@ Capítulo VIII
A primeira imagem que apareceu diante das bruxas e do Exu Alecrim foi
de um grande castelo...
- Vocês estão reconhecendo esse castelo? - perguntou Madréa.
- Parece o castelo do Rei Luy Sopmac!
- Parece, não... é o castelo dele, Mínima! - disse Rô.
A imagem seguinte era de um bruxo vestindo uma capa rubro-negra, um
roupão preto, botas de couro de javali, barba e cabelos longos,
bigode juntando-se à barba e todos esses pelos brancos a esconder-lhe
as feições...
- Hei! É o cara que vi perto do palco!
- Acho que o conheço de algum lugar, Mínima!
- Eu tive essa mesma impressão, Rô!
Agora a imagem era de uma jaula com um ser estranho em seu interior...
- Aquela não é uma Fênix?
- É, Mínima! - respondeu Madréa.
Nas cenas seguintes eles viram vários seres estranhos enjaulados e
logo a imagem se dissipou...
- Isso é um criptozoológico, Mínima! - disse Rô.
- Eu sei que o Rei Luy Sopmac tem um desses em seu castelo!
- Pois é, Madréa! Tenho certeza de que encontraremos nossos bichinhos
por lá!
- E o que estamos esperando? Vamos até lá buscá-los, Mínima!
- Calma, Madréa... nestas horas precisamos agir com frieza!
- Também acho, Mínima! - disse Rô - Vamos pensar um pouco!
- Vamos pensar numa boa lição pra dar no Rei Luy Sopmac!
- É isso aí, Mínima! - concluiu o Exu Alecrim.
_ * _
O Rei Luy Sopmac chegara da CAMBADA cansado e dormira até quase as
nove horas deste sábado, Dia de Todos Os Santos. Foi acordado por seu
Chefe de Ordens Reais, Sadraq, com uma boa notícia...
- Majestade, o Reino dos Campos Livres receberá a visita da Embaxatriz
de Witchland, hoje à noite!
- Ela é bonita, SadraQ?
- Bastante, Majestade!
- Mande preparar uma recepção digna de uma rainha! E que tudo saia
perfeito, Sadraq!
- Sua ordem será cumprida a rigor, Majestade!
Naquele dia trabalhou-se dobrado no castelo. Era um corre-corre só.
O Rei Luy Sopmac que sempre tira uma pestana após o almoço, nesse
dia ficou alerta. Desceu até o Criptozoológico Real para ver seus
"bichinhos" e dar uma relaxada. O Tratador Real, Leo Nard, sempre o
acompanhava nessas suas visitas de rotina, todos os sábados...
*- Majestade, as criaturas das jaulas treze e dezessete estão fazendo
greve de fome e reclamando de tudo!
- Não se preocupe, Leo Nard... quando sentirem fome pra valer elas
comerão!
Meu Rei já tem em mente como domesticá-las?
- Claro, Leo Nard! Elas receberão meu tratamento especial! Hahahahaha!
- Entendo, Majestade! Meu Rei quer ver seus bichinhos agora?
- Vamos lá, Leo Nard... Sejamos rápidos pois hoje haverá festa no
castelo!
- Aniversário de alguém, Majestade?
- Não, Leo Nard! Receberei uma Embaxatriz muito importante e bastante
interessante, hoje à noite!
- Ah, sei! Boa sorte, Majestade!
- Obrigado, Leo Nard! Vou precisar!
Dizendo isso, o Rei Luy Sopmac e o Tratador Real visitaram jaula por
jaula do Criptozoológico Real. Havia ali diversas criaturas fabulosas
que eu nunca vira em minha vida de narrador de historinhas para esse
autor. Na ala dos seres alados havia uma Fênix de penas brilhantes,
douradas e vermelhas arroxeadas, de fabulosa beleza, um pouco maior do
que uma águia e de canto melodioso. Embora fosse bela, tinha um ar
triste. Na jaula ao lado, bem maior que a anterior, havia uma Esfinge:
um leão alado com seios e cabeça de mulher, usando um tocado real.
Tem uns vinte metros de altura por setenta de comprimento. A cabeça
tem feições altivas e não pára de reclamar. Luy Sopmac e Leo Nard nem
ligaram para a Esfinge, apenas sorriram com as ameaças dela e evitaram
seu hálito de fogo, afinal, não pretendiam virar churrasquinho.
