Revista Cego à Vista
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As Aventuras de Frankenstinha
@ Capítulo I
A lua, embora estivesse cheia (talvez do mau tempo), escondia-se atrás
das negras e grossas nuvens. A tempestade, de tão brava (não se sabe
com quem ou com o quê), parecia querer afundar a cidade e deixar seus
habitantes como náufragos, em um mar de lama e escombros.
Relâmpagos iluminam a escuridão da noite, trovões ecoam nas montanhas
próximas, denunciando os belos e apavorantes raios que riscaram o céu
segundos antes destes, numa velocidade incrível, descarregando toda
sua potência elétrica na Terra, muitas vezes provocando mortes e danos
ambientais.
As pedras de granizo davam cascudos nas velhas telhas do casarão,
quebrando-as e provocando, aqui e ali, goteiras que, como finas
cachoeiras, transformavam os corredores em pequenos rios que desciam
pelas escadas de mármore de Carrara como corredeiras, desembocando
no jardim mal cuidado que cerca a habitação.
Na maior sala do piso superior está o laboratório dos cientistas,
Bad Crazy e Worst Mad. Ali eles realizam suas experiências...
* KABRUM BRUUMM
- Que noite maravilhosa, Crazy!
- Como a gente esperava, né, Worst?
- Vamos ser rápidos, Crazy! Temos que aproveitar essa energia!
- Será que agora dará certo, Worst?
- Espero, Crazy... dessa vez a gente fica rico!
- Esse ouro vai bancar nossas pesquisas, Worst!
- Ainda bem, Crazy... já estou cansadinho!
- Eu lhe disse que era mais fácil clonar um bichinho qualquer, Worst!
- Ora, Crazy... clonar um caracol nos daria tanta fama quanto tem o
Rubinho!
- Mas a gente ganharia uma grana vendendo pros restaurantes europeus,
Worst!
- Já clonaram ovelha, boi, cavalo, macaco, rato, porco... e você quer
clonar um caramujo, Crazy?
- Mas o caracol é tão bonitinho, Worst!
- Bonitinho, mas está proibida sua criação no Brasil, Crazy!
- Tá bem, Worst! Vamos checar o equipamento!
Os sensores já estão detectando as ondas eletromagnéticas?
- Estou registrando o padrão de reflexão delas! A velocidade já é de
trezentos mil quilômetros por segundo!
- Tá bem, Worst... se você já direcionou o pára-raio, pode ligar a
chave comutadora!
- A antena está direcionada e os conectores acoplados ao acumulador,
Crazy!
- Então liga logo essa zorra, Worst!
- É um, é dois, é três... já!
* BIZZZZZZZ TUIIIINCH TOIMMMMM ZIIIIIIG
* BUM CRÁS SPLOCH
E o laboratório foi pelos ares...
Ao ouvir a explosão, Fran Kensbeca, a jovem cozinheira dos cientistas,
subiu a escada de dois em dois degraus. Ainda havia muita fumaça no
ambiente e a chuva molhava toda a sala pelo enorme buraco que havia
no telhado...
- Doutor Bad Crazy, Doutor Worst Mad... onde estão vocês? - perguntou
aflita e estupefata a pequena e prestativa cozinheira, tentando
dissipar a fumaceira com os braços e um pano de prato que trouxera da
cozinha.
- Aquiiii, Fran!
- Aqui onde, Doutor Crazy?
- Aqui... pendurado numa viga do telhado!
- Ainda não consigo vê-lo, Doutor Crazy!
- Alguém poderia lembrar-se de mim?
- Oh, Doutor Worst... cadê o Senhor?
- Estou dentro do microondas, Fran!
- Hihihihihihihi!
- Você tem coragem de rir de nós, Fran?
- Não é isso, Doutor Crazy... é que, quando fico nervosa, eu começo a
rir!
- Farei de conta que acredito, Fran!
- Eu também, Fran!
- Logo vamos tirá-los daí!
- Como, "Vamos", Fran?
- Claro, Doutor Crazy... vou chamar o Rein Ald pra me ajudar, viu?
- É, Fran! Vai logo telefonar pro cara que já estou ficando cansado
dessa posição!
- Agora mesmo, Doutor Crazy! Hihihihihihihihi!
E Fran desceu pra fazer a ligação...
- Crazy, tô desconfiado que ela tá rindo da gente!
- Né não, Worst... é só nervoso!
Uns vinte minutos depois o quebra-galho Rein Ald chegava no casarão
carregando uma grande maleta e uma escada. Fran o conduziu ao andar
superior...
- Uau! Como foi que aconteceu isso, Fran? Hahahahahaha!
- Isso não importa agora, Rein... trate de tirar os Doutores dessas
posições ridículas! Hihihihihihihihi!
- Vocês vão ficar aí rindo ou vão nos ajudar?
- É isso aí, Crazy! - elogiou Doutor Worst.
- Calma, Doutores... eu trouxe tudo que preciso!
O faz-tudo Rein Ald pegou algumas ferramentas em sua caixa e...
* BLAM CLONC PLIM BONG CRUNCH BEIN POC BOF CLANC CRASH PLAF CRAS
- Pronto, Doutores... estão livres!
- Obrigado, Rein! Estou todo quebrado!
- Eu também, Crazy! - complementou Doutor Worst.
- Vou preparar um banho de ervas bem quente pros Doutores!
- Que delícia, Fran! - disse Doutor Worst.
- Vamos ficar devendo essa, Fran! - completou Doutor Crazy.
- É só o que os Doutores fazem... me dever!
- Isso é uma indireta, Fran?
- Acho que essa foi direta mesmo, Crazy! - disse Doutor Worst.
- Mas a mim ninguém fica devendo não. São quarenta pilas o serviço!
- Fran... pague logo a esse canguinha!
- Com que dinheiro, Doutor Crazy?
- Com o seu, claro, Fran! - respondeu Doutor Worst.
- M-mas... grrrrrrrr! - gaguejou, grunhindo de raiva, Fran.
- Rein... volte amanhã pela manhã pra consertar o telhado!
- E o material, Doutor Worst?
- Compre tudo que for preciso!
- E a grana pra pagar o material, Doutor Crazy?
- Pegue com a Fran, Rein! Tchau!
- Tá certo, Doutor Worst! Até amanhã! Tchau!
Fran, de cara feia, seguida por Rein Ald, desceu as escadas e foi até
seu quarto. Na gaveta da cômoda pegou a grana e entregou ao Rein...
- Aí tem o suficiente, Rein! Não esqueça meu troco, viu, lindinho?
- Ok! E aí, Franzinha... quando daremos uma voltinha?
- Vê se se enxerga, Rein... quem gosta de gente feia é cirurgião
plástico, lindinho!
- Feio, eu?
- Não, Rein... seu pai!
- Ah, pensei!
- Vá logo embora, Rein... tenho que subir pra arrumar aquela bagunça!
- Ainda bem que parou a tempestade, né, Fran?
- É... mas vê se não esquece e volta amanhã pra consertar o telhado!
- Seu pedido é uma ordem, Franzinha! Fui! Hahahahahaha!
- Vai... sai!
Quando Rein Ald saiu, Fran foi cuidar do banho dos cientistas...
- O sol, quando quebra na praia, é bonito, é bonito...
Fran pegou algumas ervas e jogou num caldeirão. Colocou água até quase
a borda deste e o pôs no fogão pra ferver o banho.
