele batizar! Tô lenhada!
Danilo - Azar daquele gordo, Margô!
Pat Vision - Não fale assim do Vitor, Danilo... Vitor é uma gracinha!
Danilo - Gracinha? Aquilo é um gração, isso sim!
Continua...
- - -
* DLIM DLOM! DLIM DLOM!
Assim que a campainha toca, Nazaré corre pra atender ao chamado...
Nazaré - Pois não, Ezequiel!
Ezequiel - De que lado está o sol, Nazaré?
Nazaré - Do lado de fora, Ezequiel!
Ezequiel - Não é isso, Nazaré... é que não quero que o sol entre pela
janelinha!
Nazaré - Mas ele não entrará pela janelinha, Ezequiel... ele vai ficar
lá fora!
Ezequiel - Eu sei, Nazaré, mas...
Dudinha - Fique quieto, Ezequiel!
Ezequiel - Você só sabe dizer isso, Dudinha?
Dudinha - É a fala que o autor colocou no script pra mim, Ezequiel!
Ezequiel - Eta autorzinho pouco criativo, Dudinha!
Dudinha - Cala essa boca, guri!
Ezequiel - Tá certo, Dudinha! Vou tentar dormir!
Nazaré - Mais alguma coisa, Ezequiel?
Ezequiel - Que hora sai o rango?
Nazaré - Daqui a algumas linhas será servido o desjejum! Fui!
Ezequiel - Des, o quê?
Dudinha - Desjejum, Ezequiel, é o mesmo que café da manhã, a primeira
refeição do dia!
Ezequiel - Ah, entendi!
Nazaré - Tudo bem agora, Ezequiel?
Ezequiel - Só uma curiosidade... qual é o número da minha poltrona?
Nazaré - Vinte e quatro, Ezequiel!
Ezequiel - Rápido, Dudinha... vamos trocar de lugar!
Dudinha - Por que, Ezequiel? Você é supersticioso?
Ezequiel - Não, mas se os caras descobrem que sentei na poltrona vinte
e quatro, vão pegar ar!
Dudinha - Ai meu Deus... e essa agora! Tá bem, garoto!
Ezequiel - Obrigado, Dudinha... você tirou um peso das minhas costas!
Dudinha - Não entendi, garoto!
Ezequiel - Deixa pra lá!
- * -
Evangel - Porra, essa poltrona é mais apertada do que colarinho de
pastor!
Luzia - Eu não acho, Gel... pra mim ela está ótima!
Evangel - Você fala isso porque é magricela, Luzia!
Luzia - Nada disso, Gel... eu falo isso porque você tá gordo demais!
Evangel - Gordo é... deixe pra lá!
Luzia - Por que não dorme mais um pouco, Gel!
Evangel - Eu não dormi nem um pouco, Luzia!
Luzia - Sei, Gel... você só brincou de imitar o barulho da serra
elétrica!
Evangel - Porra... já não basta essa poltrona?
Luzia - Calma, Gel... e tente voltar a roncar, digo, dormir!
- * -
Após uns cinqüenta minutos de vôo, ouviu-se a voz do comandante:
- Senhores passageiros, aqui fala o comandante Adler. Estamos voando
a trinta mil pés de altitude, a temperatura externa é de cinqüenta e
seis graus negativos, nossa velocidade é de seiscentos quilômetros por
hora. Nosso tempo previsto de vôo até Vila Xurupita é de dez horas.
O tempo está bom e não há previsão de turbulências.
Se vocês olharem pra esquerda, verão a Cidade do Salvador... olhem ali
o Elevador Lacerda... ali é a Igreja do Bonfim... o Farol da barra...
a praia de Itapuan...
Mila (Pulando da poltrona e gritando) - Olha para a frente, Adler!
Érica - Calma, Mila! O piloto sabe o que faz!
Mila - Mas eu não sei o que ele deixa de fazer enquanto olha pro
lado, Érica!
Érica (Levantando-se e gritando) - Olha para a frente, Adler!
- * -
Alguns minutos depois, Margô e Malu estão servindo o desjejum...
Malu - Vai querer comer algo, Seu Joaquim?
Joaquim - Quais são as opções, minha filha?
Malu - Sim e não!
Joaquim - Engraçadinha!
Malu - Brincadeirinha, Senhor Joaquim! Temos caviar, croissant, filé
au poivre, granola, iogurte de leite de cabra, café, chocolate, suco,
pizzeta de porcini sec, omelete de aspargo, refrigerante, cerveja e
uísque!
- * -
Margô - Querem comer alguma coisa, rapazes?
Caldeira - Uísque, por favor!
Francisco Luiz - Pra mim, duas cervejas!
Margô - Duas?
Francisco Luiz - É! Pergunte pro Luís se não fiz assim na casa dele?
Margô - Não precisa... eu vi!
Abílio (Gritando) - Vê se deixa algumas pra mim, Francisco!
Marlene - Não esqueça das minhas cervejas, Margô!
Luís - E a minha também!
Rebeca - Eu quero uma coca zero, Margô!
Andréa - Eu e Patricinha queremos suco, Malu!
Malu - Calma, pessoal... todos serão servidos!
Pat Vision - Estamos indo dar uma mãozinha, Malu!
- * -
Como já perceberam, o serviço de bordo foi uma bagunça, digo, beleza
e quase todos repetiram lanches e bebidas. Pouco depois, na cozinha,
Malu conversa com Margô...
Malu - Esses cegos comem, hein?
Margô - E não é... já conheço alguns da casa do Luís!
Malu - Aqueles três pinguços acabaram o estoque de cerveja e uísque!
Margô - Tá falando do Francisco, do Caldeira e do Abílio?