O rei continuou sua visita por esta ala, parando de vez em quando para
admirar um pouco mais suas criaturas: Garuda, meio homem, meio ave;
Simorgh, uma ave monstruosa; um cavalo alado de doze pernas; o touro
alado de Nínive; uma águia de duas cabeças; Kongamoto, réptil gigante
com asas de morcego, um longo bico repleto de dentes, originário da
África que dividia a jaula com Ahool, um outro lagarto gigante com
asas de morcego que veio da Indonésia ; Diabo de Jersey (Diabo de
Leeds), uma grotesca criatura com asas de morcego, cabeça de cavalo,
cascos fendidos e um rabo; Pégaso, o cavalo alado; um pterossauro,
lagarto alado com enormes asas e bico longo cheio de dentes; uma
gárgula; um Mothman com cerca de um metro e oitenta, grandes asas
recolhidas nas costas, pernas humanóides, corpo cinza e avantajado
e olhos hipnotizantes. Tem o andar manco e arrastado, emite um som
esganiçado e tem a cabeça tão pequena que parece enterrada no tronco.
Após demorar-se um pouco nesta ala, eles foram à ala seguinte, a das
criaturas terrestres. Lá visitaram a jaula da Quimera, um ser com
corpo de leão, cabeça de cabra e dorso e rabo de dragão; do Okapi, um
animal africano que é parente da girafa , mas com pescoço curto e
listras como uma zebra ; do Ameranthropoides, um macaco gigante; do
Dragão de Komodo, um lagarto gigante; da Moa, uma ave com cerca de
três metros de altura e desprovida de asas; do Chupacabras, um ser
bípede que suga o sangue de animais domésticos. Tem cerca de um metro
e meio de altura, pesa uns trinta quilos, possue mãos grandes e garras
afiadas, pernas iguais a do canguru, olhos vermelhos, caninos grandes
e a pele cinza-escuro; do Jackalope, uma espécie de lebre com chifres;
do Pé-grande, um primata bípede gigante que habita regiões nevadas;
do Tayoba, um monstro horrendo com forma humana e cabeça em forma de
tomate; da Besta de Gevaudan, mamífero carnívoro que lembra o extinto
Andrewsarchus ; do Gato de chifres, criatura mamífera com chifres na
cabeça; do Lagarto peludo, um lagarto com pelos no corpo; do bípede
Mapinguari, mamínfero, espécie de preguiça gigante; do Minhocão, verme
gigante subterrâneo; do Mokele-mbembe, criatura de pescoço longo,
semelhante aos extintos saurópodes ; do Shunka warakin, criatura que
lembra uma hiena; do Tatzelwurun, criatura estranha que lembra um
grande lagarto, mas sem as pernas traseiras; do Tigre de Queensland,
um marsupial carnívoro semelhante a um tigre; do Urso nandi, um ser
mamífero semelhante a um urso; do Verme da Mongólia, verme gigante que
vive no deserto e é venenoso; do Waheela, um mamífero carnívoro, uma
mistura de lobo com urso; do Yeti, um mamífero bípede, mistura de
um grande macaco com urso; do Zamba zaraa, criatura que vive no
deserto de Gobi. Espécie de ouriço de cauda longa e que infla o corpo
como um baiacu. Havia outros seres, mas, como o Rei Luy Sopmac estava
apressado, decidiu visitar logo suas criaturas marinhas e foi para a
ala dos aquários. Dentre estes seres fabulosos, havia o Monstro de
Loch Nessie, espécie de serpente ou réptil marinho que lembra o
plesiossauro, um sauropterígeo pré-histórico; a Baleia de Giglioli,
com suas duas barbatanas dorsais; a Besta de Busco, uma tartaruga
monstruosa; Bunyip, ser misterioso semelhante ao extinto Diprotodon;
Con rit, crustáceo gigante e de corpo longo; Dobhar chu, um mamífero
peludo semelhante a um crocodilo; Dugongos, espécie de vacas marinhas;
Emela-ntouka, uma estranha mistura de crocodilo com rinoceronte ;
Gambo, mamífero peludo semelhante a um golfinho com patas traseiras;
Jasconius, um peixe do tamanho de uma ilha; Kraken, uma lula colossal
capaz de afundar um navio com seus tentáculos; Lusca, uma espécie de
polvo gigante; Trunko, ser marinho com tromba de elefante, rabo de
lagosta e pele branca; Waitoreke, mamífero pequeno, semelhante a uma
lontra; Zuiyo Maru, uma criatura estranha que lembra um tubarão;
Celacanto, espécie de peixe pré-histórico; Monstro de Canvey Island,
ser misterioso semelhante a um peixe abissal que pode andar em terra
firme;
Ornitorrinco, mamífero aquático esquisito que tem um bico e bota ovos.