Alguns minutos depois os dois cientistas entraram na cozinha...
- O banho tá pronto, Fran?
- Acabei de por na banheira, Doutor Crazy!
- Tem alguma coisa pra comer, Fran?
- Claro, Doutor Worst... tem um Filé Au Poivre que fiz ontem!
- Então vou colocá-lo no microondas...
- Ora, Worst... esqueceu que destruímos o microondas?
- E agora, Crazy? Como vou esquentar a comida?
- Deixe comigo, Doutor Worst. Vou pegar o microondas do meu enxoval e
trazê-lo pra cozinha!
- Oh, Fran! Não sei o que seria de nós sem você!
- Eu sei, Doutor Crazy, eu sei! Acho melhor vocês irem tomar banho!
- Estamos indo, Fran!
Os cientistas se dirigiram ao banheiro e Fran foi pegar o microondas e
o colocou na cozinha e foi arrumar a mesa...
- Fran... Fran... cadê nossos navios? - gritou do banheiro, Doutor
Crazy.
- Já vou levá-los!
E Fran foi levar os barquinhos para os cientistas brincarem de Batalha
Naval, como sempre faziam enquanto tomavam banho...
- - -
@ Capítulo II
Enquanto os cientistas se banhavam, Fran Kensbeca subiu pra dar uma
arrumadinha no laboratório. O estrago fora feio, mas Fran ajeitou
algumas coisas e deixou o resto pro outro dia, após o telhado ser
consertado, afinal, haveria mais sujeira pra limpar. Voltou à cozinha
pra ultimar os preparativos da janta e levar as toalhas com motivos
de desenho animado pros cientistas se enxugarem e suas pijamas.
Assim que eles saíram do banho, Fran colocou o jantar...
- Doutor Crazy, Doutor Worst... a comida está na mesa!
Não demorou muito e logo os três estavam jantando...
- A comida está uma delícia, Fran!
- Também acho, Worst!
- Obrigada, Doutores!
- Depois do jantar, a gente pode ver televisão, Fran?
- Se prometerem que irão dormir antes das onze, tudo bem!
- Prometemos, Fran! - responderam os dois ao mesmo tempo.
Após jantarem, Fran tirou os vasilhames da mesa e levou pra cozinha.
Guardou as sobras do jantar na geladeira e foi lavar os pratos. Na
sala de visitas, os cientistas, sentados no sofá, assistiam tevê...
- Eu quero ver Cocoricó, Crazy!
- E eu quero ver Chaves, Worst!
- Assim não dá, Crazy... você nunca deixa eu ver o que quero!
- Eu sou mais velho, Worst e sei o que é melhor pra nós dois!
- Não sabe nada, Crazy... vou chamar Fran!
- Chame, Worst... quer um cavalinho?
- Eu não, Crazy... tenho medo de cavalo!
- Tem, é? Então fique aí quietinho, tá?
- Eu quero ver Cocoricó... eu quero ver Cocoricó!
- Não vai ver nada... veja Chaves... olha aí a Chiquinha!
- Ah, é? É? Fran... Fran! - gritou Doutor Worst.
Fran veio ver o que estava acontecendo na sala...
- Qual é o problema, Doutor Worst?
- O Crazy não quer deixar eu ver Cocoricó, Fran!
- Por que isso, Doutor Crazy?
- Porque eu quero ver Chaves, Fran!
- Tudo bem! Vamos resolver isso de maneira democrática, certo?
- Certo! - responderam os cientistas em uníssono.
Fran tomo o controle remoto da mão do Doutor Crazy e... mudou o canal.
- Para não haver briga, vamos assistir a novela das oito!
- Mas Fran, eu tenho medo da Madame Mínima!
- Ora, Doutor Worst... é só uma novelinha!
- Mas ela é uma bruxa, Fran!
- Mas é uma bruxa boazinha, Doutor Worst!
- Né nada, Fran! Ela transformou o gato Danyl num dragão!
- Aquilo foi um engano dela, Doutor Worst! Logo ela conserta isso!
- Eu queria ver Chaves, Fran! - disse Doutor Crazy.
- Vocês querem saber de uma coisa?
- Queremos, Fran! - responderam juntos os cientistas.
- Vão os dois pra caminha! Os Senhores estão cansadinhos e precisam
descansar!
- Mas, Fran...
- Não tem nada de mas! Vão os dois dormir... e agora! - sentenciou
Fran, autoritária.
- Viu, seu Crazy?
- Viu, seu Worst?
- Vão pro quarto que já vou levar os ursinhos de pelúcia de vocês!
Os dois cientistas, com cara de choro, dirigiram-se ao quarto. Assim
que houve o intervalo da novelinha, Fran foi levar os ursinhos deles e
desejar-lhes uma boa noite de sono...
- Já fizeram as orações?
- Já, Fran! - responderam os cientistas a uma só voz.
- Então tomem seus ursinhos e tratem de dormir!
- E o nosso beijinho de boa-noite, Fran?
- Eu não iria esquecer, Doutor Worst!
* SMACK! SMACK!
- Boa-noite, Fran! - disseram em coro os cientistas.
Fran saiu do quarto e, após verificar se as portas e janelas da casa
estavam trancadas, voltou pra assistir a novelinha da Madame Mínima, a
Bruxinha Baixinha. Quando acabou a novelinha, foi pro seu quarto.
Ela também estava cansada e sabia que, no dia seguinte teria muito
trabalho para arrumar a bagunça no laboratório. Foi deitar e dormir.
O dia amanheceu bonito. pelo buraco do telhado o sol iluminava o
laboratório. Fran já arrumara o que ficara inteiro e o que era lixo
estava a um dos cantos da sala. Quase toda a vidraria do laboratório
havia quebrado: alambique, almofariz, ampolas de decantação, bastões
agitadores, cadinhos, cálices, canecas, cápsulas, colheres de medida,
conta-gotas, espátulas, frascos, funis, lâminas, lâmpadas, pipetas,
provetas, retortas, tubos de ensaio e até seringas. Dois armários
estavam sem as portas; bacias, bandejas e jarras de inox estavam
amassadas; o microondas, a balança de precisão, a estufa e a bomba de
vácuo foram destruídas; um bico de Bunsen virou farelo; o microscópio
desmantelou-se; algumas caixas de filtro de papel queimaram e até um
velho esqueleto foi "esquartejado na explosão". Havia muito caco de
telha e pedaços da madeira do telhado espalhados pela sala. Como a
chuva dera uma mãozinha, quase não havia lama por ali. Fran fazia uma
vistoria final quando a campanhinha tocou...
* BLIM BLOM! BLIM BLOM!
- Já vai! - gritou Fran.
Fran desceu com um saco de lixo numa das mãos para abrir a porta...
- Bom-dia, Fran!
- Bom-dia, Rein!
- Aqui está o troco, Fran!
- Trouxe tudo que precisava pra consertar o telhado?
- Claro, Fran! Eu sou competente, coisa fofa!
- Deixe de gracinha e suba pra trabalhar!
- Tem razão, Fran... eu não ganho pra ficar parado, né?
- Pois é, Rein... e vê se não faz muito barulho pra não acordar os
doutores!
- Isso é quase impossível, Fran, mas tentarei!