Malu - E por acaso tem alguém aqui que beba mais do que esses caras?
Margô - Eu... quando bebia! Hahahahaha!
- * -
* DLIM DLOM! DLIM DLOM!
Nelita - Deixem que eu atendo!
A comissária foi averiguar o que ocorria com o passageiro da poltrona
dezenove...
Nelita - Em que posso ajudá-lo, Danilo?
Danilo - A mim, em nada, Maria... o problema é aí com o Leonardo!
Ele tá ficando amarelo!
Nelita - Está sentindo falta de ar, Leonardo?
Leonardo - Não, Nelita... estou sentindo falta de terra!
Nelita - Irei buscar um remediozinho pra você, Leonardo!
Caldeira (Gritando) - Trás um supositório pra ele, Nelita! Hahahahaha!
Leonardo - E pro Caldeira uma banana verde! Hahahahaha!
- * -
Aline - Sabe de uma coisa... eles poderiam substituir os assentos
flutuantes por pára-quedas, né?
Ana Lúcia - Eu também acho, Aline!
- * -
Andréa Sousa (Falando baixinho) - Será que o povo vai se zangar porque
trouxemos nossos bichinhos, Pat?
Patricinha - Até pode, Déa... mas não terá mais jeito a dar, né?
Andréa Sousa - É mesmo, meu! Hahahahaha!
- * -
Antonio José - E como vai sua campanha, Sílvia?
Sílvia - De vento em popa!
Antonio José - Então teremos uma vereadora cega em Salvador?
Sílvia - Se Deus quiser!
- * -
Nice- Tem duas coisas que gosto quando viajo de avião: uma quente e
outra gelada!
Rita Gonçalves - E quais são, Nice?
Nice - Café gelado e cerveja quente! Hahahahaha!
Rita Gonçalves - Hahahahaha! Você tem razão!
- * -
* DLIM DLOM! DLIM DLOM!
Stella - É da poltrona treze! Deixem que eu atendo!
Stella vai até a poltrona treze...
Stella - Diga, Audaí!
Audaí - Stella, eu queria conhecer a cabine do piloto!
Stella - Não tem problema! Venha comigo!
Rita Mendes - Eu também vou!
Audaí e Rita levantaram-se. Rita segurou no braço de Audaí que, por
sua vez, segurou no ombro de Stella. A comissária conduziu as duas até
a cabine do piloto...
Stella - Comandante Adler! Audaí e Rita vieram conhecer a cabine!
Adler - Fiquem à vontade, Senhoras!
Audaí - Posso perguntar qualquer coisa?
Rita Mendes - E eu, e eu?
Adler - Perguntem o que quiserem!
Audaí - Comandante Adler... esse tipo de avião cai muitas vezes?
Adler - Não, minha Senhora... esse aqui só cai uma vez!
- * -
Ednilson - Se a caixa preta do avião é indestrutível, por que não
fazem o avião todo do mesmo material?
Madréa - É mesmo!
- * -
Edson Música - Você gosta de blues, Marlene?
Lucélia - Gosto mais de rock!
Edson - Ah! Sabia que o rock veio do blues?
Marlene - Não! Legal!
- * -
Elaine - Você vai ao Encontro Dosvox, Reinaldo?
Reinaldo - Eu não... tô mais duro do que o PT!
Elaine - PT? O que é isso?
Reinaldo - Pau de tarado, Elaine!
- * -
Samira - Eu soube que você é candidato a vereador, Cisco!
Devair - É verdade!
Samira - E qual é a sua plataforma?
Devair - A que der mais "petrodólares"! Hahahahaha!
- * -
Marcão - Lembrei que ainda não disponibilizei meus livros na Campos
Livres!
Marilza - Nem eu os meus!
Marcão - Acho melhor que façamos logo isso, antes que Luís pegue ar!
Marilza - É mesmo! Aquele Luís tem uma língua de trapo! Hahahahaha!
Marcão - E fica aproveitando suas novelinhas pra nos mandar recado!
Hahahahaha!
- * -
* DLIM DLOM! DLIM DLOM!
Pat Vision - É da cabine do piloto. Vou ver o que o comandante deseja!
Pat Vision - O que o Senhor deseja, comandante?
Adler - É o seguinte: eu vôo todos os dias nesta companhia e toda vez
eu fico no mesmo lugar. Daqui eu não consigo ver o filme que passam,
não consigo dormir direito, essa aba da janela não fecha. Eu quero uma
providência urgente!
Pat Vision - Deixe de reclamar, comandante, e trate de pilotar esse
avião, senão a gente vai chegar muito tarde em Vila Xurupita e não
vai dar nem pra pegar uma prainha!
Adler - É sempre assim... ninguém me compreende!
Pat Vision - Fui!
- * -
Mergulhador - Você viu o rolo que provoquei na Campos Livres, Wil?
Wil - Se vi... mas eu também provoquei um rebuliço! Hahahahaha!
Mergulhador - Hahaha! Foi bom pra dar uma mexidinha naquele pessoal!
Wil - Pois é! Danilo tá sempre reclamando que a Lista está parada!
Mergulhador - Agora ele viu quanto ela andou! Hahahahaha!
Wil - Hahahahaha! É mesmo!
- * -
Nesse momento, um garoto apoiando-se numa muleta, aparece na cabine
de passageiros fazendo o pregão duma noticia...
- Extra, Extra!
Avião da Transaaxé desaparece ao sobrevoar o Atlântico!
Extra, Extra!
Avião da Transaaxé desaparece ao sobrevoar o Atlântico!
Edson - Ei, seu jornaleiro, me dê um jornal desse aí!
Jornaleiro - O jornal não é pra dar, moço... é pra vender!
Edson - Que jornaleiro casquinha... até parece o Luís!