Num aquário anexo ao primeiro, vê-se, de vez em quando, uma linda
Sereia que, quando está visível, passa o tempo lavando seus seios (Eu
faria isso para ela com o maior prazer! Rê rê rê! Ainda bem que não
há um Tritão nesse criptozoológico, pois nunca se sabe o que ele
ficaria a lavar, né? Rê rê rê!).
Após a visita semanal aos seus bichinhos, Luy Sopmac subiu ao seu
aposento real para banhar-se, perfumar-se e vestir uma roupa que
estivesse à altura da beleza da Embaxatriz de Witchland...
- - -
@ Capítulo IX
O Salão de Festa Real estava decorado com motivos de Hallowin e muitas
flores e fitas coloridas, em homenagem à bela embaixatriz de Witchland.
Eram nove horas da noite quando o Arauto Real, batendo o bastão no
chão, anunciou a chegada da comitiva de Witchland...
* TUM, TUM, TUM!
Anton Abil (Gritando) - A comitiva real de Witchland!
A embaixatriz, com seu corpinho de "pequena notável", sobre um salto
dezoito, fez uma entrada triunfal naquele suntuoso salão. Ela vestia
um belíssimo minivestido típico do Reino de Witchland com bordados em
fios de ouro com motivos ciganos. No pescoço exibia um colar de rubis
e pérolas que realçava o seu generoso decote. Uma tiara de diamantes
prendia-lhe os longos e sedosos cabelos. Luy Sopmac ficou hipnotizado
pelos belos olhos verdes esmeralda da embaixatriz e impressionado com
os seios, digo, com a beleza da Witchlandiana. Aproximou-se da moça
e, fazendo um salamaleque, saudou a representante de Witchland. Assim
que o Rei Luy Sopmac abaixou-se com a mesura, a embaixatriz...
- Um fio de cabelo loiro em seu paletó! Deixe-me tirá-lo! Pronto!
- Obrigado, Senhorita embaixatriz!
- Calma aí... ainda tem mais umas coisinhas aqui! - disse a embaixatriz
dando uns tapinhas nos ombros do rei. - Pronto, tirei as caspas!
- Caspa, eu?
- Sim, Majestade! Acho melhor usar o xampu anti-caspa da Avão!
- Seguirei seu conselho, ariana embaixatriz!
- Como você descobriu meu signo, Majestade?
- Experiência de convivências, Senhorita embaixatriz!
- Tudo bem! Voltemos às formalidades diplomáticas, Majestade!
- Ok! Fico honrado em receber tão lindos seios, digo, tão linda
Embaixatriz em meu humilde castelo!
- A honra é minha, Majestade! Minha Rainha envia suas congratulações e
reforça os votos de amizade e respeito entre nossos reinos!
- Transmita à Vossa Rainha que agradeço e retribuo os votos e espero
que, com a ajuda de tão formosa embaixatriz, nossas relações sejam
prazerosas e estreitadas!
- É excitante ouvir tão gentis palavras, Rei Luy... se é que posso
chamá-lo assim!
- Claro que pode! Quando quiser,...
- Aminim, Majestade! Pode me chamar pelo nome, não precisamos de tanto
protocolo e formalidades, não é, lindinho?
- Tem razão, Aminim! Posso ter a honra de dar-lhe o braço, Aminim?
- A gente sempre espera mais, mas por enquanto é o bastante, Luy!
- Não entendi, Aminim?
- Você quase sempre não entende, lindinho! Deixa pra lá!
Ao dar o braço à embaixatriz, o cotovelo do rei tocou, sem querer, num
dos seios dela, mas ele tratou logo de desculpar-se...
- Se Aminim tiver o coração tão macio quanto tem o seio, há de
perdoar-me!