- Tá bem, Rein! Não esqueça de consertar os armários e, quando acabar,
por favor, desça com a lixaria, tá?
- Não se preocupe, Fran do meu coração... farei o mínimo de barulho
possível e descerei o lixo!
- É assim que gosto de você, Rein: sempre muito prestativo!
- E eu gosto desse seu jeitinho mandão, Fran!
- Ah, é? Então suba logo pra trabalhar!
- Tô indo, Fran, tô indo! Coisinha fofa! Hahahahahaha!
- Gaiato!
- Ah, Fran... eu ia esquecendo!
- Esquecendo o quê, Rein?
- Esse torrone e essas balas de geléia que eu trouxe pra você! Tome!
- Poxa, Rein... que gentil da sua parte!
- Isso é pra você não pensar que eu sou um brutamontes!
- Mas eu não penso isso de você, Rein! - falou docilmente Fran.
- Ainda bem, Fran! Fui!
Rein Ald subiu ao pavimento superior e Fran dirigiu-se à cozinha. Já
eram quase oito horas e ela precisava preparar o desjejum. Pôs água na
chaleira para o café, colocou bananas da terra e batatas doces pra
cozinhar, preparou alguns sanduíches e pôs no forno. Quando estava
tudo pronto, foi acordar os doutores...
- Vamos levantar, Doutores! Bom-dia!
- Ah, Fran... eu quero dormir mais um pouquinho!
- Nada disso, Doutor Worst! Vamos levantando! Acorda, Doutor Crazy!
- Mas ainda é madrugada, Fran!
- Madrugada pra quem é preguiçoso! Levante-se!
- Droga!
- Olhe, Fran... Crazy disse, "droga"!
- E você repete, né, Doutor Worst?
- Eu não repeti, Fran... eu só falei o que Crazy falou!
- Tá bem, tá bem! Levantem-se! Aqui estão suas roupas! Vistam-se e vão
lavar a cara! Daqui a dez minutos quero os dois lá na copa!
Fran saiu do quarto e voltou à cozinha. Preparou uma xícara de café com
leite, desligou o forno e pegou um dos sanduíches e foi levar pro
Rein...
* BLAM CLONC PLIM BONG CRUNCH BEIN POC BOF CLANC CRASH PLAF CRAS
- Que barulheira, Rein!
- Oi, Fran!
- Trouxe um café pra você!
- Valeu, Fran! - disse Rein descendo da escada.
- Mas vá lavar essas mãos!
- Certo, fofinha! Você manda!
Rein dirigiu-se à pia do laboratório...
- Ainda bem que a explosão não destruiu o encanamento e nem a parte
elétrica do casarão, né, Fran!
- Já pensou como seria terrível, Rein?
- Eu imagino, Fran, mas...
- Depois conversamos, Rein... tenho que descer pra dar o café dos
Doutores!
- Vá lá, Fran!
Quando Fran chegou na copa os cientistas já a aguardavam sentados à
mesa. Fran colocou o desjejum dos dois e sentou-se ao lado deles...
- Rein já está consertando as coisas no laboratório, Doutores!
- E ele acaba o serviço ainda hoje, Fran?
- Isso eu não sei, Doutor Crazy... só sei que este capítulo acabou!
- - -
@ Capítulo III
- Agora posso responder sua pergunta, Doutor Crazy!
- Então responda, Fran!
- Não será preciso, Doutor Crazy... olha o Rein Ald aí!
- Então, Rein... acabou o serviço?
- Claro, Doutor Crazy!
- E aí?
- Está tudo nos conforme, Doutor Worst!
- Podemos subir para brinc... trabalhar?
- Claro, Doutor Crazy!
- Oba! Iuipi! - exclamaram os cientistas.
- Calminha aí, Doutores! Eu subirei com os Senhores para ver se está
tudo direitinho!
- Não confia em meu taco, Fran?
- Não! Nunca vi você jogar sinuca, Rein!
- Tá bem, Fran... pode subir pra conferir!
Tô indo ao banheiro!
- Eu vou mesmo! Vamos Doutores!
Fran Kensbeca, acompanhada pelos doutores Bad Crazy e Worst Made,
subiu ao andar superior. Rein Ald foi ao banheiro que ficava após a
cozinha. Nesse meio tempo, adentrava o casarão o Professor Lutonium,
assistente dos cientistas. Como não vira ninguém por ali, subiu ao
laboratório...
- Bom-dia, Doutores! Bom-dia, Senhorita Fran!
- Bom-dia, Professor Lutonium! - responderam os três.
- Fizeram um novo telhado?
- Foi! Ontem aconteceu uma pequena explosão por aqui! - disse Fran.
- A culpa não foi minha! - disse Doutor Worst.
- Nem minha! - falou Doutor Crazy.
- Claro que não foi de ninguém... foi da tempestade!
- Isso mesmo, Fran! O raio veio com mais energia do que a gente
esperava! Não foi, Worst?
- Foi, foi, Crazy!
- Vejo que quase toda a vidraria do laboratório já era!
- Pois é, Professor Lutonium! Estou indo com os Doutores à cidade pra
eles receberem suas aposentadorias e comprar alguns materiais!
- Tudo certo, Fran! Ficarei por aqui ajeitando algumas coisas!
- Obrigada, Professor Lutonium! Vamos descer para vestirmos algumas
roupas decentes, Doutores!
- Uauauaua! Vamos pra cidade... vamos pra cidade! - cantarolou Doutor
Worst!
- Eu quero ir no bate-bate, Fran!
- Primeiro vamos receber as aposentadorias, depois comprar o que
precisamos e aí sim, eu levo os Doutores ao parquinho, tá?
- Tá bom, Fran! - falaram os cientistas ao mesmo tempo.
_ * _
Quando Rein voltava do banheiro passou diante do quarto de Fran e, ao
ver a porta aberta, não resistiu e deu uma entradinha. O quarto era
arejado e estava cheiroso. Ele sentou-se na cama e aspirou o perfume
de Fran que impregnava o ambiente. Ficou ali sonhando acordado até que
viu, dentro da cesta de roupa suja, uma calcinha da moça. Pegou a peça
e saiu do quarto com ela na mão. Ao chegar na cozinha, percebeu que
Fran e os cientistas vinham em sua direção e iriam pegá-lo com a boca
na botija, digo, com a calcinha na mão. Abriu rapidamente o forno
microondas e jogou a calcinha lá dentro...
- Que cara é essa, Rein?
- É a minha, Fran... só tenho essa!
- Você está suando! Assustou-se com alguma coisa?
- N-não, Fran... o banheiro estava muito quente!
- Por que você não ligou o ar-condicionado?
- O quê? Tem ar-condicionado no banheiro?
- Claro, Rein... em todo lugar do casarão tem ar-condicionado!
- Mas aqui também tem aquecedor em tudo que é lugar, Fran!
- Claro, Rein... assim a gente pode controlar a temperatura em todos
os ambientes! - disse Doutor Crazy.
- Pois é, Rein! Em algumas experiências precisamos ter uma temperatura
adequada! - concluiu Doutor Worst.
- Entendeu, Rein?
- Eu não, Fran!
- Nem eu entendo, Rein, mas, amarra-se o burro conforme o dono, né?
- Eu tenho medo de cavalo, Fran!
- Calma, Doutor Worst! Eu falei burro... burro!