Luís - Você entrou na Campos Livres há pouco e já tá entrando nessa,
meu rei?
Edson - Eu não entro nessa nem naquela, Luís!
Margô - Como foi que esse jornaleiro apareceu aqui dentro, pessoal?
Rebeca - Isso é coisa da cabeça do Luís, Margô!
Margô - E eu dei Vitor pra ele batizar! Tô lenhada!
Danilo - Azar daquele gordo, Margô!
Pat Vision - Não fale assim do Vitor, Danilo... Vitor é uma gracinha!
Danilo - Gracinha? Aquilo é um gração, isso sim!
Continua...
- - -
As Aventuras de Frankenstinha Capítulo III
Luís Campos (Blind Joker)
- Agora posso responder sua pergunta, Doutor Crazy!
- Então responda, Fran!
- Não será preciso, Doutor Crazy... olha o Rein Ald aí!
- Então, Rein... acabou o serviço?
- Claro, Doutor Crazy!
- E aí?
- Está tudo nos conforme, Doutor Worst!
- Podemos subir para brinc... trabalhar?
- Claro, Doutor Crazy!
- Oba! Iuipi! - exclamaram os cientistas.
- Calminha aí, Doutores! Eu subirei com os Senhores para ver se está
tudo direitinho!
- Não confia em meu taco, Fran?
- Não! Nunca vi você jogar sinuca, Rein!
- Tá bem, Fran... pode subir pra conferir!
Tô indo ao banheiro!
- Eu vou mesmo! Vamos Doutores!
Fran Kensbeca, acompanhada pelos doutores Bad Crazy e Worst Made,
subiu ao andar superior. Rein Ald foi ao banheiro que ficava após a
cozinha. Nesse meio tempo, adentrava o casarão o Professor Lutonium,
assistente dos cientistas. Como não vira ninguém por ali, subiu ao
laboratório...
- Bom-dia, Doutores! Bom-dia, Senhorita Fran!
- Bom-dia, Professor Lutonium! - responderam os três.
- Fizeram um novo telhado?
- Foi! Ontem aconteceu uma pequena explosão por aqui! - disse Fran.
- A culpa não foi minha! - disse Doutor Worst.
- Nem minha! - falou Doutor Crazy.
- Claro que não foi de ninguém... foi da tempestade!
- Isso mesmo, Fran! O raio veio com mais energia do que a gente
esperava! Não foi, Worst?
- Foi, foi, Crazy!
- Vejo que quase toda a vidraria do laboratório já era!
- Pois é, Professor Lutonium! Estou indo com os Doutores à cidade pra
eles receberem suas aposentadorias e comprar alguns materiais!
- Tudo certo, Fran! Ficarei por aqui ajeitando algumas coisas!
- Obrigada, Professor Lutonium! Vamos descer para vestirmos algumas
roupas decentes, Doutores!
- Uauauaua! Vamos pra cidade... vamos pra cidade! - cantarolou Doutor
Worst!
- Eu quero ir no bate-bate, Fran!
- Primeiro vamos receber as aposentadorias, depois comprar o que
precisamos e aí sim, eu levo os Doutores ao parquinho, tá?
- Tá bom, Fran! - falaram os cientistas ao mesmo tempo.
_ * _
Quando Rein voltava do banheiro passou diante do quarto de Fran e, ao
ver a porta aberta, não resistiu e deu uma entradinha. O quarto era
arejado e estava cheiroso. Ele sentou-se na cama e aspirou o perfume
de Fran que impregnava o ambiente. Ficou ali sonhando acordado até que
viu, dentro da cesta de roupa suja, uma calcinha da moça. Pegou a peça
e saiu do quarto com ela na mão. Ao chegar na cozinha, percebeu que
Fran e os cientistas vinham em sua direção e iriam pegá-lo com a boca
na botija, digo, com a calcinha na mão. Abriu rapidamente o forno
microondas e jogou a calcinha lá dentro...
- Que cara é essa, Rein?
- É a minha, Fran... só tenho essa!
- Você está suando! Assustou-se com alguma coisa?
- N-não, Fran... o banheiro estava muito quente!
- Por que você não ligou o ar-condicionado?
- O quê? Tem ar-condicionado no banheiro?
- Claro, Rein... em todo lugar do casarão tem ar-condicionado!
- Mas aqui também tem aquecedor em tudo que é lugar, Fran!
- Claro, Rein... assim a gente pode controlar a temperatura em todos
os ambientes! - disse Doutor Crazy.
- Pois é, Rein! Em algumas experiências precisamos ter uma temperatura
adequada! - concluiu Doutor Worst.
- Entendeu, Rein?
- Eu não, Fran!
- Nem eu entendo, Rein, mas, amarra-se o burro conforme o dono, né?
- Eu tenho medo de cavalo, Fran!
- Calma, Doutor Worst! Eu falei burro... burro!
- Hahahahahaha! Ele tem medo até de cavalinho de carrossel, Fran!
- E você tem medo de barata, Crazy! Hahahahahaha!
- A conversa tá boa, mas temos que nos arrumar!
- Vão sair, Fran?
- Vamos ao centro comprar algumas coisas pro laboratório, Rein!
- Vocês querem uma carona, Fran? Estou indo pra cidade!
- Valeu, Rein! Pode arrumar suas coisas no carro que vou apressar os
Doutores!
- Ok, Fran!
Rein pegou sua maleta de ferramentas e dirigiu-se à garagem. Fran foi
até o quarto dos cientistas...
- Já vestiram suas roupas?
- Fran... eu posso ir com a roupa do Superblind?
- Pode, Doutor Worst!
- Então eu vou com minha roupa do Bill Blind, Fran!