- Se Luy tiver o que penso tão duro quanto tem o cotovelo, estarei no
quarto de hóspede deste castelo daqui a umas duas horas!
- Então tenho certeza que serei perdoado! Hahahahahaha!
- E eu de que serei visitada! Hihihihihihihihi!
- Aminim, seu riso me lembra o de alguém de quem não lembro agora!
- Talvez alguma witchlandiana... todas lá riem assim!
- É possível, Aminim!
- Essa foi por pouco! - murmurou Aminim.
- Disse alguma coisa, Aminim?
- Não, Luy... apenas pensei alto!
- Entendo! Cadê sua comitiva, Aminim?
- Eu sou minha comitiva, Luy! Gosto de viajar sozinha! Me sinto, como
direi, mais livre! Entendeu? - disse Aminim com um sorriso malicioso.
- Claro, Aminim! - respondeu Luy Sopmac já imaginando coisas.
E assim, de braços dados, chegaram ao Salão do Rango Real. Como já se
sabe, toda a corte camposlivrense estava presente a esta recepção,
afinal, o Luy Sopmac não é mão-de-vaca como certos autores e esse povo
não perde uma "boca-livre", mesmo que fictícia...
Autor - Tá querendo provocar, seu narradorzinho barato?
Narrador - Barato porque você sempre pagou mal a seus colaboradores!
Autor - Deixe de conversa fiada, rapaz... você narra todas as minhas
novelinhas!
Narrador - Porque nenhum outro narrador quer ganhar o que eu ganho!
Autor - Meu Deus! Quanta ingratidão!
Narrador - Ingratidão é a sua, pagando essa merreca de salário!
Autor - Eu o tirei da lama, meu rapaz! Não esqueça disso!
Narrador - O fato de narrar aqueles contos pornográficos que o Edson
Música envia, não quer dizer que sou mau profissional!
Autor - Isso não, meu rapaz... mas pegava mal pra sua reputação, né?
Narrador - Mas você não achou ruim eu narrar seus contos eróticos?
Autor - Conto erótico não é conto pornográfico, meu rapaz!
Narrador - Mas mesmo assim, eu...
Leitor - Vocês poderiam parar com essa discussão boba e continuar a
novelinha?
Autor - Tá vendo aí? Chega de conversa! Volte ao seu trabalho!
Narrador - O Senhor é quem manda, Chefinho!... O rei dirigiu-se a uma
mesa no centro do salão, puxou uma cadeira para Aminim e sentou-se ao
seu lado. O Mestre de Cerimônia Real Joaq Nett aproximou-se do rei e
tomou-lhe o Cetro Real, tirou-lhe a Capa Real e segurou sua Espada
Real, deixando-o apenas com a Coroa Real...
- Ai, que alívio! Essa espada pesa pra cacete!
- Que rei é esse! - murmurou Aminim.
- Disse alguma coisa, Aminim?
- Disse: com esse calor não sei como você agüenta usar essa capinha!
- São as frescuras da realeza, Aminim!
- Realmente!... É muita frescura pro meu gosto!
- Não entendi, Aminim?
- Essas formalidades diplomáticas são muito frescas!
- Nisso eu concordo! Mas só depende de nós quebrar esses protocolos!
- Se depender de Mínima... ops!
- O que tem a Mínima com nossa conversa?
- Desculpe-me, esqueci que você não gosta dela!
- Por que você lembrou da Madame Mínima agora, Aminim?
- É que lembrei quando ela visitou Witchland... ela quebrou todos os
protocolos!
- Não fale dessa mulher perto de mim!
- Você não gosta mesmo dela, né, Luy?
- Ela é muito implicante e brigona!
- E você é um anjo, né, Luy?
- Muito pelo contrário, mas, se possível, evito as brigas!
- Como assim?
- Penso antes de falar, tá?
- Não é que ela não pense antes, sabe como é, né?
- Sei... é ariana e é mulher! Hahahahahahaha!
- Machista! Hihihihihihihi!
- Acho melhor nos servirmos antes que esse povo coma tudo!
- Mas tem tanta comida no buffet, Luy!
- Sim... mas você não conhece essa gente, Aminim! Vamos lá!
Eles se levantaram e, juntos, foram até a mesa das entradas...