- Hahahahahaha! Ele tem medo até de cavalinho de carrossel, Fran!
- E você tem medo de barata, Crazy! Hahahahahaha!
- A conversa tá boa, mas temos que nos arrumar!
- Vão sair, Fran?
- Vamos ao centro comprar algumas coisas pro laboratório, Rein!
- Vocês querem uma carona, Fran? Estou indo pra cidade!
- Valeu, Rein! Pode arrumar suas coisas no carro que vou apressar os
Doutores!
- Ok, Fran!
Rein pegou sua maleta de ferramentas e dirigiu-se à garagem. Fran foi
até o quarto dos cientistas...
- Já vestiram suas roupas?
- Fran... eu posso ir com a roupa do Superblind?
- Pode, Doutor Worst!
- Então eu vou com minha roupa do Bill Blind, Fran!
- Tudo bem, Doutor Crazy!
- Por que você não vai de Lua Furada, Fran?
- Está insinuando alguma coisa, Doutor Crazy?
Não, Fran... é que ela é loirinha e pequenininha que nem você!
- Ah! Vou ao meu quarto e quando voltar quero encontrá-los prontos!
Dez minutos depois Fran retornava ao quarto dos cientistas...
- Vamos, Doutores?
- Vamos, Fran! - disseram os cientistas.
Todos entraram na "Carrocinha", apelido que Rein Ald dera à sua Rural
Willys 1957, azul e branca e meia hora depois Rein os deixava na
porta do banco...
- Doutor Worst, Doutor Crazy! Querem parar de ficar entrando e saindo
na porta giratória?
- É que é divertido, Fran! Hahahahaha!
- O segurança não acha, Doutor Crazy!
- Olhe a cara feia dele, Fran! Hahahahahaha!
- Estou vendo, Doutor Worst! Mas saiam já dessa porta! Agora!
Os cientistas, emburrados, abandonaram a brincadeira, mas ao passarem
diante do segurança, sem que Fran percebesse, mostraram a língua pro
moço...
- Vamos aproveitar que a fila tá pequena, Doutores!
- Tá pequena, Fran, porque isso aqui é ficção! Hahahahahaha!
- Essa foi boa, Crazy! Hahahahahahaha!
- Obrigado, Worst! Hahahahahaha!
- Deixem de gracinhas e fiquem aqui ao meu lado!
- Veja, Fran... tem seis caixas e só três têm funcionários pra atender
o pessoal, Fran!
- Em todas as agências bancárias é a mesma coisa, Worst!
- E isso é certo, Crazy?
- Pros donos dos bancos é normal, Worst!
- Acho melhor os Senhores deixarem essa discussão pra depois!
- Por que, Fran? - indagaram os cientistas numa só voz.
- Porque chegou a nossa vez, Doutores! Vamos!
_ * _
Cerca de uma hora depois que o povo saíra, Professor Lutonium resolveu
descer para tomar um cafezinho. Por estar com fome, decidiu fazer um
sanduíche. Pegou na geladeira o que foi encontrando, pois queria dar
um sabor especial ao mesmo e foi colocando dentro do pão de gergelim.
Como não havia suco ou refrigerante na geladeira, pegou leite de cabra
e outros líquidos que encontrou ali, fazendo uma beberagem para ajudar
a descer o estranho lanchinho. Tudo pronto, abriu o forno microondas
e jogou o sanduíche lá dentro. dois minutos depois que ligou o bicho,
este explodiu, jogando-o no quintal e melando toda a cozinha. Após
ficar uns dez minutos desacordado, voltou a si e descobriu, envoltos
em farrapos, três pequenos ovos. Percebeu que os trapos eram restos de
uma calcinha. Como todo cientista que se preza, subiu com os ovinhos
ao laboratório para examiná-los. Após alguns exames ao microscópio,
descobriu que havia vida no interior destes. Colocando-os numa estufa,
desceu e tratou de fazer uma rápida limpeza na bagunça que deixara
na cozinha. Voltou ao laboratório, pegou os ovinhos na estufa e foi
embora do casarão. Quando Fran e os cientistas chegaram, o Professor
Lutonium já não estava mais ali...
- Professor Lutonium, por favor, desça para ajudar a subir o material
que compramos! - gritou Fran.
Como não houvesse resposta, Fran mandou que os cientistas subissem com
alguns dos pacotes e subiu com outros...
- O Professor Lutonium não está aqui, Fran! - disse Doutor Worst.
- Onde será que ele se meteu, Fran?
- Eu não sei, Doutor Crazy! Talvez esteja no banheiro!
- Acho que ele quer brincar de esconde-esconde, Crazy!
- Então vamos procurá-lo, Worst!
- Quem o encontrar primeiro é o próximo a se esconder, tá?
- Certo, Worst! Vamos atrás dele!
- Parem aí! Antes de brincar, desçam para pegar os pacotes que estão
lá embaixo!
- Poxa, Fran! Você é uma estraga-prazeres!
- Isso mesmo, Worst!
- Aprendam, Doutores: primeiro a obrigação, depois a devoção!
- Isso é conversa de gente velha, Fran!
- Nada disso, Doutor Crazy! Isso é conversa de gente responsável!
- Essa gente responsável é muito chata, isso sim!
- Falou e disse, Crazy!
- Obrigado, Worst! Eu também sei falar bonito!
- Os Senhores ficaram com tanta conversa fiada que o capítulo acabou!
- - -
@ Capítulo IV
- Deixem de papo furado e desçam agora mesmo! Quero todos aqueles
pacotes aqui em cima em dez minutos! Ouviram?
- Tá bom, Fran... estamos descendo! Vamos, Crazy!
- Vamos, Worst!
Os dois cientistas, cada um sobre um corrimão, escorregaram até o
térreo...
* SCHUIPIII! SCHUIPIII!
- Iupiiii!
- Uauuuuu!
- Vocês não têm jeito mesmo!
Uma vez embaixo, os cientistas começaram a subir com os pacotes, mas
sempre desciam escorregando pelo corrimão, afinal, a brincadeira era
o mais gostoso...
- Agora que já trouxeram tudo, vamos colocar as coisas nos devidos
lugares... e sem quebrar nada, ouviram?
- Sim, generala! - disse Worst sorrindo.
- Seu desejo é uma ordem, Madame! - completou Crazy irônico.
Uma hora depois o laboratório estava arrumado e todos os equipamentos
ligados, como antes da explosão...
- Bem, Crazy, voltemos à nossa experiência!
- O gerador já está ligado, Worst!
- Então, ao trabalho, Crazy!
- Meu nome é trabalho, Worst!
Enquanto os cientistas ficavam trabalhando, Fran saiu do laboratório
decidida a preparar o jantar dos três. Ao chegar diante da escada,
desequilibrou-se e, aos tombos, desceu a escadaria...
- Epa! Uaiiiiiii!
* THIBUMK SPLOCHH THIBUMK SPLOCH THIBUMK SPLOCH THIBUMK!
Após descer as escadas rolando e se batendo nos degraus, Fran chegou ao
térreo e estatelou-se no chão, gemendo de dor...
* PLENCH SPLAFHT!
- Aiiiiiiiii! Como dói! Uiiiiiiiiii!
Ao ouvirem o barulho que Fran fizera ao rolar escada abaixo, os
cientistas acorreram aos gemidos da governanta...
- O que houve, Fran? - perguntou Worst.