- Tudo bem, Doutor Crazy!
- Por que você não vai de Lua Furada, Fran?
- Está insinuando alguma coisa, Doutor Crazy?
Não, Fran... é que ela é loirinha e pequenininha que nem você!
- Ah! Vou ao meu quarto e quando voltar quero encontrá-los prontos!
Dez minutos depois Fran retornava ao quarto dos cientistas...
- Vamos, Doutores?
- Vamos, Fran! - disseram os cientistas.
Todos entraram na "Carrocinha", apelido que Rein Ald dera à sua Rural
Willys 1957, azul e branca e meia hora depois Rein os deixava na
porta do banco...
- Doutor Worst, Doutor Crazy! Querem parar de ficar entrando e saindo
na porta giratória?
- É que é divertido, Fran! Hahahahaha!
- O segurança não acha, Doutor Crazy!
- Olhe a cara feia dele, Fran! Hahahahahaha!
- Estou vendo, Doutor Worst! Mas saiam já dessa porta! Agora!
Os cientistas, emburrados, abandonaram a brincadeira, mas ao passarem
diante do segurança, sem que Fran percebesse, mostraram a língua pro
moço...
- Vamos aproveitar que a fila tá pequena, Doutores!
- Tá pequena, Fran, porque isso aqui é ficção! Hahahahahaha!
- Essa foi boa, Crazy! Hahahahahahaha!
- Obrigado, Worst! Hahahahahaha!
- Deixem de gracinhas e fiquem aqui ao meu lado!
- Veja, Fran... tem seis caixas e só três têm funcionários pra atender
o pessoal, Fran!
- Em todas as agências bancárias é a mesma coisa, Worst!
- E isso é certo, Crazy?
- Pros donos dos bancos é normal, Worst!
- Acho melhor os Senhores deixarem essa discussão pra depois!
- Por que, Fran? - indagaram os cientistas numa só voz.
- Porque chegou a nossa vez, Doutores! Vamos!
_ * _
Cerca de uma hora depois que o povo saíra, Professor Lutonium resolveu
descer para tomar um cafezinho. Por estar com fome, decidiu fazer um
sanduíche. Pegou na geladeira o que foi encontrando, pois queria dar
um sabor especial ao mesmo e foi colocando dentro do pão de gergelim.
Como não havia suco ou refrigerante na geladeira, pegou leite de cabra
e outros líquidos que encontrou ali, fazendo uma beberagem para ajudar
a descer o estranho lanchinho. Tudo pronto, abriu o forno microondas
e jogou o sanduíche lá dentro. dois minutos depois que ligou o bicho,
este explodiu, jogando-o no quintal e melando toda a cozinha. Após
ficar uns dez minutos desacordado, voltou a si e descobriu, envoltos
em farrapos, três pequenos ovos. Percebeu que os trapos eram restos de
uma calcinha. Como todo cientista que se preza, subiu com os ovinhos
ao laboratório para examiná-los. Após alguns exames ao microscópio,
descobriu que havia vida no interior destes. Colocando-os numa estufa,
desceu e tratou de fazer uma rápida limpeza na bagunça que deixara
na cozinha. Voltou ao laboratório, pegou os ovinhos na estufa e foi
embora do casarão. Quando Fran e os cientistas chegaram, o Professor
Lutonium já não estava mais ali...
- Professor Lutonium, por favor, desça para ajudar a subir o material
que compramos! - gritou Fran.
Como não houvesse resposta, Fran mandou que os cientistas subissem com
alguns dos pacotes e subiu com outros...
- O Professor Lutonium não está aqui, Fran! - disse Doutor Worst.
- Onde será que ele se meteu, Fran?
- Eu não sei, Doutor Crazy! Talvez esteja no banheiro!
- Acho que ele quer brincar de esconde-esconde, Crazy!
- Então vamos procurá-lo, Worst!
- Quem o encontrar primeiro é o próximo a se esconder, tá?
- Certo, Worst! Vamos atrás dele!
- Parem aí! Antes de brincar, desçam para pegar os pacotes que estão
lá embaixo!
- Poxa, Fran! Você é uma estraga-prazeres!
- Isso mesmo, Worst!
- Aprendam, Doutores: primeiro a obrigação, depois a devoção!
- Isso é conversa de gente velha, Fran!
- Nada disso, Doutor Crazy! Isso é conversa de gente responsável!
- Essa gente responsável é muito chata, isso sim!
- Falou e disse, Crazy!
- Obrigado, Worst! Eu também sei falar bonito!
- Os Senhores ficaram com tanta conversa fiada que o capítulo acabou!
Continua...
- - -
- Agora posso responder sua pergunta, Doutor Crazy!
- Então responda, Fran!
- Não será preciso, Doutor Crazy... olha o Rein Ald aí!
- Então, Rein... acabou o serviço?
- Claro, Doutor Crazy!
- E aí?
- Está tudo nos conforme, Doutor Worst!
- Podemos subir para brinc... trabalhar?
- Claro, Doutor Crazy!
- Oba! Iuipi! - exclamaram os cientistas.
- Calminha aí, Doutores! Eu subirei com os Senhores para ver se está
tudo direitinho!
- Não confia em meu taco, Fran?
- Não! Nunca vi você jogar sinuca, Rein!
- Tá bem, Fran... pode subir pra conferir!
Tô indo ao banheiro!
- Eu vou mesmo! Vamos Doutores!
Fran Kensbeca, acompanhada pelos doutores Bad Crazy e Worst Made,
subiu ao andar superior. Rein Ald foi ao banheiro que ficava após a
cozinha. Nesse meio tempo, adentrava o casarão o Professor Lutonium,
assistente dos cientistas. Como não vira ninguém por ali, subiu ao
laboratório...