- Que maravilha! Capelle di funghi, Arancine al baccalá, Badejo ao
aliche, Beringela com gorgonzola, Camarão com feijão branco, Canapés
de carpaccio de carne, Canapés de truta defumada, Camponata siciliana,
Ceviche de atum, Cogumelo recheado com tomate e ervas, Coquetel de
frutos do mar, Crepe de siri, Mousse de salsão, Mozzarella in carozza,
Pizzette com mozzarella e pomodoro, Quiche de ecarola, Quiche de
endívia, Tartare de salmão e Vieiras na concha!
- Tudo para agradá-la, Aminim!
- Fico com água na boca só de imaginar os pratos principais, Luy!
- Foram feitos especialmente para recebê-la, Aminim!
- Não mereço tanto, Luy!
- Merece mais do que pensa, Aminim!
- Não sei nem o que escolher!
- Faça como eu... pegue um pouquinho de cada, Aminim!
- - -
@ Capítulo X
Após colocarem algumas entradas em seus pratos, Luy Sopmac e Aminim
retornaram à mesa...
- Hummm! Esta beringela com gorgonzola está gostosa!
- Sou mais você, Aminim!
- Você ainda não provou!
- Mas imagino o sabor!
- Vá imaginando e lambendo o lençol!
- Você é tão má assim, Aminim?
- Às vezes, Lindinho!
- Espero que hoje não seja, Aminim!
- Quem sabe, né?
Sem querer, Aminim deixou cair um pouco da beringela em seu decote...
- Oh!
- Deixe que eu limpo, Aminim! - disse Luy Sopmac pegando um dos
alvíssimos guardanapos de linho...
- Nããããão!
- Ok! Então limpe você mesma! Tome o guardanapo!
- Não é isso, Luy... quero que você pegue a beringela com seus dedos!
- Mas a corte toda nos observa, Aminim!
- Que morram de inveja, Luy! Limpe, vá!
Luy Sopmac não esperou uma segunda ordem. Meteu os dedos no decote da
embaixatriz e retirou o pedacinho da beringela que se alojara entre os
seios da moça...
- Agora passe os dedos para tirar a gordura, Luy... e lamba-os!
O rei, sob os olhares gulosos dos homens presentes, fez o que Aminim
ordenou...
- Hummm! Que delícia, Aminim! - falou Luy Sopmac, excitado.
- Você ainda não provou nada, Lindinho! - disse maliciosamente Aminim.
- É só o que desejo, Aminim!
- Tudo a seu tempo, Luy!
- Contarei as horas, os minutos e os segundos que me separam deste
maravilhoso momento!
- E ele virá, Luy! - sorriu Aminim.
- Esta noite é especial, Aminim!
- Estou vendo, LuY! Guardanapos e toalhas de linho invejavelmente
alvas, baixela de fina prata, louça genuinamente camposlivrense ,
copos e taças de cristal Samlasadzurc...
- E o mobiliário pertenceu ao grande Luy Sopmac LI, meu antepassado!
- Será que mereço tanto?
- Muito mais do que pensa, Aminim!
- Acho melhor voltarmos ao bufê, senão esse povo come tudo, Luy!
- É verdade, Aminim! Vamos lá!
- Uau! Champignons au vin, Coulies à lórientale, Crevettes à la
provençale, Faisan à la normande, Gâtteau dásperges, Huitres farcies,
Langoustes aux herbes thai, Medaillons dágneau, Soufflê au fromage,
Mousseline de grenouilles, Oeufs pochês, Pigeons aux raisins, Poule
kiev, Poulet pernod, Steak au poivre, Truites aux amandes, Veau au
paprika... e tudo isso regado a champanhe Cristal e Romanée-Conti!
- Para você ver como caprichei, Aminim!
- Por esta noite, acho que você merece um prêmio, Luy!
- Meu maior prêmio é sua companhia, Aminim!
- Obrigada, Luy! Mas você, sendo um rei, poderia querer mais, né?
- O que um rei pode querer mais, além de uma companhia agradável ao
lado e sobre a mesa um tributo ao paladar?
- Estes detalhes me despertam todos os sentidos, Luy!
- Pois é! Além do prazer, comer é um ritual que alimenta o corpo e o
espírito, Aminim!
- Com esse banquete você me proporcionou momentos de encanto e magia.
Espero retribuir à altura, Luy!