- Por que está aí embaixo deitada no chão, Fran? - completou Crazy.
- Você quis descer pelo corrimão também, foi Fran? - perguntou Worst.
- D-desçam... uiiii... daí, d-doutores... aiiii... e-eu estou... uiiii
ma-machucada... aiiii! - gaguejou Fran entre gemidos.
Os dois cientistas escorregaram pelos corrimãos até onde estava Fran
caída...
* SCHUIPIII! SCHUIPIII!
- Estamos chegando, Fran! Iupiii!
- o socorro está a caminho, Fran! Uauuuuu!
- N-nem numa... aiiii... hora destas... uiiii... v-vocês deixam de...
aiiii... b-brincar... uiiii! - gemeu e gaguejou Fran.
- Ói nós aqui, Fran!
- No que podemos ajudá-la, Fran?
- Q-que tal... aiii... pegar uma... uiii... maca... aiii?
- Vamos subir de novo, Worst, pra pegar a maca!
- Vamos, Crazy! Olha a ambulância aí, gente! Uon uon uon uon uon uon!
- S-sejam... aiii... r-rápidos... uiii!
- Seremos mais velozes do que o vento, Fran!
- E mais rápidos do que o Flash ou o Superman!
- E-espero... aiiii!
Em menos de um minuto os cientistas estavam de volta com a maca...
- Vamos colocá-la na maca, Crazy!
- Mas com todo cuidado, viu Worst!
Eles colocaram Fran na maca e a amarraram a esta...
- M-me levem... aiiii... a um h-hospital... uiiii!
- Nada disso, Fran! Nós cuidaremos de Você!
- Muito bem, Crazy!
- N-nãããããão! Aiiiii... uiiiii!
Os cientistas iniciaram a subida da escada com extremo cuidado. Crazy
segurava na frente e Worst atrás, ambos mantendo a maca nivelada,
elevando-a na parte traseira...
- Fique quietinha, Fran! Cuidado, Worst, pra ela não escorregar da
maca!
- Deixe comigo, Crazy!
Após cinco minutos eles estavam no pavimento superior do casarão...
- Pronto, Worst! Vamos colocá-la sobre a bancada!
- Claro, Crazy! Preciso examiná-la direitinho!
- Eu a examino, Worst... eu tenho conhecimentos ortopédicos!
- E eu tenho conhecimentos biológicos, Crazy!
- Então a examinaremos juntos, Worst!
- Vamos tira a roupa dela, Worst!
- N-nada... aiii... disso... uiii... d-doutores... aiii!
- Que bobagem, Fran... já a vimos nua tantas vezes, não foi, Crazy!
- Muitas vezes, Worst!
- C-como... aiii... q-quando... uiii?
- Pelo buraco da fechadura, Fran! - disse Worst.
- Em seu quarto e no banheiro, Fran! - completou Crazy.
- V-vocês... aiii... são dois... uiii... sem-vergonhas... aiiii!
- Nada disso, Fran... estávamos apenas curiosos! - disse Worst.
- Como um certo autor, né, Fran! - falou Crazy sorrindo.
- N-não... aiii... sei disso... uiii!
- Porque não quer saber, né, Fran? - disse Worst a sorrir.
- C-chega de... aiii... papo... uiii... e-eu tenho... aiii... dores...
uiii... doutores... aiii!
- Vamos anestesiá-la, Worst!
- Boa idéia, Crazy! Aqui está a seringa!
- N-nããããão! E-eu quer...
- Pronto! Ela dormiu, Worst!
- Vamos tirar a roupa dela, Crazy!
- Puxa, Worst... é melhor do que olhar pelo buraco da fechadura, né?
- É mesmo, Crazy... agora não precisamos mais fazer isso!
- É... agora que a gente já sabe como é uma mulher, perdeu a graça!
- Bem, Crazy... parece que Fran só quebrou a perna e o pé esquerdo!
- Também acho, Worst... a perna direita está direitinha!
- Vamos fazer uma radiografia dessa perna e desse pé, Crazy!
- Vou pegar o aparelho portátil de raio-x, Worst!
Após radiografarem a perna e o pé de Fran, eles revelaram a chapa e
concluiram...
- A tíbia e a fíbula (nome atual do perônio) estão fraturadas, Crazy!
- E o tarso também, Worst!
- Vou pegar meu Manual de Primeiros Socorros para conhecer os ossos
do pé, Crazy!
- Boa idéia, Worst, mas não demore, senão passa o efeito da anestesia!
- Vou num pé e volto no outro, Crazy!
- Você foi ligeirinho, Worst... só demorou duas linhas!
- Foi mesmo! Deixe eu ler: "Tarso é a parte superior do pé e é formado
por vários ossos:
O astrágalo, que articula com os ossos da perna (tíbia e fíbula),
formando o tornozelo e que articula com o calcâneo, que forma o
calcanhar dos bípedes e que articula com dois ossos: o cubóide, que
articula com os dois últimos metatarsais e o navicular, que articula
com três cuneiformes que, por sua vez, articulam com os primeiros
três metatarsais.
Metatarso é a parte mediana do pé. É formado pelos cinco metatarsais,
ossos que articulam com o tarso pelas suas extremidades proximais e
com as primeiras falanges pelas extremidades distais. As falanges são
os ossos que formam os dedos das mãos e dos pés. O homem tem três,
exceto no polegar e no hálux (dedão do pé) que só têm duas.
No homem e outros bípedes, o tarso faz parte da "planta" ou "sola" do
pé, a parte que assenta no solo". Se formos...
- Já tá bom, Worst! Quem quiser saber mais que vá estudar biologia!
Vamos começar a "operação Fran"!
- - -
@ Capítulo V
- Ao trabalho, Worst! Pegue a furadeira, uma broca de nove e outra de
seis milímetros, chaves de boca treze e dez, e o alicate de corte!
Doutor Worst pegou a caixa de ferramentas e trouxe pro laboratório...
- Pronto, Crazy! Está tudo aqui!
E como vamos unir os ossos, Crazy?
- Desarme aquela "antena parabélica" que foi da Segunda Guerra Mundial
e tire os parafusos, porcas e os arames, Worst!
- É pra já, Crazy!
E Worst foi desarmar a velha antena, enquanto Crazy fazia algumas
incisões na perna e no pé de Fran. Depois, com a furadeira e a broca
de nove milímetros, fez três furos na tíbia e, com a broca de seis
milímetros, fez mais três furos: um no astrágalo, outro no calcâneo e
o último no cubóide. Assim que ele acabou a furação, Doutor Worst
chegou trazendo o material da antena...
- Que fedor terrível, Crazy!
- É o fedor do osso que foi queimado pela broca, Worst!
- Aqui estão os parafusos, as porcas e o arame, Crazy!
- Tem algum enferrujado, Worst?
- Não Crazy... são de aço inoxidável e estão novinhos!
- Coloque tudo no esterilizador biônico, Worst! Ligue o gerador de
íons refratários para evitar a corrosão. Quando a carga da solução
eletrolítica alcançar cento e cinqüenta e um amperes, você fecha o
circuito, Worst!
- Vamos precisar de uma corrente de mil volts, Crazy!
- A reação do cátodo e do ânodo quando a magnitude da tensão inverter
a polaridade, teremos a descarga no arco voltaico que precisamos!