- Bom-dia, Doutores! Bom-dia, Senhorita Fran!
- Bom-dia, Professor Lutonium! - responderam os três.
- Fizeram um novo telhado?
- Foi! Ontem aconteceu uma pequena explosão por aqui! - disse Fran.
- A culpa não foi minha! - disse Doutor Worst.
- Nem minha! - falou Doutor Crazy.
- Claro que não foi de ninguém... foi da tempestade!
- Isso mesmo, Fran! O raio veio com mais energia do que a gente
esperava! Não foi, Worst?
- Foi, foi, Crazy!
- Vejo que quase toda a vidraria do laboratório já era!
- Pois é, Professor Lutonium! Estou indo com os Doutores à cidade pra
eles receberem suas aposentadorias e comprar alguns materiais!
- Tudo certo, Fran! Ficarei por aqui ajeitando algumas coisas!
- Obrigada, Professor Lutonium! Vamos descer para vestirmos algumas
roupas decentes, Doutores!
- Uauauaua! Vamos pra cidade... vamos pra cidade! - cantarolou Doutor
Worst!
- Eu quero ir no bate-bate, Fran!
- Primeiro vamos receber as aposentadorias, depois comprar o que
precisamos e aí sim, eu levo os Doutores ao parquinho, tá?
- Tá bom, Fran! - falaram os cientistas ao mesmo tempo.
_ * _
Quando Rein voltava do banheiro passou diante do quarto de Fran e, ao
ver a porta aberta, não resistiu e deu uma entradinha. O quarto era
arejado e estava cheiroso. Ele sentou-se na cama e aspirou o perfume
de Fran que impregnava o ambiente. Ficou ali sonhando acordado até que
viu, dentro da cesta de roupa suja, uma calcinha da moça. Pegou a peça
e saiu do quarto com ela na mão. Ao chegar na cozinha, percebeu que
Fran e os cientistas vinham em sua direção e iriam pegá-lo com a boca
na botija, digo, com a calcinha na mão. Abriu rapidamente o forno
microondas e jogou a calcinha lá dentro...
- Que cara é essa, Rein?
- É a minha, Fran... só tenho essa!
- Você está suando! Assustou-se com alguma coisa?
- N-não, Fran... o banheiro estava muito quente!
- Por que você não ligou o ar-condicionado?
- O quê? Tem ar-condicionado no banheiro?
- Claro, Rein... em todo lugar do casarão tem ar-condicionado!
- Mas aqui também tem aquecedor em tudo que é lugar, Fran!
- Claro, Rein... assim a gente pode controlar a temperatura em todos
os ambientes! - disse Doutor Crazy.
- Pois é, Rein! Em algumas experiências precisamos ter uma temperatura
adequada! - concluiu Doutor Worst.
- Entendeu, Rein?
- Eu não, Fran!
- Nem eu entendo, Rein, mas, amarra-se o burro conforme o dono, né?
- Eu tenho medo de cavalo, Fran!
- Calma, Doutor Worst! Eu falei burro... burro!
- Hahahahahaha! Ele tem medo até de cavalinho de carrossel, Fran!
- E você tem medo de barata, Crazy! Hahahahahaha!
- A conversa tá boa, mas temos que nos arrumar!
- Vão sair, Fran?
- Vamos ao centro comprar algumas coisas pro laboratório, Rein!
- Vocês querem uma carona, Fran? Estou indo pra cidade!
- Valeu, Rein! Pode arrumar suas coisas no carro que vou apressar os
Doutores!
- Ok, Fran!
Rein pegou sua maleta de ferramentas e dirigiu-se à garagem. Fran foi
até o quarto dos cientistas...
- Já vestiram suas roupas?
- Fran... eu posso ir com a roupa do Superblind?
- Pode, Doutor Worst!
- Então eu vou com minha roupa do Bill Blind, Fran!
- Tudo bem, Doutor Crazy!
- Por que você não vai de Lua Furada, Fran?
- Está insinuando alguma coisa, Doutor Crazy?
Não, Fran... é que ela é loirinha e pequenininha que nem você!
- Ah! Vou ao meu quarto e quando voltar quero encontrá-los prontos!
Dez minutos depois Fran retornava ao quarto dos cientistas...
- Vamos, Doutores?
- Vamos, Fran! - disseram os cientistas.
Todos entraram na "Carrocinha", apelido que Rein Ald dera à sua Rural
Willys 1957, azul e branca e meia hora depois Rein os deixava na
porta do banco...
- Doutor Worst, Doutor Crazy! Querem parar de ficar entrando e saindo
na porta giratória?
- É que é divertido, Fran! Hahahahaha!
- O segurança não acha, Doutor Crazy!
- Olhe a cara feia dele, Fran! Hahahahahaha!
- Estou vendo, Doutor Worst! Mas saiam já dessa porta! Agora!
Os cientistas, emburrados, abandonaram a brincadeira, mas ao passarem
diante do segurança, sem que Fran percebesse, mostraram a língua pro
moço...
- Vamos aproveitar que a fila tá pequena, Doutores!
- Tá pequena, Fran, porque isso aqui é ficção! Hahahahahaha!
- Essa foi boa, Crazy! Hahahahahahaha!
- Obrigado, Worst! Hahahahahaha!
- Deixem de gracinhas e fiquem aqui ao meu lado!
- Veja, Fran... tem seis caixas e só três têm funcionários pra atender
o pessoal, Fran!
- Em todas as agências bancárias é a mesma coisa, Worst!
- E isso é certo, Crazy?
- Pros donos dos bancos é normal, Worst!
- Acho melhor os Senhores deixarem essa discussão pra depois!
- Por que, Fran? - indagaram os cientistas numa só voz.