- Isso é uma promessa, Aminim?
- Não, Luy... uma certeza!
E nesse clima de emoções, desejos e conflitos, findou-se o jantar...
- Gostaria de acompanhar-me à varanda? A lua está esplendida, Aminim!
- Adoraria, Luy! Vamos!
- Desta vez, mais atrevido, Luy Sopmac abraçou a embaixatriz e a
conduziu à varanda. Uma vez lá, sentaram em poltronas estrategicamente
colocadas lado a lado...
- Hoje seu Chef de Cuisine Real caprichou, Luy!
- O Cozinheiro Real é muito caprichoso, Aminim!
- Acho que vou levá-lo para Witchland, Luy!
- Não deixarei, Aminim... os pratos que ele prepara serão meu eterno
convite para que você retorne inúmeras vezes a este castelo!
- Eu não voltaria aqui apenas pelas delícias da mesa, Luy. Embora seja
apaixonada pelo mundo gastronômico, algo mais importante me traria
ao Reino dos Campos Livres!
- E posso saber o que seria, Aminim?
- Não, Luy... é segredo de mulher! Hihihihihihi!
- Essa sua risada...
- Você já falou sobre isso, Luy! Não vai querer se repetir, né?
- Desculpe-me, Aminim, mas...
- Luy, você poderia levar-me ao quarto que ocuparei? Estou um pouco
cansada! - desconversou Aminim.
- Agora mesmo, Aminim! Vamos!
Ambos levantaram e, com a mão no ombro da moça, o rei a levou até um
dos quartos de hóspedes do castelo. À porta, despediu-se dela...
- Bem, aqui está seu quarto, Aminim!
- Que número sugestivo, Luy! Seis ponto nove!
- Não há qualquer outra conotação a não ser a de indicar o quarto,
Aminim! O primeiro algarismo indica o número do quarto, o segundo, a
ala em que este está, no pavimento!
- Mas se tirarmos o ponto... promete!- disse Aminim maliciosa.
- E agora, Aminim?
- Agora você vai pro seu quarto banhar-se e eu farei o mesmo... e o
aguardo aqui dentro de uma hora, Luy! - disse Aminim com um sorriso
cheio de promessas.
- Manda quem pode, obedece quem tem juízo! - disse Luy com um sorriso.
- Até mais, Luy... seja discreto!
- Serei, Aminim!
O rei, quase correndo, foi pro seu Quarto Real. Lá, como no de Aminim,
uma tina com água morna o aguardava. Ele tomou seu banho de cuia, como
certamente Aminim estaria fazendo e, após este, vestiu um roupão
vermelho sem nenhuma outra roupa por baixo, perfumou-se e penteou a
careca e alguns fios de cabelos que resistiam à calvície. Foi até o
quarto de Aminim e bateu discretamente na porta...
* TOC, TOC!
- Entre, Luy - disse sensualmente Aminim lá de dentro.
Quando Luy Sopmac entrou no quarto, Aminim estava deitada. Vestia uma
fina camisola de seda preta que pouco escondia dos encantos daquele
corpo que se oferecia à volúpia de ambos...
- Venha, Luy... sente-se aqui ao meu lado!
- Seu desejo é uma ordem... ao meu desejo, Aminim!
Luy sentou-se na beirada da cama. Oferecendo-lhe os lábios, Aminim o
puxou contra si. Luy a beijou com paixão e ternura, enquanto suas mãos
percorriam o corpo da moça. Com jeitinho, ela o fez deitar-se ao seu
lado, abrindo-lhe o roupão e acariciando seu peito e brincando com os
pelos...
- Luy, quero que você...
- Eu também quero, Aminim! - interrompeu Luy cheio de desejo na voz.
- Calma, Luy... quero que você pegue estas taças que estão sobre o
criado-mudo!
- Para quê, Aminim?
- Elas contém uma poção afrodisíaca que eu trouxe de Witchland!
- Eu ainda não preciso de Viagra, Aminim!
- Não é nada disso, Luy... é apenas uma poção do amor!
- Ah! Tudo bem! Aqui estão, Aminim!
- Você bebe o fluído azul e eu beberei o rosa, Luy!
- Tudo pelo amor e pela paixão, Aminim!
- É isso aí, Lindinho! Brindemos ao amor!
* TIM TIM!
- - -
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