- Vou captar a alta tensão através do pára-raios e criar um campo
elétrico de carga não linear. O conversor de freqüência nos dará uma
corrente de fuga à terra, impedindo um curto-circuito e o efeito
termiônico oriundo da ionização negativa do pólo. O fluxo da corrente
no raio catódico criará a resistividade da tensão positiva!
Entendeu, Crazy?
- Nem eu, nem os leitores dessa novelinha, Worst!
- Mas é pra eles não entenderem mesmo, Crazy! Basta pensarem que o que
eu disse faz qualquer sentido! Hahahahaha!
- Aliás, Worst, nada nessa novelinha faz sentido! Hahahahaha!
- É verdade, Crazy! Hahahahahaha!
- Bem, vamos continuar com a novelinha, Worst. Enquanto você faz tudo
isso que falou, vou colocar os parafusos na perna e no pé da Fran!
* SPREECH SPREECH SPREECH! SPRINCH SPRINCH SPRINCH! CRECK CRECK CRECK!
* TLAX TLAX BLAX! ZYMMMMPICH ZIMMMPCH ZIMMMPICH! BLOP BLOP BLOP!
- Pronto, Worst! Já coloquei os seis parafusos e a malha de arame de
antimônio na perna e no pé da Fran!
- Vou ligar os eletrodos para cauterizar os ferimentos, Crazy!
- Manda brasa, Worst!
- É um, é dois, é três, é quatro, é...
- Cheeeeeega, Worst! Ligue logo essa droga!
- Ninguém tem paciência comigo!
- Liga essa merda, Worst!
- Tá bom, tá bom! Ligandóóóóó!
* CLICK! TRIXCHZWM! BIZZZZZZZZZ! TECHT! FRUMMMMMMM!
Dois minutos depois...
- Veja, Worst... criamos um arco voltaico na cabeça dela e tá soltando
centelhas elétricas!
- Será que torrou o cérebro dela, Crazy?
- Que nada, Worst... Fran tem a cabeça dura! Hahahahahahahah!
- Olhe, Crazy... os mamilos dela estão pegando fogo! e a...
- Cale-se, Worst... vá pegar o extintor!
- Já estava aqui, Crazy! Sai de baixo!
* FUNCHFUNCHFUNCHFUNCHFUNCHFUNCHFUNCH! SPRACHUM!
- Bom trabalho, Worst!
- Obrigado, Crazy!
- Agora é só esperar o efeito da anestesia passar, Worst!
- Eu não quero estar perto, Crazy!
- Não se preocupe, Worst! Fizemos um belo trabalho!
- Espero que ela pense o mesmo, Crazy!
- Enquanto ela não acorda, vamos jogar o jogo da velha, Worst?
- Vamos, Crazy! Desenhe o tabuleiro na barriga da Fran, assim, quando
ela acordar, a gente tá por perto!
- Boa idéia, Worst! Vou desenhar o tabuleiro com iodo!
- Vamos usar as pedras da dama... eu fico com as brancas!
- Pronto, Worst! Você começa!
E assim, por cerca de uma hora os cientistas jogaram o jogo da velha
sobre a barriga de Fran, até que...
- Que zorra é essa? - disse Fran sentando-se na bancada.
- Poxa, Fran... na hora que eu ia ganhar o jogo?
- E desde quando minha barriga é tabuleiro de jogo, Doutor Crazy?
- Desde que eu pintei um nela, Fran! Tem mais ou menos uma hora!
- E por que eu estou nua?
- Porque nós tiramos sua roupa, Fran!
- E posso saber pra que vocês tiraram minha roupa, Doutor Worst?
- Para operá-la, Fran!
- O quê? Que ferros são esses em minha perna e no meu pé?
- Não fui eu, Fran... foi o Crazy!
- Mas você ajudou, Worst!
- Só um pouquinho, Fran... só um pouquinho!
- Depois eu acerto as contas com vocês! Me dê minhas roupas, Doutor
Worst!
- Pode ficar assim, Fran... é melhor que não sua!
- Me dê logo essa calcinha, Doutor Crazy!
- Tá bem, Fran... mas não se zangue!
- Tome aqui o resto, Fran!
- Obrigada, Doutor Worst! Olhem pro outro lado, Doutores!
- Agora isso não importa, Fran!
- É mesmo, Crazy... a gente já viu ela nua!
- Não quero saber! Virem de costas!
Fran vestiu a blusa, a calcinha e a saia, mas ao dar um impulso no
corpo para levantar-se...
- Uaiiiii!
- Ih, Crazy... Fran tá voando! Hahahahaha!
- Fran, desça aqui!
- Não sei como, Doutor Crazy!
- Pegue essa corda que eu a puxo, Fran!
- Segurei, Doutor Crazy! Pode puxar!
Com a ajuda do cientista Fran "pousou" no chão...
- Não pise no chão com a perna esquerda, Fran!
- Certo, Doutor Crazy! O que aconteceu? por que voei?
- Ainda não sabemos, Fran! Acho que a operação afetou seu cérebro!
- Como assim, Doutor Worst?
- Seu cérebro ficou disparando centelhas elétricas, Fran!
- E seus mamilos e a... bichinha pegou fogo, Fran!
- Que loucura é essa, Doutores?
- Pergunte ao autor dessa novelinha, Fran!
- A gente não tem nada com isso, Fran!
- Se eu pegar esse autorzinho, eu...
Autor - Você faria o quê, Fran?
- Eu, eu...
- Deixe de ingratidão... eu lhe dou superpoderes e você ainda reclama?
- - -
@ Capítulo VI
A discussão entre Fran Kensbeca e o autor dessa novelinha continua...
- Você quer que eu fique satisfeita com o que você fez comigo, seu
autorzinho de meia tigela?
- Eu não fiz nada que um outro autor de folhetim não faria, Fran!
- Como não? Você me colocou nua diante desses adoráveis, mas ingênuos
cientistas!
- Ingênuos, Fran? Você já leu o capítulo anterior?
- Eu não li nada... e não pretendo ler porcaria alguma!
- Pois deveria! Assim saberia que seus adoráveis e ingênuos cientistas
já a viram por várias vezes como veio ao mundo!
- Como assim? Não acredito em você!
- Não acredita porque quer fazer vista grossa, Fran!
- Pare de falar besteiras e me conte logo o que sabe!
- Acho melhor, quando você entrar no banheiro, colocar um tampão no
buraco da fechadura! Hahahahahaha!
- Você tá insinuando que os doutores ficam me olhando pelo buraco da
fechadura?
- Acertou, Fran! E tampe a do quarto também, viu mocinha?
- O quê? Não acredito! Eles são tão infantis!
- Eu sei, Fran... eu os criei! Mas quem resiste a um corpinho desses,
Fran? E que seios lindos você tem, Fran!
- Você é um autor muito descarado... e seus personagens também!
- Eles não fizeram nada que eu não faria, Fran! Hahahahaha!
- Você ainda ri, seu sem-vergonha?
- E por que eu choraria, Fran? O que é belo é pra ser apreciado!
- Não quero mais conversa com você, entendeu?
- Poxa, Franzinha... que maldade!
Depois de tudo que fiz por você?
- O que você fez por mim? Botar fogo nos meus mamilos e na minha...
baratinha?
- Ora, Fran... se cru já é uma delícia, imagine assada? Hahahahahaha!