- Porque chegou a nossa vez, Doutores! Vamos!
_ * _
Cerca de uma hora depois que o povo saíra, Professor Lutonium resolveu
descer para tomar um cafezinho. Por estar com fome, decidiu fazer um
sanduíche. Pegou na geladeira o que foi encontrando, pois queria dar
um sabor especial ao mesmo e foi colocando dentro do pão de gergelim.
Como não havia suco ou refrigerante na geladeira, pegou leite de cabra
e outros líquidos que encontrou ali, fazendo uma beberagem para ajudar
a descer o estranho lanchinho. Tudo pronto, abriu o forno microondas
e jogou o sanduíche lá dentro. dois minutos depois que ligou o bicho,
este explodiu, jogando-o no quintal e melando toda a cozinha. Após
ficar uns dez minutos desacordado, voltou a si e descobriu, envoltos
em farrapos, três pequenos ovos. Percebeu que os trapos eram restos de
uma calcinha. Como todo cientista que se preza, subiu com os ovinhos
ao laboratório para examiná-los. Após alguns exames ao microscópio,
descobriu que havia vida no interior destes. Colocando-os numa estufa,
desceu e tratou de fazer uma rápida limpeza na bagunça que deixara
na cozinha. Voltou ao laboratório, pegou os ovinhos na estufa e foi
embora do casarão. Quando Fran e os cientistas chegaram, o Professor
Lutonium já não estava mais ali...
- Professor Lutonium, por favor, desça para ajudar a subir o material
que compramos! - gritou Fran.
Como não houvesse resposta, Fran mandou que os cientistas subissem com
alguns dos pacotes e subiu com outros...
- O Professor Lutonium não está aqui, Fran! - disse Doutor Worst.
- Onde será que ele se meteu, Fran?
- Eu não sei, Doutor Crazy! Talvez esteja no banheiro!
- Acho que ele quer brincar de esconde-esconde, Crazy!
- Então vamos procurá-lo, Worst!
- Quem o encontrar primeiro é o próximo a se esconder, tá?
- Certo, Worst! Vamos atrás dele!
- Parem aí! Antes de brincar, desçam para pegar os pacotes que estão
lá embaixo!
- Poxa, Fran! Você é uma estraga-prazeres!
- Isso mesmo, Worst!
- Aprendam, Doutores: primeiro a obrigação, depois a devoção!
- Isso é conversa de gente velha, Fran!
- Nada disso, Doutor Crazy! Isso é conversa de gente responsável!
- Essa gente responsável é muito chata, isso sim!
- Falou e disse, Crazy!
- Obrigado, Worst! Eu também sei falar bonito!
- Os Senhores ficaram com tanta conversa fiada que o capítulo acabou!
Continua...
- - -
A história de Danyl Capitulo III
Luís Campos (Blind Joker)
Após a prova das argolas os cavaleiros apresentaram-se para a de arco
e flecha. O Cavaleiro Branco, Sir Bialio e Sir Tar Ciss, o Cavaleiro
Azul, seriam os primeiros a disputarem essa prova. Colocaram-se no
local demarcado e o alvo, uma maçã vermelha, foi pendurada no galho
duma árvore que distava cerca de trinta metros deste. O Arauto havia
convidado Danyl a colocar a maçã sobre sua cabeça, mas o gato achou
por bem não aceitar tal honraria e antes que o pegassem, saltou da
almofada e foi esconder-se entre as pernas da Condessa Anigroj.
Assim que soaram os clarins, um cavaleiro após o outro atirou sua
flecha.
Sir Bialio, o Cavaleiro Branco, acertando a maçã venceu ao Cavaleiro
Azul cuja flecha foi espetar-se no fogareiro duma baiana que vendia
acarajé na feira ao lado da arena. Com o susto, a pobre Iaô derrubou
seu tabuleiro e caiu para trás. Se não estivesse vestida como exige o
figurino das filhas-de-Santo, teria dado o maior "lance".
Logo após todos os cavaleiros participarem desta prova houve uma
pausa para o lanche e descanso dos mesmos. Durante este intervalo a
dançarina, os palhaços e os malabaristas voltaram a apresentar-se na
arena, entretendo o público até o reinício das contendas.
A terceira prova seria a luta de lanças. Os cavaleiros postariam-se
em extremos opostos e galopariam, em raias separadas por uma cerca de
madeira para evitar o choque entre os cavalos, ao encontro do outro.
Todos vestiam armaduras e protegiam a cabeça com elmos. O objetivo da
prova era derrubar o oponente acertando seu escudo, usando para esse
fim uma lança de madeira com cerca de três metros de comprimento.
Numa das raias via-se o Cavaleiro Preto, Sir Vini Vlac e, na raia
oposta, Sir Lind Merg, o Cavaleiro Laranja. Ao ouvirem-se os clarins,
os cavaleiros galoparam ao encontro do outro. Assim que a lança do
Cavaleiro Laranja tocou o escudo de Sir Vini Vlac, este foi jogado ao
chão, perdendo o combate e provocando boas gargalhadas no público.
A este seguiram-se os demais duelos que, como nas provas anteriores,
provocavam aplausos, gritos, risos e vaias das torcidas, entre um
suspiro e outro de uma donzela o dama desavisada.
A última prova do dia seria a luta de espadas e foi iniciada entre o
Cavaleiro Verde, Sir Joaq Card e Sir Kakobw, o Cavaleiro Amarelo.
Foi riscado no chão um retângulo de três metros de largura por quatro
de comprimento. O lutador que saísse desse espaço ou fosse tocado
no coração pintado em sua armadura, na altura do peito, era derrotado.