- Além de insolente, é metido a engraçadinho!
- Obrigado, Fran! Meu lado palhaço agradece o elogio! Hahahahahaha!
- Você deveria lembrar que uma criança pode ler essa novelinha!
- Ora, Fran... se duvidar, as crianças de hoje sabem muito mais do que
nós dois! Elas assistem a Globo, gostosa!
- Quer saber de uma coisa? Fui!
- Fique mais um pouco, Fran! Essa conversa está tão... excitante!
- Cego depravado! Acabou o papo!
- Só Mais uma coisinha, Fran: quando você olhar alguma coisa, dê uma
apertadinha nos olhos!
- Por que isso agora?
- Nada não... apenas faça isso! Hahahahahahaha!
- Fui, seu sem graça!
Fran, rangendo os dentes de raiva, se mandou...
- Que pena... eu tinha tanta coisa pra dizer a ela! Hahahahahaha!
_ * _
Fran foi até o outro lado do laboratório e, ao ver os cientistas,
apertou os olhos...
- Rapazes? Que diabo estão fazendo nus?
- A gente não tá nu, Fran!
- É mesmo, Crazy! Agora vocês estão vestidos!
- O que houve, Fran?
- Nada não, Worst! Apenas imaginei coisas!
Fran achou interessante ficar calada sobre esse "poder"...
Fran (Pensando) - Foi isso que aquele autorzinho quis dizer! Eu agora
tenho visão de raio-X, além de voar e ter superforça!
(Falando) - E agora, doutores? O que estará acontecendo comigo?
- Queremos submetê-la a um eletroencefalograma, Fran!
- Para que, Crazy?
- Para saber a quantas anda seu cérebro, Fran!
- Mas eu me sinto muito bem, Worst!
- Pra princípio de conversa, Fran, seus cabelos, que eram loiros,
ficaram pretos!
- E todos os outros pelinhos do corpo também, Crazy! Hahahahaha!
- Como? Deixe eu pegar um espelho!
- Mas você continua bonita, Fran! Né, Crazy?
- Como sempre foi, né, Worst!
- Obrigada, rapazes!
Fran pegou um espelho e ficou se olhando por alguns segundos...
- Não é que vocês têm razão? Eu não sou mais loira!
- Nós sempre temos razão, Fran, quando se trata de elogiá-la!
- Falou e disse, Worst!
- Vocês são uns amores, rapazes! Vamos logo fazer este exame! Preciso
saber se está tudo bem comi...
* CRAS!
- Oh! Quebrei o espelho!
- Xiiii, Fran! Você terá sete anos de azar!
- Isso é superstição, Crazy!
- M-mas eu não apertei o espelho tanto assim, doutores!
- Tá pensando o que eu tô pensando, Crazy?
- Acho que tô, Worst!
- O que vocês estão pensando? Que eu sou desastrada?
- Não, Fran! Acho que você...
- Diga logo, Worst!
- Acho que você adquiriu alguns superpoderes, Fran!
- Como pode ser isto, Crazy?
- Na ficção pode tudo, Fran... por mais inverossímil que pareça!
- Você disse tudo, Crazy!
- Obrigado, Worst... é só ler qualquer novelinha desse autor aqui que
teremos certeza disso! Hahahahahaha!
- É mesmo, Crazy! Esse cara escreve cada bobagem! Hahahahahahaha!
- Acho que ele não teve infância, Worst! Hahahahaha!
- E se teve, Crazy, deve ter feito miserinhas! Hahahahaha!
- É por isso que ele não escreve suas memórias, Worst! Hahahahahahaha!
- Também acho, Crazy! Hahahahahahaha!
- Ei! Vocês podem me dar um pouco de atenção?
- Diga, Fran! - Falaram os dois cientistas ao mesmo tempo.
- E agora, rapazes? O que faremos?
- Você, eu não sei, Fran, mas eu vou descer pra jantar!
- Eu vou com você, Worst!
- Calminha aí! Esqueceram que ainda não fiz o jantar?
- E agora, Fran? Tô com fominha!
- Eu também, Crazy!
- Ninguém aqui vai dormir sem comer alguma coisa! Nem que seja uma...
sopa de miojo!
- Oba! Fran vai fazer o jantar pra nós!
- Nada disso, Worst... eu vou pedir alguns pastéis na barraca do Seu
Rho Drigg!
- Oba! Eu quero de quatro queijos, Fran!
- Uau! E eu quero de filé au proivre, Fran!
E todos desceram para "jantar"...
_ * _
Depois que os pastéis chegaram...
- Eu quero três, Fran!
- Esse Crazy é guloso, né, Fran?
- Sem discussão! Cada um ganhará dois pastéis e pronto!
- Poxa, Fran! Só doiszinhos?
- Você sabe que esses pastéis são grandes, Crazy!
- Mas minha fome é maior do que dois deles, Fran!
- Sim, morte gulosa! Mas vai comer apenas dois, Crazy! Tome!
Tome aqui os seus, Worst!
- Obrigado, Fran! Mesmo que eu não encha minha barriga, eu não vou
reclamar, viu Fran?
- Certo, Worst! Você é um bom garoto! Tomem aqui os sucos!
E após comerem o lanche...
- Bem, doutores... quando farei os exames?
- Amanhã, Fran! já está muito tarde e estamos com soninho!
- Vão pro quarto que eu levo os ursinhos de pelúcia de vocês!
- - -
@ Capítulo VII
O dia amanheceu bonito. Fran, como sempre, acordou por volta das sete
horas e preparava o desjejum dos cientistas...
- Péssima hora para acabar o gás! Vou acordar Worst para trocar o
bujão! Pera aí! Se eu consigo ver através das coisas, é possível que
eu possa esquentar as coisas apenas com o olhar... pelo menos o
Superman faz isso! Hihihihihi!
E Fran colocou um pouco de água numa chaleira e concentrou seu olhar
sobre esta...
* FISSSSSSSSSSSSSS!
Um feixe invisível de luz atingiu a chaleira e em questão de segundos
a água fervia...
- Que maravilha! Vou economizar uma grana de gás! Deixa eu coar este
café, depois vou testar meus poderes de superfran! Hihihihihi!
Fran fez café, suco, preparou alguns sanduíches e colocou sobre a mesa
da copa. Comeu um sanduíche, um brioche, alguns biscoitos, tomou um
copo de "leitecau" (leite com chocolate) e após escovar os dentes foi
até o quintal do casarão. Ali encontrou alguns tubos de ferro e pegou
um deles...
* SCREEEEENCH!
Fran entortou o tubo galvanizado sem qualquer dificuldade. Ela pegou
mais um...
* SCREEEEENCH!
Após entortar o segundo tubo Fran comprovou sua superforça. Então ela
quis testar sua visão de raio-x olhando através de um velho sofá...
* FISSSSSSSSSSSSSS!
E o sofá pegou fogo. Fran correu, pegou a mangueira de regar a horta,
abriu a torneira e apagou o princípio de incêndio...
- Com o Superman isso não aconteceria! Preciso aprender a controlar
minha visão de raio-x! Agora tentarei voar. Vou até o telhado do
casarão!
Fran levantou os braços, deu um pulo...
* ZUUUUUUM! TUMP!
E esborrachou-se contra a quina do telhado...
- Caramba! Nem doeu! Preciso treinar mais!