A cada toque das espadas, a cada faísca de fogo, cada vez que um dos
contendores aproximava-se das linhas laterais do espaço demarcado, o
povo vibrava, aplaudindo ou vaiando os competidores.
Ao pisar num buraco, o Cavaleiro Amarelo desequilibrou-se e foi tocado
na marca fatal e deu a vitória ao Cavaleiro Verde. Já escurecia quando
acabaram os confrontos de espadas e encerrou-se o torneio. Todos os
oito Cavaleiros da Bengala Branca lutaram entre si em busca do prêmio
maior: a coroa de louros, mil Feudos em moedas e a honra de dançar com
uma princesa no baile que aconteceria à noite no salão de festas do
castelo do Conde Rodavlas.
Todos que estiveram presentes ao evento divertiram-se a valer.
Aquele seria um dia inesquecível em suas vidas!
Durante as provas, alguns cavaleiros destacaram-se por suas atitudes:
O Cavaleiro Amarelo provocava as claques adversárias indo até perto
destas com gestos ameaçadores e cara de mau. O Cavaleiro Roxo fazia
o papel romântico, dedicando suas duas únicas vitórias às donzelas da
sua torcida. O Cavaleiro Laranja declamava versos às damas presentes.
O Cavaleiro Preto filosofava dizendo provérbios. O Cavaleiro Verde
falava da geografia do Reino dos Campos Livres e da beleza das terras
de Samlasadzurc.
Após alguns minutos para a contagem dos pontos, ao som dos clarins o
arauto anunciou a colocação final:
- Nobres e Nobras, Damas e Damos, Cavaleiros e Cava..., Senhoras e
Senhores, estimado público... tenho a honra de anunciar o vencedor
desse torneio... nosso campeão é o Cavaleiro ... Sir Lind Merg, o
Cavaleiro Laranja!
O povo explodiu em assobios, aplausos e gritos de viva!
FIUIII FIUIII PLAC PLAC PLAC VIVA FIUIII FIUIII PLAC PLAC PLAC VIVA!
Assim que o povo amainou a manifestação, o arauto continuou:
- Após a contagem dos pontos, esta é a classificação dos demais:
Vice-campeão, Sir Kakobw, o Cavaleiro Amarelo; como terceiro colocado
temos Sir Vini Vlac, o Cavaleiro Preto; em quarto ficou Sir Tar Ciss,
o Cavaleiro Azul; o quinto colocado foi Sir Ezek El, o Cavaleiro Roxo;
em sexto lugar, Sir Ric Lex, o Cavaleiro Vermelho; o penúltimo foi
Sir Bialio, O Cavaleiro Branco e o último colocado foi Sir Joaq Card,
o Cavaleiro Verde.
Nesse momento os cavaleiros que participaram das justas, montados em
seus belos e garbosos corcéis, adentraram a arena para despedir-se do
público e especialmente das suas torcidas, merecendo um caloroso
aplauso da platéia pelo fantástico espetáculo que proporcionaram
durante mais de sete horas.
Ao som da retreta, entre gritos de viva e aplausos do público , o
Cavaleiro Laranja, Sir Lind Merg, aproximou-se da Tribuna de Honra
para receber sua merecida premiação. Ao toque dos clarins, o campeão
recebeu das mãos do Rei Lui Sopmac a coroa de louros a que fez jus e
o Conde Rodavlas entregou-lhe uma bolsa contendo os mil Feudos em
moedas. Sir Lind Merg fez uma mesura em agradecimento e, aplaudido
efusivamente pelo povo, deu meia volta em seu cavalo e retirou-se da
arena.
À noite houve o baile e Sir Lind Merg teve a primazia de dançar com as
Princesas Dreana, Duds e Zialu.
Depois desse torneio a vida de Danyl voltou ao normal...
Entediado com essa "maresia", Danyl comunicou a seus pais que sairia
pelo mundo em busca de aventuras. Queria viver emoções novas e, quem
sabe, finalmente encontrar a parceira perfeita, apaixonar-se e deixar
de ser donzelo... voltando assim a ser humano!
Embora tristes, seus pais compreenderam as razões de Danyl e após o
abençoarem, deram-lhe alguns suprimentos, alguns agasalhos e alguns
Feudos, afinal, ele não poderia sair "duro" por aí, mesmo sendo
apenas um gato!
Continua...
Após a prova das argolas os cavaleiros apresentaram-se para a de arco
e flecha. O Cavaleiro Branco, Sir Bialio e Sir Tar Ciss, o Cavaleiro
Azul, seriam os primeiros a disputarem essa prova. Colocaram-se no
local demarcado e o alvo, uma maçã vermelha, foi pendurada no galho
duma árvore que distava cerca de trinta metros deste. O Arauto havia
convidado Danyl a colocar a maçã sobre sua cabeça, mas o gato achou
por bem não aceitar tal honraria e antes que o pegassem, saltou da
almofada e foi esconder-se entre as pernas da Condessa Anigroj.
Assim que soaram os clarins, um cavaleiro após o outro atirou sua
flecha.
Sir Bialio, o Cavaleiro Branco, acertando a maçã venceu ao Cavaleiro
Azul cuja flecha foi espetar-se no fogareiro duma baiana que vendia
acarajé na feira ao lado da arena. Com o susto, a pobre Iaô derrubou
seu tabuleiro e caiu para trás. Se não estivesse vestida como exige o
figurino das filhas-de-Santo, teria dado o maior "lance".
Logo após todos os cavaleiros participarem desta prova houve uma
pausa para o lanche e descanso dos mesmos. Durante este intervalo a
dançarina, os palhaços e os malabaristas voltaram a apresentar-se na
arena, entretendo o público até o reinício das contendas.