E Fran realizou alguns vôos rasantes, sobrevoou umas árvores do seu
quintal, o telhado do casarão, umas montanhas próximas e depois foi
até as nuvens, voltando ao quintal...
* ZUUUUUUM! VUUUH! ZUUUUUUUM! VUUUUUUUUH!
- Acho que aprendi a controlar meu vôo! Resta saber se meu corpo é
indestrutível que nem o do Superman!
Fran foi até o quarto de bagulhos, pegou uma furadeira na caixa de
ferramentas e, colocando uma broca na máquina, ligou a bicha na tomada
e tentou furar sua perna...
* VRUUUUUUUM! SCRASH!
Após alguns segundos a máquina começou a enfumaçar, a broca avermelhou
e partiu-se...
- Uau! Virei uma superwoman! Hihihihihi!
Será que devo contar aos doutores essa minha descoberta?
Vou pensar nisso!
Fran resolveu guardar a máquina e entrar em casa para acordar os
cientistas. Ao sair do quarto de bagulhos, viu um retalho de tecido por
trás da máquina de lavar...
- Preciso varrer com mais atenção este pátio!
Fran abaixou-se para pegar o trapo e jogá-lo no lixo, mas notou que
havia mais alguns pedaços de pano e...
- Que coisa estranha é essa entre estes trapos?
Fran examinou seu achado ...
- Parece um ovo de passarinho! Será que alguma ave achou de fazer seu
ninho ali? Que estranho!
Com o pequeno ovo na mão, Fran entrou na cozinha, pôs o ovo sobre a
geladeira, bebeu um pouco de água e foi acordar os cientistas...
- Vamos levantar, dorminhocos! Bom-dia!
- Ah, Fran... eu quero dormir mais um pouquinho!
- Nada disso, Worst! Vamos levantando! Acorda, Crazy!
- Mas ainda é madrugada, Fran!
- Madrugada pra quem é preguiçoso! Levante-se!
- Poxa! Todo capítulo é a mesma coisa!
- Olhe, Fran... Crazy disse, "poxa"!
- E o que tem demais em dizer-se, "poxa", Worst?
- Tem sim, Fran! Na verdade, Crazy queria dizer por...
- Não diga isso, Worst!
- Mas eu não disse, Fran... você não deixou eu completar a palavra!
- E era pra deixar, era, Worst?
- Mas, Fran...
- Nada de "mas"... levantem-se! Aqui estão suas roupas! Vistam-se e
vão lavar o rosto! Dentro de dez minutos quero ver os dois na copa!
Fran saiu do quarto e voltou à cozinha. Os dois cientistas, de caras
amarradas, levantaram-se e dirigiram-se ao banheiro...
- Deixe-me arranjar um lugar quentinho para esse ovo!
Já sei! Vou colocá-lo na estufa do laboratório!
Fran subiu as escadas, foi até o laboratório, ligou a estufa no mínimo,
colocou o ovo dentro desta e desceu para a cozinha...
- Venham comer, rapazes!
Logo os dois cientistas faziam a primeira refeição do dia...
- E hoje, Worst... sonhou com o quê?
- Eu não lembro, Fran... só lembro de estar num parque de diversão
brincando no carrossel!
- E você, Crazy?
- Eu sonhei que estava num aniversário e tinha muitos doces... e eu
comia tudo sozinho!
- Crazy é um morte gulosa, né, Fran!
- Mas você também tava na festa, Worst!
- E eu também comia tudo, Crazy!
- Não, Worst... eu não lhe dei nem um docinho! Hahahahaha!
- Tá vendo, Fran? Crazy não me deu nem um docinho do aniversário!
- Foi só um sonho, Worst... mas eu lhe dou um docinho, tá?
- Então tá, Fran!
Fran foi até a geladeira, pegou alguns brigadeiros que fizera no dia
anterior e os levou pra mesa...
- Aqui estão uns brigadeiros, mas antes que briguem, são pros dois, tá?
- Oba! Vou comer tudo!
- Olha aí, Fran... o Crazy quer comer tudo! E eu?
- Ele está só brincando, Worst! Né mesmo, Crazy?
- Claro, Fran... é só pra abusar Worst! Hahahahaha!
- Eu não disse, Worst?
- Fran... Franzinha... você me dá um cavalo?
- O quê? Um cavalo? Um cavalo de verdade?
- É, Fran!
- E quem vai cuidar dele?
- Do cavalo ou do Worst, Crazy?
- Dos dois, Fran! Hahahahaha!
- Olha aí, Fran... o Crazy me chamou de cavalo!
- Ele está brincando, Worst... não é, Crazy?
- É, Fran! Posso pegar mais um brigadeiro, Fran?
- Pode, Crazy!
- Eu tenho uma coisinha pra contar a vocês!
- É fofoca, Fran? Adoro uma fofoquinha!
- Não é fofoca, Crazy!
- E o que é, Fran?
- Eu achei um ovo de passarinho lá no quintal e...
- Eu posso chocar ele, Fran?
- Worst virou galinha... Worst virou galinha! Hahahahaha!
- Olha aí, Fran... o Crazy tá me chamando de galinha!
- Não, Worst, você não poderá chocar o ovo porque já o coloquei na
estufa do laboratório!
- Então amanhã nasce o passarinho, Fran?
- Isso eu não sei, Worst!
- Não deve demorar, Fran... a estufa é melhor do que uma chocadeira!
- Isso veremos depois, Crazy!
- Eu posso cuidar do filhote, Fran?
- Pode, Worst, pode!
- Legal, Fran!
- Tenho uma coisinha pra mostrar a vocês!
- O que é, Fran?
- Calma, Crazy... venham comigo até o quintal!
E os três foram até o quintal...
- Sentem-se aí nesse sofá!
- Mas tá todo molhado, Fran!
- E tá um pouco queimado também, Worst!
- Eu esqueci, rapazes... sentem-se na escada da cozinha!
E os cientistas sentaram-se num dos degraus que desce da cozinha para o
pátio. Fran, diante deles, pegou uma barra de ferro e a entortou...
* SCREEEEENCH!
- Caramba, Fran! Que truque legal!
- Não é truque, Worst! Veja o que faço com este aqui!
* SCREEEEENCH! STROMBPC!
Fran, além de entortar o tubo galvanizado, ainda fez um xis com ele...
- Uau! Você é forte, hein, Fran?
- Eu sei, Crazy! E tem mais!
Fran pegou um velho caixote perto do sofá e...
* FISSSSSSSSSSSSSS!
- O caixote pegou fogo sozinho!
- Nada disso, Crazy... fui eu quem o fez queimar-se!
- Como assim, Franzinha?
- Com minha visão de raio-x!
- Que nem o Superman, Fran?
- Isso mesmo, Worst! Agora vejam isso!
Fran voou até as árvores, ao telhado e quase até as nuvens e desceu
suavemente, pousando diante dos cientistas que, admirados, sorriam com
as proezas de Fran...
- Que maravilha, Fran!
- Posso voar com você, Fran?
- Claro, Worst!
- Eu também quero, Fran!
Abraçando um cientista de cada lado, Fran alçou vôo e sobrevoou o
casarão, algumas árvores e, após uns três minutos, pousou com eles no
quintal...
* ZUUUUUUM! VUUUH! ZUUUUUUUM! VUUUUUUUUH! PUCH!
- Continua... -
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