A terceira prova seria a luta de lanças. Os cavaleiros postariam-se
em extremos opostos e galopariam, em raias separadas por uma cerca de
madeira para evitar o choque entre os cavalos, ao encontro do outro.
Todos vestiam armaduras e protegiam a cabeça com elmos. O objetivo da
prova era derrubar o oponente acertando seu escudo, usando para esse
fim uma lança de madeira com cerca de três metros de comprimento.
Numa das raias via-se o Cavaleiro Preto, Sir Vini Vlac e, na raia
oposta, Sir Lind Merg, o Cavaleiro Laranja. Ao ouvirem-se os clarins,
os cavaleiros galoparam ao encontro do outro. Assim que a lança do
Cavaleiro Laranja tocou o escudo de Sir Vini Vlac, este foi jogado ao
chão, perdendo o combate e provocando boas gargalhadas no público.
A este seguiram-se os demais duelos que, como nas provas anteriores,
provocavam aplausos, gritos, risos e vaias das torcidas, entre um
suspiro e outro de uma donzela o dama desavisada.
A última prova do dia seria a luta de espadas e foi iniciada entre o
Cavaleiro Verde, Sir Joaq Card e Sir Kakobw, o Cavaleiro Amarelo.
Foi riscado no chão um retângulo de três metros de largura por quatro
de comprimento. O lutador que saísse desse espaço ou fosse tocado
no coração pintado em sua armadura, na altura do peito, era derrotado.
A cada toque das espadas, a cada faísca de fogo, cada vez que um dos
contendores aproximava-se das linhas laterais do espaço demarcado, o
povo vibrava, aplaudindo ou vaiando os competidores.
Ao pisar num buraco, o Cavaleiro Amarelo desequilibrou-se e foi tocado
na marca fatal e deu a vitória ao Cavaleiro Verde. Já escurecia quando
acabaram os confrontos de espadas e encerrou-se o torneio. Todos os
oito Cavaleiros da Bengala Branca lutaram entre si em busca do prêmio
maior: a coroa de louros, mil Feudos em moedas e a honra de dançar com
uma princesa no baile que aconteceria à noite no salão de festas do
castelo do Conde Rodavlas.
Todos que estiveram presentes ao evento divertiram-se a valer.
Aquele seria um dia inesquecível em suas vidas!
Durante as provas, alguns cavaleiros destacaram-se por suas atitudes:
O Cavaleiro Amarelo provocava as claques adversárias indo até perto
destas com gestos ameaçadores e cara de mau. O Cavaleiro Roxo fazia
o papel romântico, dedicando suas duas únicas vitórias às donzelas da
sua torcida. O Cavaleiro Laranja declamava versos às damas presentes.
O Cavaleiro Preto filosofava dizendo provérbios. O Cavaleiro Verde
falava da geografia do Reino dos Campos Livres e da beleza das terras
de Samlasadzurc.
Após alguns minutos para a contagem dos pontos, ao som dos clarins o
arauto anunciou a colocação final:
- Nobres e Nobras, Damas e Damos, Cavaleiros e Cava..., Senhoras e
Senhores, estimado público... tenho a honra de anunciar o vencedor
desse torneio... nosso campeão é o Cavaleiro ... Sir Lind Merg, o
Cavaleiro Laranja!
O povo explodiu em assobios, aplausos e gritos de viva!
FIUIII FIUIII PLAC PLAC PLAC VIVA FIUIII FIUIII PLAC PLAC PLAC VIVA!
Assim que o povo amainou a manifestação, o arauto continuou:
- Após a contagem dos pontos, esta é a classificação dos demais:
Vice-campeão, Sir Kakobw, o Cavaleiro Amarelo; como terceiro colocado
temos Sir Vini Vlac, o Cavaleiro Preto; em quarto ficou Sir Tar Ciss,
o Cavaleiro Azul; o quinto colocado foi Sir Ezek El, o Cavaleiro Roxo;
em sexto lugar, Sir Ric Lex, o Cavaleiro Vermelho; o penúltimo foi
Sir Bialio, O Cavaleiro Branco e o último colocado foi Sir Joaq Card,
o Cavaleiro Verde.
Nesse momento os cavaleiros que participaram das justas, montados em
seus belos e garbosos corcéis, adentraram a arena para despedir-se do
público e especialmente das suas torcidas, merecendo um caloroso
aplauso da platéia pelo fantástico espetáculo que proporcionaram
durante mais de sete horas.
Ao som da retreta, entre gritos de viva e aplausos do público , o
Cavaleiro Laranja, Sir Lind Merg, aproximou-se da Tribuna de Honra
para receber sua merecida premiação. Ao toque dos clarins, o campeão
recebeu das mãos do Rei Lui Sopmac a coroa de louros a que fez jus e
o Conde Rodavlas entregou-lhe uma bolsa contendo os mil Feudos em
moedas. Sir Lind Merg fez uma mesura em agradecimento e, aplaudido
efusivamente pelo povo, deu meia volta em seu cavalo e retirou-se da
arena.
À noite houve o baile e Sir Lind Merg teve a primazia de dançar com as
Princesas Dreana, Duds e Zialu.
Depois desse torneio a vida de Danyl voltou ao normal...
Entediado com essa "maresia", Danyl comunicou a seus pais que sairia
pelo mundo em busca de aventuras. Queria viver emoções novas e, quem
sabe, finalmente encontrar a parceira perfeita, apaixonar-se e deixar
de ser donzelo... voltando assim a ser humano!
Embora tristes, seus pais compreenderam as razões de Danyl e após o
abençoarem, deram-lhe alguns suprimentos, alguns agasalhos e alguns
Feudos, afinal, ele não poderia sair "duro" por aí, mesmo sendo
apenas um gato!
Continua...
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